07/06/2021

Tite evita polêmica e se esquiva de comentar denúncia contra presidente da CBF

Por Santa Portal em 07/06/2021 às 16:38

Lucas Figueiredo/CBF
Lucas Figueiredo/CBF

AGÊNCIA ANSA – Um dia depois do afastamento do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o técnico da seleção, Tite, afirmou nesta segunda-feira (7) ter conhecimento sobre a gravidade das denúncias de assédio sexual e moral, mas evitou comentar o caso.

Em entrevista coletiva, Tite foi questionado sobre a decisão da Comissão de Ética da CBF de afastar Caboclo por 30 dias após uma funcionária da entidade acusá-lo.

“Sabemos a dimensão que tem, a gravidade do caso. Agora, existe um comitê de ética da CBF e que tomará as devidas providências em relação a isso. Não é da nossa alçada”, afirmou.

Em relação à possível ameaça de demissão que Tite teria sofrido por Caboclo. Tite negou e disse que “está em paz” no comando do time.

Durante a conversa, um dos jornalistas também perguntou sobre os ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, incluindo o próprio filho do líder do país, Flávio Bolsonaro, e o vice-presidente Hamilton Mourão, contra Tite, por atribuir ao técnico a possibilidade de os jogadores boicotarem a Copa América.
   

Ele, no entanto, se esquivou sobre o debate político e enfatizou seu “lado ético”. “Tenho muito respeito ao meu trabalho, pela seleção brasileira, a esse momento da Copa do Mundo. E a melhor maneira de retribuir essa confiança de quem está a meu favor é fazer meu melhor trabalho possível”.
   

Apesar disso, ao ser questionado se o técnico da seleção brasileira precisa estar ligado ao governo federal, Tite foi direto: “Técnico de futebol tem que estar alinhado com o futebol”.
   

Em meio às incertezas e expectativa de os jogadores disputarem ou não a Copa América, Tite evitou falar sobre o tema, que deve ser esclarecido por ele e pelos jogadores após o jogo contra o Paraguai, nesta terça-feira (8).
   

Segundo a imprensa brasileira, porém, apesar de algumas insatisfações, os jogadores da seleção brasileira decidiram disputar a Copa América, que terá início no próximo dia 13 de junho.
   

O Brasil estreará diante da Venezuela, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. A decisão dos atletas deve ser comunicada juntamente com um manifesto, com críticas à forma como o evento foi organizado, em meio à pandemia de Covid-19 “O tempo das manifestações é o nosso tempo, o que nós entendemos ser correto, quando falo nós, é comissão técnica e atletas. Temos orgulho muito grande da conduta que temos, do respeito que temos a esse momento e ao nosso. Quero sim, estar de corpo e alma, fazendo o melhor trabalho possível. Queremos jogar bola e fazer um grande jogo contra o Paraguai”, explicou.

O técnico da seleção tentou afastar a crise na CBF, mas admitiu que “tem sido complicado” e tanta turbulência atrapalha a preparação da seleção.

“Tem sido bastante difícil, porque o momento social é esse. As pessoas acham que temos que ter opinião para tudo. Nós temos que ter capacidade e lugar de fala sobre o que nos diz respeito”, afirmou.

Para ele, “é isso o que fazemos com muito amor e paixão”. “Nós temos dito que temos uma capacidade e inteligência emocionais muito grandes, para saber filtrar as situações, ter tranquilidade, sensatez, apesar das provocações que fazem. Claro que atrapalha, sim, é desafiador. Vamos precisar disso de novo no jogo contra o Paraguai, essa abstração e foco”.

(Foto: Lucas Figueiredo/Divulgação CBF)

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