Técnico de enfermagem participa de parto surpresa em Santos: "Sensação de renovação de energia"
Por Ted Sartori/#Santaportal em 27/04/2020 às 11:31
SANTOS – Glauco Zacharias é técnico de enfermagem desde 2005. Trabalhou nas UTIs de hospitais da região. Há oito anos, desde 2012, integra a equipe do Samu-Santos. Na sexta-feira (24), ele viveu mais uma emoção em sua carreira.
Embora o parto de Arthur, filho de Stephany Ribeiro Sotelo, de 19 anos, seja o quinto ou sexto que Glauco acompanha, o profissional abe que cada atendimento tem a sua história. Ainda mais em meio à pandemia do novo coronavírus, em que os sentimentos se afloram ainda mais.
“Graças a Deus deu tudo certo. A sensação é maravilhosa. É uma sensação de renovação de energia no meio desse caos que a gente está vivendo. Eu me emocionei muito porque eu me lembrei de minha filha. Estou afastado dela por conta do coronavírus. Só estou vendo minha filha por vídeo, por Whatsapp. Então foi muito emocionante e é muito gratificante. Graças a Deus a gente, que trabalha na área, tem essa oportunidade”, conta o técnico de enfermagem.
Tudo aconteceu por volta das 10 horas, no quarto da residência dela, na Rua Comendador Martins, no bairro da Encruzilhada, em Santos. “Eu estava de plantão. Minha base fica na Barão de Paranapiacaba e demorei por volta de 1 minuto para chegar, pois é pertinho. Eu dirijo a ‘motolância'”, conta, referindo-se também à junção das palavras moto e ambulância.
Stephanny estava em trabalho de parto. A bolsa tinha acabado de estourar e o incrível detalhe: foi aí que ela descobriu que estava grávida. “Ela estava com muita dor. Aferi, então, os sinais vitais, vi pressão, temperatura, glicemia…Não demorou para que a viatura chegasse com as técnicas de enfermagem”, completa Glauco.
O parto acabou sendo normal e sem intecorrências. “Elas foram examinar a moça e, assim que tiraram o short, a criança nasceu. Então a gente aparou o bebê, um menino lindo, houve todos os procedimentos de secar o bebê, aquecemos para que ele não perdesse o calor e foi feito o corte do cordão umbelical, além da identificação do bebê”, detalha Glauco.
Enquanto as técnicas de enfermagem Daniela e Rosângela cuidavam da mãe, Glauco estava com o bebê no colo. O trabalho dele terminou ali, quando a mãe foi levada pela ambulância ao Hospital dos Estivadores, também em Santos – ela teria alta hoje. Mas a sequência de alegrias permaneceu em sua mente, como um bálsamo diante do mundo pesado que todos estão vivendo.
Arquivo pessoal/Glauco Zacharias