Sexta-feira 13: Histórias e superstições que envolvem a data
Por Michella Maciel/Colaboradora em 13/04/2018 às 13:24
CULTURA – Toda sexta-feira 13 é assim, muitos supersticiosos evitam passar por debaixo de uma escada, descer da cama com o pé esquerdo, muito menos olhar para um gato preto. E quebrar um espelho, nem pensar.
Ao que tudo indica todos esses pequenos cuidados surgiram após inúmeras teorias sobre a data. Uma delas recai sobre a crucificação de Jesus Cristo, que teria ocorrido em uma sexta-feira. Antes do ato, foi realizada a Última Ceia onde se reuniram 12 apóstolos ao redor da mesa junto com Jesus e, que o 13° a ocupá-la foi Judas Iscariotes, o discípulo que traiu Jesus.
Há também outra teoria que teria a ver com o processo de cristianização dos povos bárbaros que invadiram a Europa no início da época medieval. Antes de converterem à fé cristã, os escandinavos eram politeístas, ou seja, ter a crença de adoração a mais do que uma divindade de gênero indefinido.
Estes tinham admiração por Friga, a deusa do amor e da beleza. Durante a conversão, passaram a amaldiçoá-la como uma bruxa.Segundo a lenda, ela, o demônio e outras onze bruxas saíam toda sexta-feira para rogar pragas contra a humanidade.
E as histórias não tem fim. Outra crença – que pode reforçar a primeira citada – de origem nórdica cita um também banquete em que o deus Odin realizou a reunião de doze divindades importantes. Loki – deus da discórdia e fogo – então ficou ofendido por não ter sido convidado para o grande evento e dirigiu-se até o local de encontro, provocando a morte de Balder, uma das mais belas divindades conhecidas.
A Ordem dos Templários da França, também tem um detalhe curioso, apesar de macabro. Para quem não sabe, a Ordem foi originada na Terra Santa, em 1119, depois da Primeira Cruzada, pelo cavaleiro Hugues de Payns que queria proteger os peregrinos que visitavam Jerusalém. Mas, tudo terminou na manhã de 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira.
Todos foram presos por ordem do rei Felipe IV, o belo. O ato de violência pôs fim a Ordem que existia por mais de dois séculos, que adquiriu poder e riqueza, atraindo a inveja de feudais e a cobiça de soberanos.
O mistério sobre a data foi reforçado quando um grupo de homens norte-americanos fundou o Clube dos Treze, criado pelo Capitão William Fowler em seu próprio restaurante, o “Knickerbocker Cottage”, na Sexta Avenida de Manhattan, em Nova York.
Os amigos encontravam-se sempre nos dias 13 de cada mês. Todos se sentavam à mesa, onde quebravam espelhos, derrubavam saleiros – que simboliza, para os mais entendidos do assunto, briga – e entravam pelo salão de jantar passando debaixo de uma escada. Que coragem!!!
E eram feitos relatórios anuais em que eram registrados os membros falecidos dentro de um mês, após os jantares. Este foi o primeiro de muitos outros testes. Já experientes no tema, o grupo se expandiu e contou com centenas de pessoas e outros clubes semelhantes foram fundados em outras cidades.
Com tantas histórias arrepiantes sobre a data, o antropólogo e professor Darrel Champlin, reforça a ideia de que uma das razões dos laços problemáticos entre a sexta-feira e o número 13 advém do cristianismo, do dia em que Jesus Cristo foi crucificado. O antropólogo ainda comentou que na Idade Média, por exemplo, os casamentos não eram realizados às sextas-feiras e, além disso, as pessoas evitavam viajar nesse dia.
Champlin ainda disse que o medo é tão grande que um médico chamado Donald Dossey inventou a palavra “parascavedecatriafobia”(quem tem medo de sexta-feira 13). Ele costumava dizer a seus pacientes que quando aprendessem a pronunciar a palavra estariam efetivamente curados de suas fobias”, contou.
“Ao que parece crenças deste tipo são uma jeito que as pessoas encontraram para tentar controlar o incontrolável e gerir a ansiedade que acompanha situações incertas. Embora não há evidência de que acreditar em símbolos da sorte seja benéfico, superstições de tabu como a Sexta-Feira 13 representam uma espécie de fobia”, declarou.
Depois de tantas “lendas” sobre a sexta-feira 13, é impossível não deixar-se envolver e passar bem longe de uma escada, ou para os mais medrosos, benzer-se ao cruzar com um gato preto e rezar para ele não sentir-se ofendido. E o mais importante, não machucar os felinos.