São Paulo cria protocolo para detectar metanol em bebidas
Por Santa Portal em 10/10/2025 às 11:00
O Governo de São Paulo desenvolveu um protocolo inédito no país para a detecção de metanol em bebidas alcoólicas. A medida, apresentada nesta quinta-feira (9), já está sendo compartilhada com outros estados e busca aprimorar a resposta das autoridades diante do aumento de casos de intoxicação.
A perita Karin Kawakami, atualmente Assistente Técnica da Superintendência e ex-chefe da Equipe de Perícias Criminalísticas Oeste, explicou que o novo sistema é uma adaptação de protocolos internacionais já utilizados. “Seguimos um padrão global para identificar não apenas o metanol, mas também falsificações em bebidas. No entanto, diante da alta demanda no estado e no Brasil, foi necessário torná-lo mais ágil”, afirmou.
Etapas do novo protocolo
O processo começa com a definição da amostragem, conforme normas estatísticas internacionais. Assim, não é preciso testar todas as garrafas apreendidas para obter um resultado confiável, o que garante 99% de precisão e torna o processo mais eficiente, tanto para as equipes da Polícia Civil quanto para os laboratórios da perícia.
Na segunda etapa, o Núcleo de Documentoscopia analisa lacres, selos, rótulos e embalagens das bebidas. Com o novo protocolo, essa verificação é concluída em menos de 24 horas, e o laudo é encaminhado ao Núcleo de Química.
Ali, peritos utilizam um equipamento portátil capaz de identificar a presença de metanol e outras substâncias tóxicas sem a necessidade de abrir a garrafa. Essa triagem rápida tem permitido à SPTC orientar ações de campo com base na suspeita de contaminação, mesmo antes da conclusão completa do laudo técnico.
Na fase seguinte, os peritos realizam cromatografia gasosa, técnica que separa e quantifica os elementos presentes na bebida, indicando a concentração de metanol e outras substâncias. Também são realizados testes adicionais para identificar falsificações, uma vez que nem todas as bebidas adulteradas contêm metanol.