Empresa de manutenção de elevador que caiu acredita em falha de fabricação de peça
Por #Santaportal em 09/02/2020 às 10:28
SANTOS – A Villarta, empresa responsável pela manutenção dos elevadores do Edifício Tiffany, na Vila Belmiro, em Santos, alega a possibilidade de ter sido uma falha de fabricação de uma peça o motivo da queda do equipamento em 30 de dezembro do ano passado.
“Tais esclarecimentos só serão possíveis após a elaboração do laudo pericial, o qual poderá apontar a causa da queda do elevador de serviço, contudo, diante das análises feitas, temos motivos para acreditar que o acidente foi ocasionado por uma falha de fabricação da placa de suspensão, a qual veio se romper naquela ocasião”, diz o documento enviado à Prefeitura de Santos, assinado por Carlos Ramalho, gerente da empresa.
O elevador despencou desde o quinto andar e passou por oito níveis, matando quatro pessoas da mesma família: Jucelina Santos, esposa de um suboficial da Marinha (o prédio era destinado exclusivamente a militares da corporação), o casal Edilson Donizete e Lucineide de Souza Goes, além do filho Eric Miguel. Segundo o Instituto Médico Legal, a causa foi politraumatismo.
“Sendo esta falha um vício oculto de fabricação, há grandes possibilidades do elevador social ser portador do mesmo problema. Desta forma, o religamento do mesmo não seria prudente, pois esta atitude colocaria a segurança dos demais moradores em risco”, continua o texto.
Ainda no documento, a Villarta também revela ter encaminhado para análise da Marinha do Brasil proposta de compra e venda para realizar a troca completa dos dois elevadores, “a fim de proporcionar aos moradores daquele edifício um equipamento novo, com tecnologia avançada e – principalmente – seguro”.
Sem laudo
No entanto, no mesmo documento enviado pela Villarta e protocolado na Prefeitura às 15h02 da última quinta-feira (6) não consta qualquer laudo técnico solicitado pelo Poder Público a respeito dos itens de segurança dos elevadores. A justificativa é que não havia base de comparação entre os dois equipamentos em razão da retirada de peças por parte da Polícia Científica. A razão é a mesma de não se ligar novamente o elevador social.
“Como alguns dos componentes de segurança do elevador social foram retirados pela Polícia Científica para efeitos de comparação entre as duas estruturas, a sinistrada e não impactada, testes complementares não puderam ser realizados de forma efetiva. A Villarta solicitou o acompanhamento dos exames e aguarda autorização para acesso ao material recolhido, impossibilitando exames aprofundados acerca dos componentes dos elevadores até o presente momento. Sendo assim, o mesmo permanece desligado e fora de uso”, afirma o texto.
O Núcleo de Física do Instituto de Criminalística da Polícia Científica, em São Paulo, concluiu na sexta-feira (7) as análises sobre os dois conjuntos de peças e já estão disponíveis para os peritos do Instituto de Criminalística de Santos. Os resultados irão embasar os laudos a serem produzidos pelo órgão da Cidade e o inquérito sobre a causa da queda do elevador.
A Villarta também chama a atenção “que o equipamento e todos os seus itens de segurança, até a ocorrência do acidente, estavam com a sua manutenção em dia e em andamento a todas as normas técnicas exigidas, como bem atestou esta própria repartição municipal”. A referência está nos relatórios trimestrais e controle de manutenção preventiva, segundo a empresa, já entregues à Prefeitura de Santos. “Contudo, após o acidente, alguns componentes técnicos do elevador de serviço ficaram danificados, sendo impossível o seu mero reparo”, emenda.