Varredura para identificar cargas perigosas no Porto começa dia 21
Por #Santaportal em 01/09/2020 às 09:59
OPERAÇÃO RELÍQUA – Uma varredura no Porto de Santos, a fim de identificar cargas de produtos perigosos abandonadas, será realizada entre os dias 21 de setembro e 8 de outubro. A ação foi definida em um encontro com integrantes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), Exército, Autoridade Portuária e de órgãos ligados ao Meio Ambiente, realizado na tarde da última segunda-feira (31). A expectativa é de mais de 50 armazéns portuários sejam vistoriados no cais santista.
O sinal de alerta para os riscos de cargas perigosas no cais santista foi aceso depois da tragédia na região portuária de Beirute, no início de agosto. A explosão provocou tremores comparados a um terremoto de magnitude 3,3 na escala Richter. O número de mortos passou de 170. Mais de 6 mil pessoas ficaram feridas na capital do Líbano.
As causas da explosão ainda não foram confirmadas. A suspeita é de que 2.750 toneladas de nitrato de amônio estavam armazenadas de maneira incorreta há anos na região portuária da capital libanesa.
No encontro, as autoridades discutiram como será realizada a operação batizada de Relíqua, que em latim significa resíduo. A ideia é que se tenha um raio-x sobre os produtos perigosos armazenados no Porto de Santos.
De acordo com a agente ambiental federal Ana Angélica Alabarce, responsável pelo Ibama na região e por convocar o comitê para monitorar os produtos químicos perigosos, serão realizadas vistorias em 55 terminais e outras três indústrias de Cubatão.
Ela é uma vistoria rígida, não é punitiva. Ela é preventiva e também tem o objetivo de orientação. Em um segundo momento, ao identificar que eles não fizeram de acordo com o que foi orientado, aí pensaremos em autos e punição maior, afirma.
Segundo especialistas, o Brasil importa por ano 1 milhão de toneladas de nitrato de amônio usado na agricultura. Desse total, 40% chegam pelo cais santista. De acordo com a Santos Port Autority (SPA), na região, apenas o Terminal Marítimo do Guarujá (Termag), localizado na Margem Esquerda do porto, movimenta nitrato de amônio para uso agrícola. O produto armazenado neste terminal não é estocado por longos períodos, com o monitoramento rigoroso da temperatura e umidade, rotatividade dos volumes armazenados e misturados a calcário, para dar maior estabilidade ao produto.
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