Charles do Bronxs descarta McGregor e mira revanche pelo título: “Estou atrás do cinturão”
Por Rodrigo Cirilo em 18/11/2024 às 20:00
Após vencer Michael Chandler na madrugada de domingo (17), Charles do Bronxs, de 35 anos, projetou seus próximos passos no UFC. O guarujaense, multirrecordista na maior organização de artes marciais mistas (MMA), descartou uma money fight com o irlandês Conor McGregor e não fez distinção entre o campeão Islam Makhachev e Arman Tsarukyan, que devem se enfrentar no início de 2025 em uma possível revanche pelo cinturão da categoria peso-leve.
“Ele [Conor McGregor] é o cara que mais escolhe luta. Essa luta nunca vai acontecer. Faria sentido? Faria, daria muito dinheiro para nós. Eu vendo muito, ele também vende, mas ele escolhe os adversários. Esse cara sempre corre”, afirmou em entrevista coletiva.
Charles afirmou que, apesar de desafetos passados, mantém uma relação de respeito com o irlandês. “O que ele fala não faz diferença, a minha pessoa não vai mudar. Se ele não quiser me cumprimentar, é com ele mesmo, mas a minha parte eu faço”.
Com McGregor fora de cogitação, Charles evitou escolher entre Makhachev e Tsarukyan. Vale ressaltar que ambos foram algozes nas últimas duas derrotas do guarujaense: o russo em 2022, quando conquistou o cinturão da categoria, e o armênio em abril deste ano. A expectativa é que eles se enfrentem em janeiro, após o campeão se recuperar de lesão.
“Na realidade, não estou atrás dos dois. Estou atrás do cinturão. Aquele que estiver com o cinturão será o meu adversário. Quero fazer história, aumentar meu legado. Então, se for para crescer, estou aqui pronto”.
Roteiro indesejado
O combate em Nova York marcou a primeira luta de Charles que durou até cinco rounds em sua vasta carreira. Não é à toa que o guarujaense detém os recordes de finalizações e vitórias por via rápida no UFC (16 e 20, respectivamente). No entanto, o ex-campeão afirmou que essa não era a estratégia inicial.
“Não quis chegar em cinco rounds. Procurei por ele durante o combate, mas quando você coloca dois caras fortes um contra o outro, é o que acontece. Foi bom. Mostrou que somos gigantes, porque venci todos os rounds. Na minha próxima luta, não quero deixar de novo, mas faz parte”.
O guarujaense destacou sua experiência para controlar a luta, sem se precipitar para conquistar uma vitória por via rápida. A performance, inclusive, rendeu o bônus de ‘Luta da Noite’ de US$ 50 mil (cerca de R$ 289 mil na cotação atual). Essa foi a 20ª premiação individual de Charles na carreira, mais do que qualquer outro lutador na história do UFC. É estimado que o ex-campeão tenha arrecadado cerca de US$ 1 milhão apenas em bônus.
“Isso mostra o quanto cresci dentro da luta. Se fosse há algum tempo, eu teria forçado para tentar finalizar ou explodido para ficar em uma posição melhor, mas não, eu evoluí. Só queria vencer”.
Charles também revelou que sofreu uma lesão no joelho direito, o que o afastou dos treinamentos durante a preparação. O guarujaense enalteceu sua resiliência e desdenhou dos ataques de outros adversários que o acusam de desistir fácil das lutas.
“Só eu e a equipe sabemos tudo o que nós passamos, mas, sendo bem sincero, nem ligo para o que falam. Eles têm que inventar alguma coisa, então para mim não faz diferença. Só quero vir aqui, estar bem, feliz e fazer acontecer”.