Suman e esposa colocam tornozeleira eletrônica em Santos

Por Santa Portal em 03/05/2022 às 16:05

O prefeito de Guarujá, Vàlter Suman, e a sua esposa, Edna Suman, foram até o prédio da Justiça Federal em Santos, na tarde desta terça-feira (3), para colocarem tornozeleira eletrônica. A medida cumpre um pedido feito pelo procurador do Ministério Público Federal (MPF), deferido pela Justiça Federal.

Suman é investigado pela Polícia Federal por possíveis desvios na área da Saúde do município. No dia 29 de março, o prefeito foi afastado do cargo por ordem judicial. A vice-prefeita Adriana Machado (PSD) assumiu interinamente o comando da Prefeitura.

O Santa Portal apurou que as investigações da Polícia Federal sobre um suposto esquema de corrupção e desvio de verbas públicas na Prefeitura de Guarujá, indicaram que o prefeito, Válter Suman, e sua esposa, Edna Suman, tiveram gastos “astronômicos” nos últimos dois anos. Compras de roupas e de joias ultrapassam mais de R$ 3 milhões.


Foto: Reprodução

Investigações

A Polícia Federal aponta que, ao menos, duas organizações criminosas atuavam na prefeitura, sendo uma delas chefiada pelo prefeito Suman e a esposa, e operada por Marcelo Nicolau. Junto com outros envolvidos, de acordo com as autoridades, fraudavam contratações públicas, para negociar vantagens indevidas com empresários.

De acordo com a PF, Nicolau seria o homem responsável pelo recebimento, e então, repassava esses valores para o casal. Prints de conversas mostram a primeira-dama pedindo para que o ex-secretário de Educação lhe entregue quantias em dinheiro.

“Vou precisar de dinheiro para pagar contas […]. Pode ser R$ 20 mil”, diz em uma das conversas.

Em posse de Nicolau, os agentes encontraram ainda contratos de serviços onde se consta o valor ajustado já com a propina inicial para a negociação do contrato, e o quantitativo em percentagem referente às vantagens indevidas que seriam pagas mensalmente pelas empresas.

Já a segunda organização era chefiada por Almir Matias, um empresário dono e controlador de entidades que se qualificam como Organizações Sociais, e firmam contrato de gestão com as prefeituras para atuarem na administração da Saúde. Nessa, eram realizadas contratações públicas superfaturadas, além de repasse de recursos por serviços não prestados e para empresas fantasmas.

Primeira fase

A acusação contra Suman envolve fraudes nas contratações das áreas de saúde e educação realizadas pela prefeitura.

As empresas Organização Social Pró-Vida (OS) e a empresa AM da Silva Serviços Administrativos Ltda. (AM da Silva) teriam firmado contratos com o município que superam valores de R$ 30 milhões – uma parte substancial desse valor teria sido repassada pelo Governo Federal para o combate à pandemia da covid-19.

Suman e o secretário de Educação, Marcelo Nicolau, chegaram a ser presos pela Polícia Federal em setembro de 2021 durante a primeira fase da Operação Nácar-19. Em imóveis ligados aos investigados foram encontrados dinheiro e joias, inclusive no Gabinete Municipal.

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