Pelé é Santos, e Santos é Pelé: Rei do futebol comemora 81 anos neste sábado
Por Santa Portal em 23/10/2021 às 07:30
O rei do futebol, Pelé, comemora 81 anos de idade neste sábado, 23 de outubro. O legado como melhor jogador da história é inegável, e a relação do rei com o Santos Futebol Clube é inseparável. O próprio Pelé descreveu sua paixão pelo Santos como um amor verdadeiro e sincero. Um orgulho que nem todos podem ter.
“Eu nunca deixei de amar o Santos Futebol Clube, em uma união do mais puro amor, que para mim, é o mais claro significado da palavra “perfeição”. Nós conquistamos o mundo inteiro juntos. Desde que nos encontramos, Pelé é Santos, e Santos é Pelé. Nunca deixaremos de ser um só, para sempre”, diz um texto publicado nas redes sociais do ex-jogador.

O historiador Guilherme Guarche conta que a relação de Pelé com o Santos sempre foi como um amor entre pai e filho. “Eu entendo que seja uma relação de amor entre pai e filho, que já vem durando desde 1956. O Pelé nunca abandonou o Santos, nem o Santos nunca abandonou o Pelé. Houve épocas em que a relação ficou estremecida por motivos políticos, mas tudo passou, ele nunca se afastou do clube. Ele jogou no exterior, mas voltou, e sempre permaneceu na Baixada Santista”, conta.
A chance de haver um novo jogador como Pelé é incalculável. Atualmente, muitos jogadores priorizam a carreira no futebol internacional, e por isso é improvável que alguém vista a camisa do Santos da forma que Pelé fez. “Mudou muito a relação dentro do futebol, devido aos empresários, que hoje mandam no atleta. Hoje, em um ou dois anos, o atleta já pensa em ir para o exterior. Se for um jogador acima da média, não permanece mais de dois ou três anos no clube, como foi o caso do Neymar”, compara o historiador.

“Então eu acredito que seja muito difícil que apareça outro jogador que venha jogar com amor à camisa, que cria uma identidade com o clube. Dificilmente surgirá um jogador que possa ocupar o lugar do Pelé”, finaliza.
Memória
Na memória de Guilherme Guarche, está um jogo entre Santos e Botafogo de Ribeirão Preto, quando o clube da Baixada Santista venceu por 9 a 0. “Um jogo que eu não esqueço jamais foi em 1964 quando o Santos ganhou do Botafogo de Ribeirão Preto de 9 a 0. Foi num sábado à tarde chuvoso. E o Pelé naquele dia marcou oito gols. Eu estava com amigos preocupados para que ele superasse o Flávio Minuano, que jogava no Corinthians, na tábua da artilharia. E foi o que aconteceu”.
Quando o assunto é o momento mais memorável de Pelé, o jornalista esportivo Leonardo Fontes não tem dúvidas: “Quando eu penso em Pelé e Santos Futebol Clube, o que vem à minha cabeça é o milésimo gol do rei no Maracanã. A gente vê aquelas imagens maravilhosas do Pelé correndo com a bola pelo campo todo, em um estado estranho teoricamente, mas o Santos, por causa do Pelé, era bem visto em todos os lugares, e ainda é. O Pelé é uma das poucas exceções no mundo, e trazer esse carinho pela sua genialidade junto à camisa branca do Santos sempre me deixou muito emocionado e me ajudou a entrar nessa vida do jornalismo esportivo.”

O ex-jogador do Santos F.C., Edu, também homenageou o rei relembrando dos bons momentos. “É o embaixador do futebol, com a equipe do Santos, desbravamos o mundo, e ele como o rei maior encantou a todos.”
Símbolo de Santos
Para a cidade de Santos, Pelé também é um cartão-postal. O ex-prefeito Paulo Alexandre Barbosa, que inaugurou em sua gestão o Museu Pelé, também se emociona ao falar sobre a trajetória do rei na cidade.
“Eu sempre digo que o rei Pelé é o melhor cartão de visita que Santos tem pro mundo inteiro. Em qualquer lugar do mundo, falou em rei Pelé, falou em Santos, isso é muito importante. Temos em Santos a nossa homenagem que é o Museu Pelé, que tive a oportunidade de entregar enquanto prefeito da Cidade, vi a emoção nos olhos do rei, todo o empenho que ele teve para tornar esse sonho realidade. O Pelé sem dúvida nenhuma é uma parte muito importante da nossa história”, disse.

Pelé é único
Que o rei do futebol é insubstituível, não há dúvidas. É difícil dizer se será possível termos um novo Pelé, já que o legado deixado por ele continua sendo aclamado, mesmo 44 anos após o fim de sua carreira como jogador.
“O Pelé costuma dizer que ‘Pelé só tem um’. Assim como só tem um Beethoven, só tem um Pelé. Então, eu acredito que dificilmente surgirá no futebol alguém com a mesma destreza, a mesma magia, o mesmo futebol arte que ele mostrou. Ele foi perfeito em tudo dentro das quatro linhas. Nunca deixou de correr, nunca se omitiu, sempre foi um jogador esforçado, participou conjuntamente com os demais jogadores”, considerou o historiador Guilherme Guarche.
Já o jornalista Leonardo Fontes diz que explicar o dom de Pelé é impossível. “É como o próprio Deus na Terra. Quem é Deus? Ninguém explica Deus. Pode tentar explicar, mas não existe explicação. Deus é Deus, porque é Deus. E Pelé é o Deus da bola, porque maior que ele não vai existir”, finaliza.