Aves tapicurus se espalham por Santos e Guarujá
Por Anna Clara Morais em 21/11/2025 às 06:00
Moradores de Santos e Vicente de Carvalho, em Guarujá, observaram o aumento da ocorrência do grupo de aves denominadas tapicurus (Phimosus infiscatus) na região. Os moradores relatam que elas têm se espalhado pelo local, o que, segundo o biólogo Jorge Luis dos Santos, se deve ao ambiente favorável (veja no vídeo abaixo).
Ainda de acordo com o profissional, os tapicurus sempre estiveram presentes na região, no entanto, nunca foram tão abundantes.
“Se o ambiente está favorável, ela deve ter se favorecido dessa condição e aumentou o número de indivíduos. O ambiente é tranquilo, calmo, tem alimento… a ave tem poucos predadores e a partir daí ela tem um número cada vez maior de indivíduos”.
Santos explica que tratam-se de animais que se mantêm em grupos, mas não necessariamente numerosos, podendo se restringir a apenas um casal. Costumam se agrupar em campos abertos, como gramados, áreas de várzea, restinga e manguezal, onde se alimentam basicamente de invertebrados, tanto de superfície, como enterrados. Por esses motivos, a ocorrência dessas aves na região tem sido cada vez mais numerosa.
“Elas são oportunistas, se validam da disponibilidade de alimento, de uma certa característica da presença ou não de predadores, a questão trófica. Se tem muito predador, elas têm dificuldade de se manter, mas se não tem predador, o que é o caso, essa e várias outras espécies se aproveitam dessa condição”.
Os tapicurus, de acordo com o biólogo, caracterizam-se como animais tranquilos, que permitem a aproximação de seres humanos. Por outro lado, possuem capacidade de voo restrita, havendo a necessidade de correrem para conseguir alçar voo.
Além disso, em relação a distribuição, o professor destaca que a espécie possui ocorrência ampla na América do Sul, principalmente entre o Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Argentina, parte do Peru, Guiana e Venezuela.
Por se tratar de uma ave nativa, são protegidas por todas as leis ambientais referentes à fauna. “Recomenda-se que as pessoas evitem o contato, ou até mesmo alimentá-las, é algo que pode ser até um tanto que sem muita importância, mas ocorre”, finaliza.