Zé Roberto indica retorno de Julia Kudiess à seleção para a Liga das Nações
Por Alexandre Araujo/Folhapress em 27/03/2025 às 19:08

José Roberto Guimarães, técnico da seleção brasileira feminina de vôlei, indicou a possibilidade de Julia Kudiess integrar a convocação para a Liga das Nações. A central voltou a atuar em janeiro, oito meses após uma lesão ligamentar no joelho direito que, inclusive, a tirou dos Jogos Olímpicos de Paris. A competição feminina vai de 4 de junho a 27 de julho, e o Rio de Janeiro será sede das partidas iniciais, entre 4 e 8 de junho.
“Temos de ver como a Julia vai se encontrar, como está se sentindo. Primeiramente, temos de pensar no bem-estar dela. Uma volta requer tempo e temos de pensar nisso. Pode ser na VNL? Pode ser. Depende de como ela vai reagir, mas eu gostaria de contar com ela logo neste começo. Seria bom para o desenvolvimento. Ela não está ainda 100%, estamos vendo, mas acho que ela tem muito potencial a ser trabalhado, e uma cabeça incrível. Uma menina que temos uma perspectiva de futuro muito grande”, disse o técnico.
Zé Roberto esteve na CBC & Clubes Expo, que foi realizada em Campinas, entre os dias 11 e 15 de março. Ele participou de uma palestra sobre vôlei olímpico ao lado de Radamés Lattari, presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), com mediação dos ex-jogadores Marcelle Rodrigues e André Heller.
Julia também marcou presença e foi ao estande do Minas Tênis Clube no último dia de evento. Ela foi questionada sobre a chance de integrar a seleção ainda nesta temporada.
“Foi um período difícil, mas tive toda uma estrutura à disposição que me ajudou. Sei que é um processo, preciso de alguns meses para voltar ainda melhor, mas é uma construção. Não posso deixar de pensar no clube, mas acabando [a temporada] aqui, meu sonho sempre é vestir a camisa da seleção”, disse Julia Kudiess.
O que mais Zé Roberto falou?
Expectativa para o ciclo de Los Angeles-2028. “Seleção talentosa, que tem muito potencial, que começa o ciclo em segundo no ranking mundial e que tem potencial para grandes competições. Espero que a gente consiga, realmente, fazer bons resultados. Temos uma geração alta, talentosa, tecnicamente boa, e agora é questão de tempo de estrada, caminho, passar por vitórias, derrotas, grandes competições, e aprender nas vitórias e nas derrotas. Vejo um ciclo interessante para elas. Acredito muito no potencial da seleção”.
Conta com veteranas: “As veteranas que vamos contar… Infelizmente, encerra o ciclo e alguma delas não vão estar na seleção. Uma é a Thaísa, que temos de agradecer todos os serviços prestados, tudo que construiu e fez na carreira, mas a seleção tem de continuar. Vamos ver como as outras vão estar para podermos pensar em convocação. Temos de pensar também no próprio desejo das jogadoras. Estive com algumas delas na Europa, está tudo caminhando bem, mas algumas coisas podem mudar e temos de respeitar”.
Pode promover estreias? “Temos sempre de pensar como essas jogadoras vão voltar para a seleção quando saírem dos clubes e os processos que elas estão passando nos clubes. Temos de observar cansaço, número de jogos, tudo que está acontecendo nesse momento, porque temos dois campeonatos neste ano: Liga das Nações e Mundial. Não temos muito tempo de um para o outro. Vamos observar como vão chegar. Tem jogadoras que vão jogar até começo de maio. Observar como vão estar física e mentalmente para podermos elaborar planejamentos individuais. Enviarmos pessoas para o exterior para observar e podermos individualizar essa preparação. Não dá para generalizar”.
Final do Sul-Americano não foi 100% brasileira como em edições recentes. “É bom ter concorrência. Nunca escondemos que o crescimento da Argentina, Peru, Colômbia, Chile. Os times estão melhorando como um todo, mas foi inesperada a derrota do Praia para o Allianza Lima. Depois, uma semifinal que aconteceu entre Minas e Praia, que deixa um desses clubes fora do Mundial. É bom o crescimento da América o Sul, mas como brasileiro sempre torço para finais entre equipes brasileira”