Governo volta a proibir comércio e consumo de moluscos na região após contaminação por algas
Por Santa Portal em 15/08/2024 às 16:00
O Governo de São Paulo voltou a proibir o comércio e consumo de moluscos bivalves (mariscos, ostras e vieiras) no litoral de São Paulo por conta da floração da alga Dinophysis acuminata, que é altamente tóxica e causadora do fenômeno conhecido como maré vermelha. A decisão foi publicada em uma nota técnica conjunta no Diário Oficial do Estado na segunda-feira (12) e confirmada pela assessoria de imprensa do Governo do Estado nesta quinta (15).
Logo após a nota técnica, na segunda-feira (12), uma atualização foi feita pela Secretaria de Comunicação, que informou não ter proibição, apenas uma recomendação para evitar o consumo e comercialização dos moluscos bivalves. A decisão foi alterada, no entanto, para proibição após comunicado enviado pela Secretaria de Saúde de São Paulo.
De acordo com o documento, amostradas coletadas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) nas praias do Guaraú, em Peruíbe; Balneário Gaivotas, em Itanhaém e Canto do Forte, em Praia Grande, detectaram presença da Dinophysis acuminata acima do valor máximo permitido. A alga também foi encontrada na praia de Itapitangui, em Cananéia.
Segundo o Governo de São Paulo, a recomendação do comércio acontece por meio da interdição cautelar dos estoques de moluscos disponíveis nos estabelecimentos comerciais do Estado provenientes das quatro cidades, produzidos a partir de 30 de julho.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) informa que foi feita a proibição do comércio dos estoques de moluscos bivalves produzidos a partir de 30 de julho, provenientes de cidades da Baixada Santista, em Peruíbe, Itanhaém e Praia Grande, além de Cananéia, cabendo a todo estabelecimento comercial segregar os estoques e não ofertar tais produtos para venda ou consumo no local, até novas orientações.
Já a Secretaria de Agricultura e Abastecimento informa que técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária realizaram coletas na região litorânea de São Paulo entre terça (13) e quarta-feira (14) e elas estão sendo analisadas no laboratório de Microbiologia, do Instituto Biológico, e em uma unidade laboratorial especializada em Santa Catarina. O resultado dessas análises sairá em até uma semana e, a partir deles, a pasta vai avaliar se aumentará a frequência da coleta de dados, conforme o Plano Estadual de Sanidade Aquática. Caso seja constatada a presença de toxinas acima dos níveis esperados, a Defesa Agropecuária vai realizar coletas menos espaçadas.
A Cetesb manifesta que encontrou microalgas em quantidade acima dos níveis esperados nas amostras de água coletadas no litoral de São Paulo e comunicou as autoridades competentes. A empresa reitera que, neste momento, o fato não impacta a balneabilidade das praias.
As equipes de vigilância sanitária estaduais e municipais estão orientadas a proceder com a interdição cautelar quando identificarem estoques dos produtos no comércio.
Maré Vermelha
De acordo com a Defesa Agropecuária de São Paulo, a maré vermelha é um fenômeno natural que provoca manchas de coloração escura na água do mar. As manchas são causadas pelo crescimento excessivo de algas microscópicas em um processo chamado de floração.
“As florações de microalgas se caracterizam pelo crescimento abrupto de algumas espécies de algas no ambiente aquático, formando manchas de colorações variadas e ocasionalmente espuma nas águas. Surgem naturalmente nos oceanos e alteram as condições ambientais, podendo causar mortalidade de peixes e representar riscos à saúde humana, com ameaças à balneabilidade das praias e acúmulo de toxinas nocivas à saúde humana em espécies marinhas, especialmente ostras e mexilhões”, explica Ieda Blanco, médica-veterinária e gerente do Programa Estadual de Sanidade dos Animais Aquáticos (PESAAq).