“Ainda não caiu a ficha”, diz Ana Marcela Cunha sobre ouro em Tóquio
Por Marcela Ferreira em 03/08/2021 às 23:01
A nadadora Ana Marcela Cunha, da Unisanta, ganhou medalha de ouro nos 10 km da maratona aquática nas Olimpíadas de Tóquio nesta terça-feira (3). A medalhista, que conquistou a medalha inédita em sua trajetória, diz que “ainda não caiu a ficha”.
Emocionada, ela não deixa a exigência consigo mesma de lado, e conta que ainda pretende rever a prova para poder dizer se seu desempenho foi perfeito. “A gente sempre chegava e falava que poderia melhorar alguma coisa. Quero rever minha prova, é assim que a gente aprende muito, foi assim que eu aprendi muito em todas as minhas provas, revendo os erros. Quero poder rever esse momento desde a largada até a chegada e poder curtir, porque uma coisa é estar nadando, e eu estava feliz, fazendo aquilo que eu queria, mas eu ainda não tenho noção de como realmente foi minha prova”, conta.
“Ainda quero ter esse momento, sentar por duas horinhas e rever como foi tudo, mas eu acredito que quando a gente sai com uma medalha de ouro, posso dizer que a prova foi, se não perfeita, 99,9% perfeita. Se o Fernando falou que não tem nada para comentar sobre a prova eu posso falar que foi perfeita (risos)”, brinca a campeã.
Ana Marcela ressaltou que o título de primeira campeã feminina brasileira na modalidade é empoderador. “Mulher pode ser o que ela quiser, onde ela quiser, na hora que quiser. Eu acho que o tanto que a gente vem recebendo de ajuda de igualdade do Comitê Olímpico, representa muito hoje nas medalhas do Brasil. Estou muito feliz não só pela medalha, mas por ser campeã olímpica.”
Apesar de ter ganhado o ouro, a medalhista de ouro conta que é difícil acreditar em sua conquista, e Ana Marcela pensa que irá se acostumar com o novo título com o decorrer dos dias. “Ainda não caiu a ficha, só de ser medalhista já é bizarro, ainda vai demorar um tempo para cair a ficha do quão grande é e no que a minha vida vai se transformar agora, mas é o que eu sempre sonhei, então de certa forma a gente se prepara um pouco para isso, mas nos próximos dias eu vou me tocar do que é tudo isso”.
Ela ainda agradeceu a todos que a apoiaram desde o começo, para que chegasse onde chegou. “Eu quero agradecer a todo mundo, eu sou uma pessoa muito grata pela vida, por tudo que eu já passei, e por tudo que eu tinha que passar para chegar até aqui hoje. Acho que tudo é aprendizado, queria dizer um muito obrigado a todo mundo. Assim que chegar no Brasil quero agradecer um por um, a quem trabalhou junto, torceu e estava junto comigo desde a frustração do Rio, essas pessoas estavam comigo e sabem quem são, e elas têm 100% de ‘culpa’ por essa medalha ter saído da cor dourada. Quero ver minha família, meus amigos, e aproveitar essa medalha e essa vitória”.
A campeã ainda planeja conquistar um Mundial. “Nunca imaginei estar aqui agora, e no final posso te dizer, eu falei para todo mundo aqui, que eu tentei ser meio europeia, como a gente fala, ter sangue frio, ter tranquilidade, mas somos latinas, somos coração, fui muito mais pela razão do que pela emoção. Ser campeã olímpica é muito importante, ainda não fui campeã mundial, então saio daqui querendo mais para o ano que vem. Estou muito feliz e acho que o Fê é o cara que me trouxe até aqui”, finaliza.