Com vitória de Tarcísio, Republicanos governará maior fatia da população

Por Mayara Paixão/Folha Press em 31/10/2022 às 06:00

Andre Ribeiro/Futura Press/Folhapress
Andre Ribeiro/Futura Press/Folhapress

A vitória de Tarcísio de Freitas em São Paulo, o estado mais populoso do país, confere ao Republicanos o posto de partido com maior fatia da população sob sua alçada. Com isso, a legenda conservadora herda o capital político que estava sob a batuta do PSDB.

O Republicanos venceu em dois estados: além de SP, com seus 46,6 milhões de habitantes, levou o governo do Tocantins -1,6 milhão-, este no primeiro turno. Puxada pela superpopulação paulista, a cifra da população nacional nas mãos do partido é de 22,6%.

Principal oponente das siglas aliadas do bolsonarismo, o PT conquistou 14,5% da população nacional. A cifra é a somatória dos estados da Bahia (15 milhões), com a vitória de Jerônimo Rodrigues, Ceará (9,2 milhões, com Elmano de Freitas), Piauí (3,3 milhões, com Rafael Fonteles) e Rio Grande do Norte (3,6 milhões, com Fátima Bezerra).

Há quatro anos, nas eleições gerais de 2018, petistas colocaram sob seu guarda-chuva cifra muito semelhante após vencer nos mesmos quatro estados do Nordeste.

Já o PL, partido de Jair Bolsonaro, terá sob sua alçada 11,6% da população após conquistar Santa Catarina, com 7,3 milhões de pessoas, e o terceiro estado mais populoso do país, o Rio de Janeiro (17,5 milhões), com a reeleição de Cláudio Castro, ainda no primeiro turno.

Para efeitos de comparação, o PSL, antiga sigla do presidente que depois se fundiu com o Democratas para dar origem à União Brasil, abraçou 9,4 milhões de brasileiros no pleito de 2018, após levar Rondônia, Roraima e Santa Catarina.

A recém-criada União Brasil (fusão do PSL com o DEM) fica responsável por 16,9 milhões de pessoas -ou cerca de 7,4% da população. A soma resulta da conquista dos governos do Amazonas (4,3 milhões, com Wilson Lima), Goiás (7,2 milhões, com Ronaldo Caiado), Mato Grosso (3,6 milhões, com Mauro Mendes) e Roraima (1,8 milhão, Coronel Marcos Rocha).

Em crescente desidratação, o PSDB, após sair de cena em São Paulo, estado que dominou por quase três décadas a partir da segunda metade dos anos 1990, assistiu a uma considerável queda da fatia de habitantes que governa.
Tucanos levaram 11,2%, se somadas a população de Pernambuco (9,7 milhões), onde venceu Raquel Lyra, do Mato Grosso do Sul (2,8 mi), que elegeu Eduardo Riedel, e do Rio Grande do Sul (11,5 mi), que reelegeu Eduardo Leite.

Há quatro anos, no pleito de 2018, o partido alcançou 28,6% da população brasileira com três vitórias -em SP, MS e RS. São Paulo, assim como agora acontece com o Republicanos, era o responsável por alargar a fatia sob governos tucanos.

O Novo, por sua vez, abraçou cifra semelhante à do histórico partido e é a quarta legenda com mais habitantes sob sua alçada: 10% da população. Não porque tenha conquistado muitos estados -levou apenas Minas Gerais, que, no entanto, é o segundo mais populoso do Brasil, com 21,4 milhões de habitantes.

Entre as demais legendas, o PSB ficou com 15,4 milhões, ou 7,2% da população brasileira -resultado das somas de Espírito Santo (4,1 milhões, com Renato Casagrande), Maranhão (7,2 milhões, Carlos Brandão) e Paraíba (4,1 mi; João Azevêdo).

O tradicional MDB alcançou número semelhante: 15,3 milhões, ou 7,2% da população, após levar Alagoas (3,4 milhões; Paulo Dantas), Pará (8,8 milhões, com Helder Barbalho) e o Distrito Federal (3,1 milhões, com Ibaneis Rocha).
Com dois estados -Paraná (11,6 milhões, com Ratinho Júnior) e Sergipe (2,3 milhões, com Fábio Mitidieri), o PSD abraçou 6,5% do contingente nacional.

Também com duas unidades da federação, mas de população menor -Acre (0,9 milhão, com Gladson Cameli) e Roraima (0,7 milhão, com Antonio Denarium)-, o PP (Progressistas) ficou com 0,7% da população brasileira. Já o Solidariedade, com o Amapá (0,9 milhão, com Clécio Luís), ficou com 0,4% do todo.

Os cálculos de população levam em conta as últimas estimativas do IBGE, que projetam 213,3 milhões de habitantes no país. A cifra é reconhecidamente subnotificada devido ao atraso para a realização do Censo Demográfico. Segundo estimativas da ONU, o Brasil tem atualmente cerca de 215,8 milhões de habitantes.

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