Baixa nos preços de cebola, batata e tomate traz fôlego para quem faz feira

Por Beatriz Pires em 17/11/2025 às 06:00

Valter Campanato/Agência Brasil
Valter Campanato/Agência Brasil

Não há mais desculpas para deixar a salada de lado — o preço dos legumes e verduras caiu, trazendo alívio ao bolso dos brasileiros. De acordo com o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), elaborado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS), no mês de setembro os produtos in natura registraram uma deflação de 5,16%, acumulando queda de 5,34% no ano e de 7,20% nos últimos 12 meses.

A cebola foi o alimento que mais contribuiu para essa redução, ficando 22,08% mais barata. Em seguida aparecem o pepino, com queda de 21,67%, a batata, com 20,56%, e o tomate, com 17,36%. A tradicional “cesta da salada” também teve reduções na mandioquinha (5,23%), pimentão (4,34%), vagem (3,09%), cenoura (1,85%), verduras (1,79%) e berinjela (1,68%). Os ovos, importantes na alimentação saudável, também apresentaram queda de 3,47% no período.

De acordo com o economista Alexandre Pereira, o movimento de baixa está relacionado a fatores sazonais, especialmente às condições climáticas. “O aumento da temperatura no inverno, em comparação ao ano anterior, possibilitou uma colheita maior em um curto período. Como se trata de alimentos perecíveis, a grande oferta impacta diretamente no preço, já que não é possível manter estoques”, explica.

Outro ponto que contribuiu para a queda foi a redução no preço do diesel no segundo trimestre, o que diminuiu os custos logísticos e refletiu no valor final dos alimentos.

A queda representa um alívio para o consumidor. Estima-se que o brasileiro gaste, em média, 21,64% do salário com alimentação. Pereira acredita que a redução faz parte de um processo de desinflação no país. “Grãos e cereais devem ser os próximos produtos a serem beneficiados, mas os itens in natura tendem a voltar aos preços anteriores”, afirma.

Na Baixada Santista, no entanto, o cenário pode ser diferente. Com a chegada do verão e o aumento do fluxo de turistas, somados à instabilidade climática que pode dificultar o transporte de produtos para a região, os preços podem voltar a subir.

“Precisamos pensar em ações para mitigar esses efeitos. Enquanto buscamos adaptar o cultivo e investir em tecnologia para reduzir os impactos dos eventos climáticos, no longo prazo, é necessário estimular o rodízio de cultivo e consumo no curto prazo, além de organizar estoques reguladores e mecanismos de redução tributária para evitar aumentos severos nos preços, principalmente dos itens da cesta básica”, conclui o economista.

Pereira ainda orienta os consumidores a se manterem atentos. Em épocas de alta, é importante pesquisar os locais com melhores preços, como feiras e mercados. Já nos períodos de baixa, vale apostar em receitas que aproveitem o produto por completo e congelar os alimentos, garantindo o consumo por mais tempo.

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