Rodrigo Garcia atua como cabo eleitoral de Bolsonaro em SP e eleva ataques ao PT
Por Carlos Petrocilo e Mariana Zylberkan/Folhapress em 20/10/2022 às 21:00
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontrou com prefeitos e vereadores em São Paulo na tarde desta quinta-feira (20) e teve como cabo eleitoral fervoroso o governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB), que subiu o tom nos ataques contra o PT.
Primeiro a discursar, Rodrigo citou o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para explicar o motivo de ter declarado apoio a Bolsonaro, decisão pela qual “foi bastante questionado”, segundo ele.
“Minha história de vida é de combate ao PT, que votou contra a Constituição, contra o Plano Real, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e que cometeu o maior assalto do dinheiro público neste país e no mundo inteiro”, afirmou Rodrigo, que chamou de amigo o seu ex-rival na disputa ao governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“No dia 1º de janeiro, Tarcísio, vou estar no Palácio dos Bandeirantes para te passar a bandeira, vou passar para um homem de bem”, disse o governador.
O tucano declarou apoio a Bolsonaro e Tarcísio dois dias depois do primeiro turno, quando ficou em terceiro lugar, numa derrota histórica ao PSDB paulista. Antes, Rodrigo se dizia um candidato independente, como forma de provocar os seus rivais pelo Governo de São Paulo Tarcísio e Fernando Haddad (PT).
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também estava presente no evento desta quinta e disse que a reeleição de Bolsonaro depende de seu estado e de São Paulo. “O futuro do Brasil está nas mãos de vocês paulistas e de nós mineiros, que temos a obrigação de virar essa eleição”, disse.
Antes, Zema afirmou ter assumido “um estado arrasado e destruído pelo PT”. “Em Minas, o PT fez barbaridades, coisas impensáveis que nunca se viu no Brasil.”
Bolsonaro também evidenciou que a prioridade de sua campanha no segundo turno são os dois estados do Sudeste. “Já viramos em Minas Gerais e ampliamos [a votação] em São Paulo”, disse Bolsonaro. “O futuro da nossa pátria passa pelo empenho de cada um. Tem que buscar voto fora da família”, continuou.
O presidente também defendeu o que chamou de “pautas conservadoras”. “Somos um país 90% cristão, não queremos essa coisa de ideologia de gênero, não queremos liberar as drogas”, disse. “O Brasil está arrumadinho, está pronto para decolar, é um exemplo para o mundo.”
Em seu discurso, Tarcísio também atacou o partido adversário. “Felizmente, o PT nunca governou São Paulo. Felizmente, essa chaga São Paulo não teve e nem vai ter porque é um estado feito de gente trabalhadora”, disse.
Tarcísio se referiu ao encontro como “reunião de trabalho”. “Eu estava esperando essa reunião, estava me preparando para isso”, disse o candidato, antes de dizer mais uma vez que os compromissos do governo estadual com os municípios serão mantidos.
“Felizmente, o PT nunca governou São Paulo, essa chaga São Paulo não teve e nem vai ter porque é um estado feito de gente trabalhadora”, continuou Tarcísio ao citar a fala de Zema sobre o déficit nas contas mineiras quando assumiu o estado em 2018.
Tarcísio disse ainda que era importante eleger Bolsonaro para São Paulo “não ser boicotado por Brasília”. em caso de vitória de Lula. “Faltam dez dias para organizarmos carreatas para demonstrar força, ir de porta em porta para convencer os indecisos”, afirmou.
Diante da ampla derrota de Bolsonaro no Nordeste, a campanha do presidente traçou a meta de elevar o seu desempenho em São Paulo e Minas Gerais no segundo turno. Ambos são os dois maiores colégios eleitorais do país.
Em São Paulo, Bolsonaro obteve 47,7% dos votos, contra 47,5% de Lula. “Aqui, presidente, ganhamos por 1,8 milhão no primeiro turno e temos que passar para 4 milhões de votos para tirar essa diferença”, disse Rodrigo Garcia.