Dislexia afeta 8 milhões no Brasil e a luz elétrica certa pode facilitar o aprendizado
Por Santa Portal em 11/11/2025 às 18:29
Novembro é o mês de conscientização sobre a dislexia, uma condição que atinge cerca de 8 milhões de brasileiros — o equivalente a 5% da população, segundo estimativas do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Dislexia.
Geralmente identificada entre os 5 e 7 anos de idade, quando a alfabetização começa, a dislexia se manifesta por dificuldades na leitura, na escrita e na associação de sons às letras, mas não compromete a inteligência nem o potencial de aprendizado. Apesar de comum, o transtorno ainda é cercado por desinformação e pode gerar impactos emocionais e sociais, especialmente em ambientes pouco adaptados às necessidades de quem convive com ele.
O que nem todos sabem é que a iluminação pode se tornar uma aliada importante nesse processo. De acordo com Adriana Tedesco, especialista em Iluminação Saudável, o tipo de luz elétrica ao qual a pessoa está exposta pode influenciar diretamente a concentração, o conforto e até a autoestima.
“A iluminação projetada de forma adaptativa pode contribuir para aumentar o bem-estar e a concentração de pessoas com dislexia. Respeitar as necessidades dos usuários é essencial para o desenvolvimento de um projeto de iluminação mais assertivo, pois a luz adaptativa atenderá especificamente as maiores dificuldades das condições que caracterizam cérebros neuroatípicos”, explica.
Segundo Adriana, pequenos ajustes na luz já fazem grande diferença. “O objetivo principal é aumentar a intensidade luminosa na temperatura de cor mais branca, para ajudar no foco e na concentração. Também é importante diminuir contrastes e ofuscamentos causados pela luz, dar preferência à iluminação difusa e uniforme e permitir o ajuste tanto da temperatura de cor quanto da intensidade, para que o próprio usuário possa escolher seu cenário de acordo com as atividades exercidas”, orienta.
A especialista ressalta a importância de valorizar a luz natural, que tem um papel fundamental no equilíbrio emocional. “Ela deve ser mais explorada, abrindo possibilidades para que esteja presente nos espaços. A luz elétrica atua como coadjuvante em locais que aproveitam bem a luz natural e como protagonista quando há carência dela. Ambas, quando bem projetadas, contribuem para a regulação do humor e a produção de serotonina, melhorando o equilíbrio geral do organismo”, afirma.
Durante momentos de leitura e estudo, Adriana recomenda luzes mais brancas e intensas, como as de 4000K, aplicadas de forma difusa e uniforme. Além de favorecer o desempenho visual e cognitivo, ela explica que a iluminação saudável tem impacto direto na saúde integral.
“Quando projetada de forma dinâmica, simulando a rota do sol ao longo do dia, e adaptativa, respeitando as necessidades de cada pessoa, a luz elétrica contribui para o equilíbrio dos biorritmos e promove mais tranquilidade e autoestima”, completa.
Por fim, a especialista alerta para um detalhe técnico importante: pessoas com dislexia e outros cérebros neuroatípicos são mais sensíveis ao flicker dos LEDs — o leve pulsar da luz, imperceptível para muitos, mas incômodo para alguns.
“É essencial utilizar luminárias que atendam a protocolos de saúde. Somente um bom Lighting Designer, conhecedor desses aspectos, poderá avaliar corretamente os produtos seguros a serem usados em um projeto de iluminação”, reforça Adriana.
Em um mês voltado à conscientização e ao acolhimento, o lembrete é simples, mas poderoso: a luz certa pode iluminar muito mais do que um ambiente — pode transformar a experiência de aprendizado e o bem-estar de milhões de pessoas.