Trabalhador portuário diz ter sido agredido pela polícia durante manifestações

Por #Santaportal em 29/04/2017 às 15:33

SANTOS – A greve geral, movimento convocado por sindicatos de todo o país para protestar contra as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo do presidente Michel Temer, também afetou a Baixada Santista nesta sexta-feira (28). No entanto, o trabalhador avulso de capatazia Josivaldo Rodrigues de Jesus, de 43 anos, saiu bastante ferido das manifestações. Ele corre risco de perder a vista direita, por conta de pancadas que levou no rosto, cabeça e demais parte do corpo. De acordo com Josivaldo, policiais do Baep teriam sido os responsáveis pelas agressões.

“Vieram viaturas na nossa direção, nos cercaram na General Câmara. Já vieram dando porrada na gente. Não nos deixaram nem falar nada. Aí eu não vi mais nada, porque toram tantas pancadas na cabeça, que eu desmaiei. Quando acordei estava cheio de sangue. É essa situação aí: o trabalhador é tratado desse jeito nesse país”, disse o portuário, ainda com o rosto e o olho direito bastante inchados.

Junto com ele, o presidente do Sindicato dos Operários Portuários (Sintraport), Claudiomiro Machado, ‘Miro’, também teria sido agredido. Miro está com hematomas espalhadores pelas costas e braços. Eles e outros portuários tinham participado de protesto na Praça Mauá, no Centro de Santos, e se dirigiam para a sede do sindicato, seguidos vagarosamente por duas viaturas policiais.

A uma quadra do sindicato, que fica na Rua General Câmara, n° 258, as viaturas se dispersam e eles prosseguiram caminhando. Quando estavam quase na porta do sindicato, eles teriam sido surpreendidos por quatro soldados da PM e um cão. “O absurdo foi tanto que chegaram ao cúmulo de entrar no corredor do sindicato, sem qualquer ordem judicial, para continuar nos espancando”, afirmou o presidente do Sintraport.

Na semana que vem, após o feriado do 1º de maio, o sindicalista e os trabalhadores se reunirão com o jurídico do sindicato para processar a Secretaria de Segurança Pública Estadual. “Não dá mais para aguentar esse tipo de violência”, reclamou o sindicalista. “O direito de greve e de manifestação é garantido constitucionalmente e a PM precisa entender isso”, completou Miro.

Antes do episódio envolvendo o trabalhador de capatazia e o presidente do Sintraport, os manifestantes tinham tentado bloquear a entrada e saída de caminhões no Porto de Santos, mas foram impedidos pela Polícia Militar. Eles atearam fogo em pneus na Avenida João Pessoa, no Valongo. Dois manifestantes foram presos . Depois, o grupo de manifestantes seguiu em direção à Praça Mauá para se encontrar com outros sindicalistas e trabalhadores que estavam no local.

Em nota, a Polícia Militar informou que, ao todo, nove pessoas foram detidas durante as manifestações na Baixada Santista. O comunicado diz ainda que, em alguns casos. foi necessário utilizar uso moderado de força para manter a ordem pública.

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