Peruíbe registra nova aparição de lagartas venenosas e especialistas alertam para riscos

Por Beatriz Pires em 17/11/2025 às 06:00

Reprodução/ Instagram
Reprodução/ Instagram

Lagartas venenosas foram encontradas em Peruíbe e ligou o alerta na população. O contato com elas pode desencadear sintomas como coceira intensa, dor localizada e vermelhidão — e, em casos mais graves, levar à morte. Trata-se da espécie Lonomia obliqua, normalmente encontrada em áreas de Mata Atlântica. Elas são caracterizadas pela coloração marrom-clara esverdeada com listras castanhas escuras e padrões brancos em forma de “U”, e possuem o corpo coberto por espinhos.

O achado foi feito pelo biólogo Bruno Lourenço, que encontrou as lagartas agrupadas em um tronco — comportamento natural da espécie, usado como forma de defesa. Ele descreveu a cena como “linda e perigosa”.

O caso, porém, não é isolado. O biólogo Jorge Luís explica que é comum encontrar essa espécie na Baixada Santista durante todo o ano, mas que, na primavera e no verão, elas aparecem com maior frequência.

“É comum formarem esses aglomerados nos troncos das árvores durante o dia e, à noite, migrarem para as folhas das quais se alimentam, principalmente de árvores frutíferas, como goiabeiras e mangueiras”, explica.

Os sintomas variam conforme a intensidade do contato. Os insetos desse gênero possuem cerdas urticantes extremamente irritantes à pele e às mucosas. Em pessoas alérgicas ou expostas por mais tempo, o envenenamento pode ser fatal.

Segundo o especialista, normalmente o reflexo natural do corpo ajuda a evitar maiores complicações. O contato é minimizado pelo sistema parassimpático: ao encostar na lagarta, há a sensação de um leve choque que faz com que a pessoa se afaste rapidamente do perigo. Nesse caso, lavar com água corrente e sabão é suficiente. Em contatos mais severos, é preciso procurar ajuda médica.

Ele ressalta que, embora essas lagartas sejam comuns, aglomerados como o observado em Peruíbe são mais raros em áreas urbanas.

“São diversos os fatores que levam a isso. Talvez o principal seja a diminuição de predadores, como algumas aves adaptadas a caçar essas lagartas”, afirma.

Ao avistar o inseto, o ideal é manter distância. Caso o local tenha grande movimentação, o biólogo recomenda acionar o Corpo de Bombeiros para a remoção segura. Tentar queimar ou aplicar substâncias químicas pode causar acidentes. As prefeituras, por sua vez, devem manter a poda das árvores em dia, já que são nesses locais que os aglomerados costumam se formar.

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.