17/08/2024

Maiara e Maraísa celebram Marília Mendonça e cantam sofrência etílica em Barretos

Por Lucas Brêda/ Folha Press em 17/08/2024 às 11:32

Reprodução/ Instagram
Reprodução/ Instagram

Maiara e Maraísa cantaram sobre romances que deram errado embalados a álcool na madrugada deste sábado (17), em Barretos, no interior de São Paulo. As irmãs se apresentaram depois de Simone Mendes e Bruno & Marrone na Festa do Peão de Barretos.

A dupla subiu ao palco já depois das 3h30, e encontrou uma plateia que estava, ela própria, bastante embriagada. Não é de hoje a ligação entre música sertaneja e o consumo de álcool, em especial a cerveja -uma marca da bebida é a principal patrocinadora do evento-, e num festival da dimensão do de Barretos essa relação fica ainda mais intensa.

“Vou tomar uma grande hoje! Temos vários títulos, de dupla feminina, de mulheres empoderadas, mas o melhor é o de maiores bebaças”, disse Maraísa, antes de a dupla puxar a sequência “Bebaça”, esta de Marilia Mendonça, e “Aí Eu Bebo”, duas canções que retratam histórias de bebedeiras.

Parceiras de Mendonça no projeto Patroas, as irmãs são determinantes no feminejo, iniciativa de mulheres cantando sobre relacionamentos do ponto de vista feminino no sertanejo. Em curso há cerca dez anos, esse movimento chacoalhou e transformou o gênero musical mais ouvido no Brasil.

É nessa pegada a maior parte do repertório das irmãs, incluindo parcerias com Mendonça, como os sucessos “Esqueça-me Se For Capaz” e “Presepada”, que abriram o show, e “Todo Mundo Menos Você”, cantada em coro pelo público de cerca de 50 mil pessoas. Nesta última, Maiara -esta, segurando o choro- e Maraísa homenagearam a amiga, morta em 2021 após um acidente de avião.

Passa também por “A Culpa é Nossa”, que chama o parceiro de “bosta” por ele querer dividir a culpa pelo fim do namoro depois de mentir e trair, “Narcisista”, que é um diálogo direto com um homem falso, que tem várias personalidades, e “Libera Ela”, sobre um cara que prende em um relacionamento uma mulher mesmo sem amá-la.

No palco, as irmãs têm um entrosamento vocal invejável -elas se complementam harmonicamente, seja cantando juntas ou revezando versos. Diferente de muitas duplas sertanejas em que o backing vocal fica quase inaudível, uma não fica subjugada à outra, e quase sempre é possível ouvir as duas cantoras em ação.

É algo que ficou evidente quando Maiara lembrou que, no disco da dupla de dez anos atrás, a música mais bem-sucedida não tinha a voz dela -só a da irmã. Em Barretos, Maraísa segurou sozinha “Medo Bobo”, um dos maiores sucessos da dupla, com muita desenvoltura no canto, emendando depois “Nem Tchum”, esta ao piano.

Houve ainda uma seção em que Maiara e Maraísa mostraram seu talento como autoras, cantando trechos de hits que escreveram para outros cantores. Entre eles, gente como Matheus & Kauan, Henrique & Juliano e, claro, Marília Mendonça.

Ao fim do show, depois das 5h10 da manhã, já não havia cerveja em grande parte dos pontos de venda na pista. Os mais animados aproveitaram para subir nas caixas térmicas ao som de uma sequência de modões, enquanto uma parte considerável do público já deixava o estádio projetado por Niemeyer. Minutos depois, Michel Teló ainda comandaria um trio elétrico no festival de Barretos.

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