Unidade de saúde em Santos alerta para perigos do tabaco entre jovens

Por Santa Portal em 27/08/2021 às 10:04

Pixabay
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Na semana em que é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto), a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Leste de Santos alerta para o crescimento do uso de derivados do tabaco como cigarros eletrônicos e narguilés, principalmente por jovens, e os riscos do tabagismo passivo.

A data, criada pela Lei Federal 7.488, de 1986, simboliza a conscientização sobre os riscos do tabagismo à saúde e reforça as ações de sensibilização e mobilização da população para os danos causados pelo cigarro e produtos derivados do tabaco.

As ações de controle do tabagismo, entre 1989 e 2010, resultaram na redução de 46% do total de fumantes no país, graças a fatores como a criação de impostos sobre o cigarro, restrições na publicidade, além da aprovação de leis sobre o acesso dos jovens ao tabaco. Essa diminuição do hábito consta nos estudos promovidos pelo IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Entretanto, os dados do Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), apontam que, mesmo com a melhora dos indicadores de experimentação e uso do cigarro convencional, há o crescimento de usuários de outros tipos de tabaco fumado como o cigarro eletrônico e, o mais popular, o narguilé (grande cachimbo de água que pode ser usado individualmente ou em grupo).

Segundo Gisele Abud, diretora técnica na UPA Zona Leste, é um grande equívoco achar que o cigarro eletrônico e o narguilé são menos nocivos. “Muito pelo contrário, pois devido aos seus aromatizantes e sabores, ambos têm um apelo maior junto aos jovens e adolescentes, tornando-se uma porta de entrada para o tabagismo”.

Além disso, o narguilé apresenta as mesmas substâncias do cigarro tradicional, como nicotina e alcatrão. Gisele Abud reforça os riscos no uso desse tipo de cachimbo e como a saúde é atacada por ele. “Ele não possui filtro e emite uma grande quantidade de monóxido de carbono, cerca de 10 a 30 vezes mais que o cigarro tradicional; causa diminuição da capacidade de transporte de oxigênio pela hemoglobina e, ainda, o uso do narguilé em grupo pode acarretar contaminação, pois a biqueira é compartilhada por todos”.

Fumantes passivos

O tabagismo, além de trazer riscos à saúde de quem fuma, também causa efeitos nas pessoas que não fumam, mas convivem com quem faz uso frequente. Assim que um cigarro é aceso, apenas parte da fumaça é tragada, enquanto a outra é lançada ao meio ambiente. “É nesse momento que o fumante passivo é afetado. Essa pessoa também pode desenvolver doenças relacionadas com o tabagismo”, explica a profissional.

A diretora, que atua como cirurgiã vascular, comenta que os malefícios do tabagismo podem afetar todos que são expostos à fumaça tóxica. “Os fumantes ativos ou passivos podem desenvolver câncer de pulmão, doenças respiratórias como asma, bronquite crônica, rinite, enfisema pulmonar e doenças cardiovasculares como infarto e até acidente vascular cerebral, conhecido como AVC”.

Ainda segundo Gisele Abud, “o tempo de exposição do fumante passivo é diretamente proporcional ao maior risco de desenvolvimento dessas doenças”, ou seja, quanto mais tempo o indivíduo for exposto à fumaça, maior o risco de desenvolver doenças pulmonares e cancerígenas. Por isso, é importante tomar medidas de proteção, entre elas: evitar a exposição ao cigarro e sua fumaça, fazer consultas de rotina e check up anual para manter a saúde sob controle. A diretora da UPA Zona Leste também orienta sobre a necessidade de buscar ajuda médica ao identificar os principais sinais de alerta como tosse, falta de ar, cansaço, respiração ofegante e chiado no peito, além de incentivar amigos e conhecidos fumantes a buscarem ajuda profissional para abandonar o vício. Situada na Praça Visconde de Ouro Preto, 5.111, no Estuário, a UPA Zona Leste é gerenciada pela entidade filantrópica Pró-Saúde, sendo referência no atendimento em Clínica Médica, Ortopedia, Pediatria e Odontologia.

Nas policlínicas

As policlínicas de Santos contam com grupos de combate ao tabagismo. As inscrições estão abertas permanentemente. Os interessados devem procurar a unidade mais próxima de casa. Quando há o início de um novo grupo, o morador é comunicado. O grupo de combate ao tabagismo é conduzido por equipe multidisciplinar, entre os quais médicos, enfermeiros, farmacêuticos, técnicos de enfermagem e agentes comunitários.

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