08/07/2023

Tuyo faz show no Teatro do Sesc Santos; confira entrevista

Por Gustavo Sampaio em 08/07/2023 às 08:00

Um dos nomes mais vibrantes da música brasileira na atualidade, com indicações ao Grammy Latino e Prêmio Multishow, além de participações nos maiores festivais do mundo, o grupo paranaense Tuyo retorna a Santos com um show da turnê do EP Depois da Festa, lançado no ano passado pela BMG Brasil. A apresentação acontece neste sábado (8), a partir das 20h, no Teatro do Sesc.

Em Depois da Festa, Lio, Lay e Machado resgatam a serenidade e desembaraço das primeiras composições do trio, guiadas por letras hiper sinceras e humoradas. 

Aliás ainda restam poucos ingressos para o show do Tuyo em Santos. Os preços variam entre R$ 10,00 e R$ 30,00.

Confira abaixo a entrevista concedida por Lio sobre o show, lembranças de Santos e futuros projetos do grupo

Quais são as principais lembranças de Santos?

Nossa última visita foi em janeiro de 2019 (acabei de jogar no Google pra lembrar se era janeiro ou fevereiro e achei até o setlist desse espetáculo!) e a lembrança que mais nos marcou foi a intensidade com que o público nos acompanhou durante todas as músicas, mas eu estaria mentindo se não mencionasse o calor abissal. Lembro de sentir gotículas de suor se formando nas minhas pálpebras! Risos

Recentemente, vocês lançaram uma versão acústica de Zero Coragem. Está nos planos lançar um álbum assim ou excursionar com esse formato? O que pensam sobre isso?

Num momento em que boa parte dos shows precisam acontecer de maneira monumental, nenhum de nós imaginava que esse formato voltaria a ser tão interessante pro público quanto é pra nós. 

O violão é nosso instrumento de alicerce desde o primeiro trabalho e ainda que nossa pesquisa na música eletrônica tenha avançado, tem sido muito bonito entender que nessa era de grandes palcos e shows pirotécnicos a público ainda tenha interesse no que é particular e íntimo.

Então a vontade de recuperar esse momento nos nossos espetáculos e nos nossos trabalhos tá sim nos planos deste ano ainda!

Depois da Festa é o trabalho que vocês trazem para Santos. Muito elogiado, o EP traz um grupo ainda mais maduro na sonoridade. O que trouxeram de influência para esse trabalho?

Em Depois da Festa alguns momentos foram de autorreferência e recuperação de discos que a gente gostava de ouvir em família e o tempo levou, tipo aquele que de alguma maneira popularizou o Kings of Convenience, ou o primeiro do Fleet Foxes. 

Colocar essas linguagens que nos moviam lá atrás pra conversar com lugares novos pra nós nas pesquisas em afrohouse e lofi House nos presentearam com um EP delicado e íntimo.

Depois da Festa teve um processo de produção diferente dos outros trabalhos? Como foram as gravações?

Tudo o que a gente queria era transportar o ouvinte pra dentro do nosso quarto, da nossa intimidade, do nosso jeito de amar e não tinha outra maneira de fazer ficar real sem ser no nosso quarto em casa. 

O trabalho todo foi capitaneado pelo Machado com a gente vivendo dias e dias de conversas íntimas e familiares, um tempo gostoso de exercício da composição e do carinho entre a gente.

A Tuyo consegue transitar em várias vertentes sonoras, o que fica ainda mais nítido nos grandes festivais. Qual é o ponto em comum com artistas de outras vertentes?

Acredito que no nosso caso enxergar o nosso trabalho como uma longa trajetória de pesquisa ajuda a gente a permanecer. Talvez o que tem mantido as portas abertas pra nós seja isso do público entendendo a insistência e a complexidade da nossa pesquisa. O relacionamento com quem nos escuta nos sustenta demais.

Pretendem excursionar com Depois da Festa por mais quanto tempo? Já tem composições inéditas no horizonte? Quais são os próximos passos?

Estamos nesse momento construindo um novo disco, nosso terceiro de estúdio. Tem sido um momento delicioso e logo menos um álbum fruto de muito estudo e boas conversas chega na casa de vocês!

Quais os três discos que mais influenciaram em sua formação como artista? Por que?

Pedi pra cada um escolher um. A Lay escolheu Post, da Bjork, porque eu que mostrei, conecta a gente muito fortemente. 

Machado escolheu o Angels Cry, do Angra, porque foi uma das vezes em que ele se lembra de ter sonhado estar em uma banda, ainda muito novo, fingindo as guitarras com as mãos, emocionado com os solos e se imaginando tocar. 

Eu escolhi o Like Someone in Love, da Ella Fitzgerald, porque me fez sonhar com mais facilidade a minha vida como é hoje pela primeira vez ali pelos 13 anos. 

Acho que as escolhas estão mais pautadas em como e quando esses discos chegaram na gente e é bonito imaginar que em algum ponto da história os nossos também chegaram na vida de alguém.

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