Uma das grandes frustrações da vida é não ter entrevistado o Pelé - Pelé, por Gustavo Klein
Por Gustavo Klein /Santaportal em 23/10/2020 às 12:23
PELÉ 80 ANOS – Não sou o cara mais apaixonado por futebol. E minha vida profissional foi quase sempre ligada à área da cultura, dos livros, música, filmes. Apesar – ou talvez por causa – disso, uma das minhas grandes frustrações na vida profissional seja nunca ter conseguido entrevistar Pelé. Ou, até mesmo, vê-lo de perto.
Pelé tem sido, ao longo dos meus quase 50 anos de vida, como a Mona Lisa. Ou o Taj Mahal. Aquela espetacular obra de arte, expressão de genialidade, que conheço de longe mas que nem por isso deixa de ser muito impressionante.
Me divirto com as discussões, todas beirando a infantilidade, entre quem acha que Maradona jogou mais que Pelé. Ou Messi. Ou mesmo Zico. É muito fácil dar um google e encontrar vídeos com compilações das jogadas do craque. Dos gols que ele fez e até dos gols que ele não conseguiu fazer mas que, ainda assim, entraram para a história. É ver o que Pelé fez para saber que ninguém, na história, fez nada nem parecido e que qualquer discussão a esse respeito é completamente absurda.
Dentro das quatro linhas do campo, ninguém chegou perto do nível atingido por ele. Pelé é, sim, o próprio futebol. É um gênio insuperável em seu segmento. É também arte, no nível mais apurado em que ela pode ser concebida e que levou o Santos em que ele jogou à mesma categoria. É tão arte que tentou fazer arte propriamente dita. Na música, no cinema e na tevê. Sem o mesmo êxito, mas ele pode. Pode tudo!
Neste dia em que o rei chega aos 80 anos, fica aqui a homenagem de um jornalista que sempre terá, em relação a Pelé, um lado um tantinho amargurado pela frustração mas também um misto de entusiasmo e encantamento incomparáveis. Viva Pelé!
