Comissão analisa defesa de Suman em pedido de impeachment

Por Santa Portal em 11/05/2022 às 13:05

Reprodução/Instagram
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A Comissão Processante da Câmara de Guarujá se reuniu, na terça-feira (10), para analisar a defesa prévia do prefeito afastado, Válter Suman, em um novo pedido de impeachment. Ele e a mulher, Edna Suman, são investigados pela Polícia Federal por possíveis desvios na área da Saúde do município

Suman apresentou a defesa na última sexta (6), e agora, a Comissão terá cinco dias para determinar se dará prosseguimento ou se o processo será arquivado. Se decidir pelo arquivamento, será necessário elaborar um relatório fundamentado para levar ao plenário para votação. Já em caso de prosseguimento determinará as diligências que serão realizadas nos termos do Decreto-Lei 201/1967.

O grupo que analisará a defesa do prefeito é composto pelos vereadores Fernando Martins dos Santos – Peitola (MDB), Santiago Angelo (PP) e Carlos Eduardo Vargas (PTB), e foi formada após a denúncia feita pelo engenheiro José Manoel Ferreira Gonçalves.

O Santa Portal tentou entrar em contato com a defesa de Suman, mas até a última atualização dessa reportagem, não teve retorno.

Tornozeleira

Na última semana, Suman e a esposa foram até o prédio da Justiça Federal, em Santos, para colocar tornozeleira eletrônica. A medida cumpre um pedido feito pelo procurador do Ministério Público Federal (MPF), que foi acolhido pela Justiça Federal.

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Santa Portal apurou que as investigações da Polícia Federal sobre um suposto esquema de corrupção e desvio de verbas públicas na Prefeitura de Guarujá, indicaram que o prefeito, Válter Suman, e sua esposa, Edna Suman, tiveram gastos “astronômicos” nos últimos dois anos. Compras de roupas e de joias ultrapassam mais de R$ 3 milhões.

Investigações

A Polícia Federal aponta que, ao menos, duas organizações criminosas atuavam na prefeitura, sendo uma delas chefiada pelo prefeito Suman e a esposa, e operada por Marcelo Nicolau. Junto com outros envolvidos, de acordo com as autoridades, fraudavam contratações públicas, para negociar vantagens indevidas com empresários.

De acordo com a PF, Nicolau seria o homem responsável pelo recebimento, e então, repassava esses valores para o casal. Prints de conversas mostram a primeira-dama pedindo para que o ex-secretário de Educação lhe entregue quantias em dinheiro.

“Vou precisar de dinheiro para pagar contas […]. Pode ser R$ 20 mil”, diz em uma das conversas.

Em posse de Nicolau, os agentes encontraram ainda contratos de serviços onde se consta o valor ajustado já com a propina inicial para a negociação do contrato, e o quantitativo em percentagem referente às vantagens indevidas que seriam pagas mensalmente pelas empresas.

Já a segunda organização era chefiada por Almir Matias, um empresário dono e controlador de entidades que se qualificam como Organizações Sociais, e firmam contrato de gestão com as prefeituras para atuarem na administração da Saúde. Nessa, eram realizadas contratações públicas superfaturadas, além de repasse de recursos por serviços não prestados e para empresas fantasmas.

Primeira fase

A acusação contra Suman envolve fraudes nas contratações das áreas de saúde e educação realizadas pela prefeitura.

As empresas Organização Social Pró-Vida (OS) e a empresa AM da Silva Serviços Administrativos Ltda. (AM da Silva) teriam firmado contratos com o município que superam valores de R$ 30 milhões – uma parte substancial desse valor teria sido repassada pelo Governo Federal para o combate à pandemia da covid-19.

Suman e o secretário de Educação, Marcelo Nicolau, chegaram a ser presos pela Polícia Federal em setembro de 2021 durante a primeira fase da Operação Nácar-19. Em imóveis ligados aos investigados foram encontrados dinheiro e joias, inclusive no Gabinete Municipal.

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