Casa usada como paiol do PCC tinha armas de guerra e mais de mil munições em Guarujá
Por Santa Portal em 18/11/2025 às 15:15
Um homem acusado de ser o responsável por um paiol de armas e munições, várias delas de uso bélico, foi preso em flagrante em Guarujá, no litoral de São Paulo, na segunda-feira à noite (17). O material seria de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) que atuariam na região.
William de Brito Barreto, de 42 anos, afirmou ser inquilino da casa, onde foram apreendidos 1.041 cartuchos para diversos tipos de armamentos, duas pistolas 9 milímetros, dois fuzis dos calibres 7.62 e 5.56 e uma capa de colete à prova de balas.
Também foram recolhidos no imóvel 21 carregadores para várias armas, sendo um deles de fuzil, do tipo caracol, com capacidade para 100 tiros. No quintal da residência havia um automóvel Fox cinza, que foi apreendido para o aprofundamento das investigações.
O caso é apurado por policiais da Delegacia de Guarujá há cerca de um mês. Sob comando do investigador Paulo Carvalhal, eles averiguavam denúncia de que o PCC usaria uma casa na Rua Alagoas, na Vila Cunhambebe, como depósito de armas e munições.
Identificado o imóvel, os agentes passaram a monitorá-lo em dias e horários variados. Por volta das 20 horas de segunda-feira, William desembarcou de um carro que parou na frente da moradia, olhou para os lados e ingressou rapidamente nela.
O acusado carregava uma mochila e demonstrou nervosismo, motivando a abordagem. Os policiais aproveitaram que o portão do quintal ainda estava entreaberto para detê-lo. O motorista do veículo de onde desembarcou Willian foi embora, não sendo identificado.
Willian não portava nada de irregular, mas com ele havia a chave de um cômodo onde estava o arsenal. Apesar da grande quantidade de armas, munições e outros acessórios de posse e porte restritos ou proibidos, o acusado alegou desconhecer a sua existência.
De acordo com William, ele sublocou por R$ 2 mil, no mês passado, a garagem da casa para um homem que lhe pediu para ali guardar o Fox. Questionado sobre o nome e outros dados do suposto dono do carro, o acusado alegou ignorar.
O Fox não apresenta restrição judicial e nem queixa de furto ou roubo. Ele está em nome de outro homem, que agora entrou no radar das investigações. Os policiais querem saber se ele, de fato, foi quem alugou a garagem, conforme a versão de William.
Enquanto essas diligências não são concluídas, o delegado Natan Alves Lourenço Dias se convenceu do envolvimento de William no crime de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito (artigo 16 do Estatuto do Desarmamento) e o autuou em flagrante.
Recolhido à cadeia, o autuado afirmou que não chegou a receber qualquer valor referente ao pretenso aluguel da garagem. Ele disse que o sublocador desconhecido ficou de deixar na “caixa do correio” o valor combinado da locação quando completasse um mês. (EF)