Câmara de Guarujá aceita denúncia contra Suman e cria comissão para investigar o caso
Por Santa Portal em 05/04/2022 às 19:32
A Câmara Municipal de Guarujá votou, nesta terça-feira (5), o pedido de impeachment contra o prefeito Válter Suman, que foi afastado do cargo no último dia 29 de março por ordem judicial. Ele é investigado pela Operação Nácar-19, que apura crimes de desvio e lavagem de dinheiro da saúde pública.
Os vereadores decidiram, por unanimidade, aceitar a denúncia contra o prefeito e decidiram criar uma comissão para investigar o caso. Os vereadores que compõem a comissão são Fernando Martins dos Santos, o “Peitola” (MDB), como presidente, Carlos Eduardo Vargas da Silva (PSB), como relator, e Santiago dos Santos Ângelo (PP), como membro.
O presidente da comissão, Peitola, conta quais serão os próximos passos. “Na data de hoje (5), foi feita a leitura do pedido, onde foi aceita por unanimidade a abertura desta comissão. A partir daí, a mesa da Câmara fará um ato de resolução que será publicado no Diário Oficial, e essa comissão estará legalmente constituída. Ela tem cinco dias para notificar o acusado. Depois de notificado, ele terá o prazo de dez dias para apresentar a sua defesa prévia”, explica.
O novo pedido de impedimento do chefe do Executivo do município foi protocolado pelo engenheiro José Manoel Ferreira Gonçalves, autor do primeiro pedido de impeachment de Suman.
No documento protocolado no Legislativo, o autor do pedido de impeachment alega a prática, em tese, de crime de responsabilidade e quebra de decoro em função pública por parte do prefeito. O documento traz informações e provas anteriormente apresentadas à polícia argumentando a necessidade do impeachment.
José Manoel afirmou que nos próximos 90 dias, ele deve ser convocado para as oitivas. “Nesses 90 dias eu vou ser ouvido nas oitivas, o prefeito vai ser ouvido, além de outras testemunhas que a Câmara poderá chamar. Vamos ver como a Câmara irá se comportar. Espero que as pessoas do poder Legislativo tenham amadurecido muito, espero que a cidade tenha amadurecido bastante e que a política esteja sendo vivida na cidade de maneira mais altiva, onde não preencha a página de polícia, e volte para a página de política dos jornais”, disse.
Sobre a presença de vereadores que constam no inquérito da Polícia Federal durante a votação, José Manoel disse que irá estudar juridicamente o que pode ser feito. “Nós vamos estudar juridicamente o que fazer, com muita cautela. Me parece que o vereador que está na lista de arrolados no inquérito da Polícia Federal, participa do julgamento do processo de impeachment.”
Suman é investigado pela Polícia Federal por possíveis desvios na área da Saúde do município. No dia 29 de março, o prefeito foi afastado do cargo por ordem judicial. A vice-prefeita Adriana Machado (PSD) assumiu interinamente o comando da Prefeitura.
O Santa Portal apurou que as investigações da Polícia Federal sobre um suposto esquema de corrupção e desvio de verbas públicas na Prefeitura de Guarujá, indicaram que o prefeito, Válter Suman, e sua esposa, Edna Suman, tiveram gastos “astronômicos” nos últimos dois anos. Compras de roupas e de joias ultrapassam mais de R$ 3 milhões.
Além disso, Gonçalves peticionou nesta segunda-feira (4) ao presidente da Câmara, Edmar Lima dos Santos, o Juninho Eroso (Progressistas), informando que ele e os vereadores Mario Lucio (PSB), Nego Walter (PSB), Sirana Bosonkian (PTB), Naldo do Perequê (PSB) e Santiago Angelo (Progressistas) também são investigados nos termos da representação apresentada pela Polícia Federal ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região e que, por isso, eles deveriam ser impedidos de participar da votação para aceitação ou não do novo pedido de impeachment de Suman.