Caixinha diz que veio ao Santos por se 'identificar' com projeto e promete time proativo

Por Rodrigo Martins em 07/01/2025 às 15:00

Raul Baretta/Divulgação Santos FC
Raul Baretta/Divulgação Santos FC

Pedro Caixinha foi apresentado na tarde desta terça-feira (7), no Centro de Imprensa da Vila Belmiro, como o novo técnico do Santos. Em seu primeiro contato com a imprensa no novo clube, o português falou sobre o que lhe motivou a aceitar a proposta apresentada pela diretoria santista e os conceitos de jogo que pretende colocar em prática no Peixe.

“O projeto em termos financeiros não foi apresentado. Não é a minha área. A minha área é a esportiva. E o que me cativou foi isso. Possibilidade de reestruturar o clube em termos organizacionais para o que é feito fora de campo ajude o que é feito dentro de campo. No sentido de definir o que é a filosofia, e que identifico. Que a equipe corresponda à filosofia. Identidade, modernidade. O primeiro ponto partiu da análise, do desenho da estrutura, e se os jogadores podem suportar essa ideia, além dos jogadores do mercado que podem chegar e expandir o projeto dentro de campo, através do resultado. O meu trabalho é esse”, disse Caixinha, reforçando a sua identificação com o projeto apresentado pelo Santos.

“É um orgulho muito grande estar aqui. O Santos é um clube com uma dimensão mundial e que quer iniciar um novo ciclo. Sempre me identifiquei com o processo. São 24 (horas) por 7 (dias de semana) vivendo no clube. Para além do projeto, identificamos com as pessoas, com o presidente e o Pedro. Tivemos uma grande identificação com esse projeto. Quando estamos convencidos e queremos dar o melhor, nós desfrutamos do trabalho. Desde o primeiro contato senti a energia positiva. Temos que continuar a estendê-la, para quando as ondas forem mais altas, também temos que suportá-las”, acrescentou.

Sobre os primeiros dias de treinamento, o treinador português falou sobre o seu conceito de jogo e se mostrou muito satisfeito com a resposta que tem sido dada pelos atletas durante essa pré-temporada.

“Cada treinador tem a sua visão de jogo, nunca vou criticar processos anteriores. Nós avaliamos constantemente. Quando cheguei no Red Bull, há dois anos, a direção do treino foi a mesma. Fizemos o defender para frente, o comportamento no tiro de meta. Observamos que a capacidade de entendimento aqui foi maior nessa primeira semana. Quando não temos a bola, defendemos em quatro: tiro de meta, temos que pensar sempre no gol adversário. Marcamos individual nesse momento a pressão. Vejam o primeiro ano do Red Bull e no ano passado, quantas equipes adotaram a mesma coisa”, destacou.

Caixinha destacou que a sua ideia é ter um time sempre bastante ofensivo e agressivo, que pressione constantemente o adversário.

“Queremos a equipe proativa, então não podemos esperar o adversário, é atacar para frente. Bloco alto. Última linha no meio-campo para marcar o impedimento. Os pontas precisam pressionar, sem baixar muito. Queremos ocupar meio-campo ofensivo com e sem a bola. Vamos passar por bloco médio, claro, marcar zonas de pressão. Vamos defender o gol em bloco baixo também, saber fazer. Mas majoritariamente queremos ocupar o campo de ataque. Tiro de meta, ganhar a bola perto do gol adversário. Ganhamos a bola, o primeiro passe tem que ser para frente. Essas são as ideias, comparando podemos ter recursos diferentes, direções, mas no fundo o caminho é o mesmo”, comentou.

O novo comandante, entretanto, evitou dar um prazo para que a equipe esteja totalmente adaptada aos seus conceitos de jogo.

“Se chegar ao 100%, se inicia um novo ciclo. No dia 1, nos apresentamos. No primeiro dia de treino, passamos o comportamento de quando temos a bola, desde o tiro de meta. Saída curta, média ou longa, construção com superioridade numérica, definição e caminhar juntos. Só conseguimos trabalhar as duas primeiras. Nos apresentamos e depois fomos ao campo treinar. Depois é o crescimento, melhorias setoriais e intersetoriais”, finalizou.

Confira outros trechos da entrevista:

Utilização da base

Competência não tem idade. Entendendo a mentalidade, a fome. Não podemos ter jogadores sem ambição de ganhar e que não queiram representar os valores da instituição. Se tiverem qualidade e maturidade, terão oportunidade. Ao longo da semana temos o Luca, o Hyan, o Souza, o Chermont. Temos alguns jogadores que tiveram virose e chamamos jogadores da base. Se tiverem competência, tem todo o nosso apoio. Lá dentro resolvemos a nossa maneira, para fora termos uma maneira de sempre defendê-los

Soteldo e Lucas Braga

O Soteldo eu conhecia e sofri como adversário, quer com ele no Santos ou quando estava no Grêmio. É um jogador que causa um grande desequilíbrio no um contra um, ele nos dá vantagem qualitativa na última zona, isso é muito importante. Conhecemos pessoas quando vivemos com ela. Tivemos apenas uma semana e ele tem tido entrega total ao treino, com a intensidade necessária. (O Soteldo) está a acompanhar todos os processos com a qualidade que tem e intensidade. Sobre o Braga, ele e o Soteldo podem jogar tanto na esquerda quanto na direita. O Soteldo, se não tiver espaço, ele pode encontrar. Um é mais vertical, o outro busca espaços. Estão trabalhando bem. Estamos contentes com o trabalho que eles têm desenvolvido

Patrick

Eu não conhecia o Patrick. Não nos enfrentamos nesses dois anos que estou aqui no Brasil. Está no grupo, trabalhando, se esforçando. Ontem sentiu um pouco, mas tem qualidade, percepção do jogo.

Morelos

Conheci o Alfredo Morelos quando compramos ele no Rangers (Escócia). Ele chegou com sobrepeso. Tinha força física incrível. Teve que fazer um trabalho muito forte para recuperar o peso. O apelido dele era Búfalo, mas eu chamava de ‘Chuta-Chuta’, porque ele queria chutar de qualquer lugar, queria fazer os gols. O resto é a história que ele fez pelo Rangers. Depois o encontrei como adversário quando ele estava no Santos. Cheguei, ele não estava e a informação está por aí

Zagueiros

São as características que procuramos. É defender para sempre, se marcamos individual, os zagueiros se sentem mais confortáveis cada vez mais atrás. Mas queremos linha alta, serem agressivos, mas recuperar a posição. Se a última linha não acompanhar, teremos problema no jogo de transição. Poderíamos correr 15 metros e correríamos 50. São 50 metros atrás dos zagueiros, consequentemente. Precisam ter comando, capacidade de jogar por dentro e por fora, um grande posicionamento e controle do espaço entre linhas e profundidade. Temos que ter essa capacidade de sentir a distância entre ele e o goleiro, defender bolas longas e curtas. Fortes e agressivos na primeira bola de cima, que é muito importante

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