Valter Suman, prefeito reeleito de Guarujá: "A Cidade se planeja todos os dias"

GUARUJÁ – O prefeito reeleito do Guarujá Valter Suman participou hoje do programa Bom Dia Cidades, apresentado pela jornalista Natalie Nanini.

Suman deu entrevista junto da vice-prefeita eleita, Adriana Machado. Durante a conversa com a jornalista, o prefeito falou sobre assuntos prioritários para a cidade do Guarujá e sobre a importância da feminina em seu mandato.

O prefeito agradeceu aos eleitores pela vitória surpreendente com 75,68% dos votos.

Acompanhe a entrevista:

Geralmente quando há uma eleição e não uma reeleição, aquele prefeito que assume foca dentro do seu plano de governo em prioridades que nem sempre são uma continuidade do governo anterior, o que está errado. No seu caso como o um prefeito reeleito, quais serão suas prioridades? Vocês como médicos, saúde será a prioridade?
Com certeza. A reeleição dá a oportunidade de dar seguimento ao nosso plano de governo iniciado em 2016, obvio, frente a tanta dificuldade que nós vivemos, foi possível a totalidade. Porém nós superamos o nosso primeiro ano de governo em muitas outras áreas. E Guarujá está pulsando positivamente. Eu tenho dito com bastante veemência que a nossa cidade hoje é uma cidade mais bem cuidada. Uma cidade que exercita a paz política, uma cidade que tem segurança jurídica, tem transparência na gestão. É também uma cidade que se planeja todos os dias em todas as áreas da administração pública, e é uma cidade mais solidária. O que permitiu que nós superássemos enormes desafios, calamidades ambientais, a questão do desemprego, queda de arrecadação e com certeza por sermos uma cidade onde 80% da população é SUS dependente, a saúde é sempre prioridade. Mas´, óbvio, aliado a outras áreas da administração, como mobilidade, infraestrutura, educação, segurança e um potencial turístico que é com certeza indústria limpa e gera emprego e renda de maneira rápida.

O senhor tem como vice eleita uma mulher, e eu particularmente sou defensora de que as mulheres estejam sempre mais atuantes na política. Não que nós sejamos melhores do que os homens, muito pelo contrário, eu acho que existe possibilidade de andar lado a lado de uma construção muito saudável. Qual vai ser o papel, além da vice, no seu governo das mulheres dentro da sua gestão?
Bom, nós temos pautado nossa gestão quatro anos no diálogo, atenção em todos os níveis. Atenção prioritariamente a saúde feminina, haja vista que tivemos avanço significativos, como redução da mortalidade materna, redução da gestação na adolescência e as políticas públicas que envolvem o direto a mulher na questão da segurança, como a implantação da nova delegacia da mulher, patrulha Maria da Penha. Foram conquistas fundamentais, então a marca do governo tem sido o diálogo, o entendimento, discernimento. Identificar os nossos problemas e atacar as principais prioridades. E a doutora Adriana, tenho certeza de que já está fazendo ao longo da nossa administração um excelente trabalho e dará continuidade.

E você também é uma médica voltada a saúde da mulher, né?
ADRIANA – Eu desenvolvi na última gestão a coordenação da saúde da mulher como o doutor falou, criamos o instituto da mulher a Casa Rosa, que foi uma grande conquista, porque é um equipamento que tem todo um contexto para acolher e tratar das patologias feminina como deve ser. Isso deu uma grande melhoria nesses indicadores que o doutor falou, que foi a diminuição da taxa da mortalidade, mortalidade infantil, que é o calcanhar de Aquiles da baixada santistas, nós sabemos disso, a gente tem lutado muito. A capacidade que tem o passivo social que tem toda a região em relação a isso, então foi um trabalho que a gente lutou muito para obter essa mudança. Esse meu olhar para esse assunto é nato porque tenho eu tenho especialidade, então para mim é mais fácil, mas se eu não tivesse uma gestão parceira em todos os sentidos, uma sensibilidade para o que a gente precisa fazer que ficou muito tempo parado. A cidade do Guarujá estava há mais de três anos sem mastologia quando a gestão assumiu, isso é uma coisa muito séria. Então criamos um serviço de excelência de mastologia clínica, mastologia cirúrgica, fazendo biopsia em lugares de ponta. isso foi uma coisa que nos deixou muito tranquilo em trabalhar, porque imagina uma fila de mulheres com 350 biopsias solicitadas sem saber o que fazer? Não dá para depender do estado, pois o estado não propicia as coisas como gostaríamos. Então infelizmente foi tudo gestão municipal, e isso foi resolvido no primeiro ano de gestão, foi muito bom.

A questão da fila de exames para consultas e procedimentos que não são urgentes e eletivos, como é o cenário no Guarujá hoje e se você pretende implantar alguma medida para acelerar ainda mais.
O objetivo é zerar todas as filas, em todos os níveis para que nós tenhamos agilidade. Hoje algumas especialidades realmente têm uma demanda muito maior frente ao número de especialistas. Exames nós estamos fazendo agendamento e mutirões serão necessários para poder fazer com que a demanda reprimida seja reduzida. Exames por exemplo… cito aqui com muito orgulho, estamos inaugurando essa semana o centro de cardiologia intervencionista hemodinâmica no hospital Santo Amaro, que era uma carência histórica. É um serviço de média alta complexidade, equipamento novo e com certeza vai diminuir aquele represamento de pacientes que tem doença coronariana. Então é um grande avanço para a nossa cidade, da mesma maneira de como nós estamos também construindo a nova UPA de Vicente de Carvalho, e o espaço onde ficava a antiga UPA da Boa esperança está sendo destinada para a vigilância epidemiológica, zoonoses, vigilância sanitária e a base do Samu.

Saindo um pouco da saúde em geral, para a gente falar da covid-19. Nós estamos observando com certa tensão redobrada o número do aumento de casos em nível regional, especialmente aqui na nossa cidade, por exemplo em Santos nós vemos um aumento no número de internações. Vemos também que falta um pouco da consciência do cidadão em seguir as regras e orientações sanitárias que são simples e que acredito que vieram para ficar. Como o munícipio está preparado caso haja uma continuidade dessa onda da covid-19 com um pico de repente?
Sempre é bom ressaltar que o Guarujá se preparou desde fevereiro, quando nenhum caso havia ainda no Brasil, fizemos um comitê de enfrentamento onde basicamente todas as decisões e atitudes eram tomadas baseadas através desse comitê lá em fevereiro. Nos preparamos, adaptamos unidades próprias da municipalidade, um hospital de campanha, um hospital de campanha, o único hospital civil em uma base militar, que cumpriu uma missão fundamental em um momento crítico. Ampliamos os números de leitos de UTI em mais de 100%, hoje Guarujá tem o número de leitos de UTI e enfermaria suficientes, a taxa de ocupação hoje é em torno de 30% a 35%, o que nos dá uma certa folga, mas não podemos baixar a guarda.

Próxima sexta-feira é feriado prolongado e nós começamos a temporada de verão em poucos dias. Guarujá sofre da falta d’água, eu já reclamei com a Sabesp, e a justificativa dessa falta esse ano foi diferente, foi a covid-19. Como está esse diálogo com a Sabesp? Quais ações estão planejadas pela companhia? Como está a situação da cava da pedreira?
Ontem ainda recebi uma ligação do presidente da Sabesp, o Benedito Braga, sobre o destravamento de todo o processo burocrático, jurídico e em breve já a estação da cava da pedreira. Realmente um emperramento, desde o início do nosso mandato nós sabemos que a cava da pedreira tem o potencial de acúmulo de quase 2.3 bilhões de litros de água, o que dá segurança para a nossa cidade, Vicente de Carvalho, em torno de 60 dias até. Nós fizemos a contratualização com a Sabesp, coisa que não tinha já não tinha há 30 anos, essa lição de casa foi cumprida, o que resta agora é cobrar o comprimento do contrato.