09/11/2023

Vitor Kley lança A Bolha Ao Vivo em São Paulo e planeja futuro: "vai chegar coisa nova"

Por Gustavo Sampaio em 09/11/2023 às 11:57

Reprodução/Instagram
Reprodução/Instagram

O músico Vitor Kley lançou a versão completa do álbum A Bolha Ao Vivo em São Paulo. O projeto é uma gravação ao vivo do disco A Bolha, de 2020, com mais três músicas inéditas e surpresas especiais para o público. Dividido em três partes, lançadas nas últimas semanas, a obra completa agora está disponível nas plataformas de streaming.

Aliás, no próximo dia 18, a partir das 21 horas, Vitor Kley se apresenta no Arena Club, em Santos. Ainda há ingressos disponíveis à venda no Articket, eles custam entre R$ 40,00 e R$ 200,00.

Em conversa com o Santa Portal, o artista falou sobre a produção do álbum, além das participações especiais, projetos para o futuro, experiências no exterior, entre outros assuntos.

Como foi o processo de produção do A Bolha Ao Vivo em São Paulo?

Cara, foi muito massa, é muito bom poder registrar ao vivo as músicas de estúdio. A ideia é registrar tudo que a gente faz pra ter esse registro pra sempre, até pra quem não conhece muito nosso trampo ao vivo, ver ali e se interessar de querer ir no show, de sentir essa energia com a gente.

Acho que isso é muito crucial para esse trabalho, não adianta, a gente gosta mesmo de tocar, de estar no palco. E aí quando vai gravar, tu fica amarradão, sabe? Até que enfim vamos gravar uma coisa que a gente gosta tanto, que a gente ama tanto, e é massa ver no mundo.

Por que dividiu esse projeto em três etapas?

Como a gente tinha três singles que ficaram de músicas inéditas, pra toda música ter a sua chance de brilhar, a gente misturou em três partes. A primeira parte são sete músicas, mas uma é inédita, então fica ali uns dez a 15 dias essa primeira parte.

A segunda fase são mais sete músicas, mas uma destas é inédita. Por fim, a terceira parte foram seis tracks e acho que tem uma inédita também.

Samuel Rosa, Jorge e Mateus, Priscila Alcântara são alguns dos participantes especiais do seu novo projeto. Como foi a curadoria para a escolha desses nomes? Você já havia trabalhado com eles?

Com o Samuel e a Priscilla já tinha feito colaboração. Tudo Pah (com a Priscilla) ficou outra onda ao vivo, meio rock n’ roll até. Já o Jorge e Mateus e o L7nonn, na verdade, admiro muito o trabalho deles.

Jorge e Mateus acho muito foda, tem um amigo meu, o Flavião, que trabalha lá com eles. Quando escrevi Porta Retrato com o compositor do Simão, amigo meu, brinquei “imagina o Jorge e Mateus cantando isso aqui e tals”. Um dia, eu na caruda, falei: “ah vou mandar mensagem pro Mateus, ele curte minhas coisas no Instagram”, ele curtiu a ideia.

L7nnon conheci com os moleques do surf lá do Maramba (Santa Catarina), onde aprendi a surfar. Eles viviam falando do L7nnon e fui ouvir o som dele, curti pra caramba, vi que o cara era do surf, do skate, um cara massa. Vi ele numa premiação falando umas paradas bem massa e mandei mensagem na cara dura ali no Instagram, ele curtiu a ideia e rolou, saca?

Mas é muito legal ver como tem coisas meio improváveis, como a do L7nnon e do Jorge e Mateus, era meio improvável para o público, mas rolou uma química animal, a música ficou irada, mó vibe assim e trouxe essa surpresa para as pessoas.

Quais são os principais desafios na hora de gravar ao vivo? É muito mais trabalhoso do que no estúdio?

Acho mais difícil, gosto dessa filosofia de botar o que aconteceu mesmo, então você tem que ensaiar e estudar muito antes, para chegar na hora e estar seguro. Quando você grava em estúdio, tu tá ali criando e gravando. Não tá bom? Volta e faz de novo, então não tem tanto tempo ruim. Mas no ao vivo, o pau pega e é aquilo ali mesmo, até vocal mesmo, se tu errar no vocal e depois for regravar, não é a mesma coisa.

O legal é ter o feeling do ao vivo que aconteceu no dia, então exige um trabalho maior, por mais que seja gravado em um dia.

O álbum de estúdio demora meses gravando, é um trabalho de pré-produção muito maior, tu fica com banda, imaginando luz, afinar as coisas planejando o telão de LED, pensando em figurino, no que você vai falar, na divisão e na conexão das músicas, pra na hora ter a chance de acertar ali. Se der errado, dá pra regravar no estúdio, mas é melhor não, né? Pra nossa filosofia de banda é melhor a gente estar bem afinado no dia. 

É muito boa essa adrenalina do ao vivo né?

Sim, você estar ali com o povo cantando é outra vibe, se divertindo, depois você tem tudo isso registrado, é muito bom.

Você fez turnê pela Europa recentemente, qual as principais diferenças do público de lá para o daqui?

A gente criou um vínculo muito forte com a galera de Portugal, os portugueses gostam muito da gente, acabei vivendo lá um tempo também porque acabei namorando uma portuguesa, acaba que o cara cria um laço com os portugueses. Agora, 90% do nosso público lá é português, 10% é brasileiro.

Às vezes a galera não imagina, a cultura é muito diferente, até a maneira do meet and greet. Aqui, quando você recebe os brasileiros, é uma onda. Lá, eles são mais de boa, se você não troca ideia com eles antes, eles ficam mais quietos.

No show é uma coisa engraçada, porque às vezes você fala “na palma da mão” ou “acende a lanterna do celular” e eles ficam o tempo inteiro, até você falar que pode apagar.

Aqui no Brasil, a galera já entende que bate palma uma hora e depois para, eles são muito educados. Em Portugal, quando você vai falar, o silêncio fica. Acabou uma música e a gente troca uma ideia. Aí quando vai trocar ideia, eles ficam olhando, contemplando e curtindo, isso é muito legal.

Aqui no Brasil a gente tem mais esse ambiente de festa, de loucura de ficar gritando pro cara, lá eles são mais de boa, e piro em tocar lá, é muito legal, piro aqui e lá, cada um na sua onda. É animal!

Tu falou que morou em Portugal, que história é essa?

Foi em 2019, fui divulgar meu trabalho lá, O Sol deu bom em Portugal, explodiu e tudo mais. Me chamaram pra fazer entrevista e fui, conheci uma menina lá que me entrevistou e acabou que voltei no fim do ano pra fazer turnê. Já estava trocando ideia com ela, ela veio pro Brasil no meio do ano pra fazer um trampo aqui e a gente acabou criando uma conexão.

Namorei com ela dois anos, e aí como ela morava lá, fui lá várias vezes encontrar ela, acabou que direto passei pelo país, fui em vários programas com ela, foi massa, um relacionamento legal, uma experiência muito boa.

Quais são os planos para o futuro? Já pensa em um álbum de inéditas?

A gente pretende viajar com essa turnê até onde der, porque realmente o álbum A Bolha, de estúdio, ano que vem vai completar quatro anos, a gente precisa de álbum novo de inéditas. Não sei quando, mas a gente vai viajar com essa turnê do DVD, que é basicamente o que aconteceu no DVD com coisas novas que a gente acrescentou para ter no show ao vivo.

Mas com certeza já estou fazendo as pré-produções e músicas novas, pirando aqui, pensando em coisa nova porque a roda não para, não dá pra ficar parado, tem que estar em movimento. Então escrevo muito, estou todos os dias fazendo som, tocando violão, piano, essas coisas, vai chegar coisa nova, tá chegando a hora de vir com coisa inédita mesmo.

Consegue listar três álbuns fundamentais na tua formação como músico?

Commitment, do Seal, é um dos melhores álbuns que ouvi, pelo menos as cinco primeiras faixas são bizarras, aí tem o meio do disco que é mais calminho, que vale a pena, e depois o fim é bizarro. O início do álbum é insano.

Um outro álbum que gosto muito é Ao Vivo dos Natiruts, acho muito foda o do Rio de Janeiro, acho muito bom esse do Natiruts.

Gosto muito também do disco de 1982 do Barão Vermelho, muito bom. Inclusive ouvi falar que uma das faixas perdidas desse álbum foi regravada em 2013, se chama Sorte ou Azar. Acharam umas tracks do Cazuza cantando e relançaram em 2013, é animal, uma música que não entrou nesse disco de 1982, é muito boa. Esse álbum é muito bom pra mim por isso.

Também gosto muito do Supertramp, todos do Supertramp. Mas se fosse escolher um, ia pegar o Crime of the Century, que é um dos primeiros. É um disco que ouvia muito com o meu pai. Ia escolher um dos Beatles, o Sgt Peppers, que acho muito legal.

Por fim, ia pegar meio Armandinho, meio Skank, gosto muito de todos os álbuns desses dois artistas, acho toda obra deles muito foda.

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.