Brasil estoura tempo em desfile que celebra a magia do povo brasileiro
Por Rodrigo Cirilo em 22/02/2025 às 21:33

A escola Brasil abriu, neste sábado (22), a segunda noite de desfiles na Passarela do Samba Dráuzio da Cruz com um enredo que exaltou a magia do povo brasileiro. No entanto, a apresentação foi marcada pelo estouro de dois minutos no tempo regulamentar, o que resultará na perda de um ponto.
Prevista para entrar na avenida às 20h, a Campeoníssima iniciou o desfile com 19 minutos de atraso. Vale ressaltar que as escolas podem atrasar para entrar na avenida sem tomar penalizações, desde que terminem entre 30 e 45 minutos. O coreógrafo Guilherme Gama explicou que a demora foi causada pela chegada tardia de algumas alas.
“Não esperávamos esse atraso e tivemos que segurar a entrada e, claro, correr um pouco mais na avenida. Mas acredito que a escola está aí e vai conseguir dar a volta por cima”, disse Gama, cacique que guiou dez índios na apresentação que retratou a descoberta do guaraná.
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A escola do Grupo de Acesso levou cerca de 800 componentes, distribuídos em nove alas e dois carros alegóricos, para representar o enredo Lendas, Mistérios e Crenças de Um Povo Brasil. O tema foi desenvolvido pelo carnavalesco Régis Lopez, falecido em setembro do ano passado.
Rafael Villares assumiu a responsabilidade de conduzir o desfile idealizado por Lopez, que desbravou da Amazônia à Foz do Iguaçu, evocando a potência dos povos e personagens do folclore, e valorizou a memória nacional. A brasilidade esteve presente em múltiplas referências à fauna e flora, como nas vitórias-régias coreografadas, e à religiosidade, com a figura de Nossa Senhora Aparecida, entre outras características.
Os ritmistas da Feitiço Brasileiro vieram com adereços que faziam menção ao boto-cor-de-rosa. Emocionado, o mestre Binho, que herdou a regência do coração da escola de seu pai, destacou o papel da bateria em manter a Brasil aquecida e animada durante a espera para entrar na avenida.
“A bateria é muito guerreira. Fico triste pela minha mãe, que está doente e não pôde vir, mas a bateria da escola dela está aqui, com raça e com vontade. A Feitiço Brasileiro realizou duas bossas. Priorizamos o ritmo e a batucada, com a cara do meu pai, o eterno mestre Paulão”, desabafou.
Deslocada da elite
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Campeoníssima de 11 carnavais oficiais e cinco pré-oficiais, a Brasil desfilou apenas três vezes no Grupo de Acesso ao longo de seus 75 anos. A escola da Aparecida faturou o título em 2011 e foi vice-campeã em 2019 e 2020. Em caso de repetição de qualquer um desses resultados, a agremiação do Zé Carioca garantirá seu retorno à elite.
Considerada patrimônio cultural imaterial de Santos, conforme a Lei nº 4.494/2024, a Brasil ganhou a alcunha de Campeoníssima após faturar oito títulos consecutivos entre 1956 e 1963. Além disso, é a única agremiação de fora da capital a ser campeã do Carnaval de São Paulo, em 1954.
O Carnaval 2025 pelo Sistema Santa Cecília de Comunicação tem um oferecimento da Facttum Construção e Negócios, Trasmontano Saúde e Prefeitura de Santos.