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12/04/2025

Rosamaria aprende com 'olhar japonês' na quadra e chega a quase mil pontos

Por Carolina Alberti/Folhapress em 12/04/2025 às 14:15

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O vôlei japonês sempre despertou a curiosidade de Rosamaria, tanto que a brasileira resolveu atravessar meio mundo para aprimorar seu jogo. Única “gringa” do Denso Airybees, a dona de duas medalhas olímpicas tenta absorver um pouco do “poder de reação” da escola japonesa mirando quem sabe o ouro nas Olimpíadas de Los Angeles em 2028.

“Era uma mudança literalmente total. […] São alguns detalhes que eu venho tentando incorporar no meu jogo e hoje eu consigo ter mais golpes e achar outras soluções na parte ofensiva, que não seja só na força. As japonesas têm uma visão da quadra muito diferenciada. E também na parte defensiva, olhar elas todos os dias, ver como elas têm um poder de reação tão grande. Observando de perto, você consegue entender, por exemplo, o que é necessário para conseguir ter uma defesa mais eficiente. Um pouco eu consegui melhorar, continuo aí na luta tentando, mas eu já me vejo fazendo coisas que antes não fazia, algumas reações para bolas, algumas opções na parte ofensiva, e isso me deixa muito feliz”, disse a jogadora.

Além de aprimorar seu jogo, Rosamaria também estava de olho em uma vaga no time de Zé Roberto Guimarães para as Olimpíadas de Paris. A troca do vôlei italiano pelo japonês, em setembro, de 2023, deu frutos, e a oposta foi chamada e conquistou o bronze, sua segunda medalha olímpica.

Após um ano e meio, a brasileira já está adaptada, se arrisca no japonês e até prefere o fuso de 12h em relação do Brasil do que europeu. Ela admite a diferença de horário atrapalha na hora de contar alguma novidade, mas nada que impeça o contato com familiares, amigos e namorada.

“Eu me viro muito bem [no japonês] O básico do dia a dia, eu consigo me virar. Consigo ir em restaurante sozinha, pedir as coisas. Dentro de quadro, me comunico com elas [companheiras de time]. A gente vai um pouco do japonês, um pouco do inglês, um pouco de mímica. Eu tenho uma tradutora, mas quanto mais eu puder me virar sozinha vai facilitar o meu dia a dia. As jogadoras também são super dispostas a me ajudar, assim, fazem de tudo para fazer eu participar das coisas”, falou Rosamaria.

A rotina também está bem encaminhada em quadra. Rosamaria chegou a 927 pontos na V.League, principal campeonato de vôlei do Japão, seu time se classificou para os playoffs e brigará pelo título.

Mais perto do fim?

Rosamaria completou 31 anos esta semana e admite que sua carreira está “mais perto do fim do que do começo”. Ela, porém, está de olho tanto nos campeonatos deste ano — como Mundial e Liga das Nações — como também em completar sua coleção de medalhas. Ela tem uma prata (Tóquio 2020) e um bronze (Paris 2024).

“Eu vivi uma prata e um bronze, adoraria completar esse trio e tenho certeza que esse grupo que participou de Paris também. E, vendo tudo que a gente construiu e constrói no dia a dia, a gente quer levar o Brasil de novo ao lugar mais alto. A gente vai lutar por isso, com certeza. E tomara que ela venha na próxima. Espero poder fechar aí esse trio.

Além do ouro, a oposta tem outra missão antes de se despedir das quadras: atender ao pedido dos fãs e voltar a atuar no Brasil. Rosamaria não defende um clube verde-amarelo deste a temporada 2018/19, quando foi vice-campeã da Superliga pelo Praia Clube.

Eu ainda não sei o que vai acontecer para a próxima temporada e lógico que tenho muita saudade do Brasil e vontade de jogar de novo, mas ainda está tudo em aberto o que vai acontecer para o próximo ano. […] Sei que eles [fãs] ficam tristes porque eu estou longe, e eu fico também. Fico muito honrada de ter esse carinho”, disse Rosamaria.

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