O irreverente Serginho Chulapa completa 68 anos

 Natural de São Paulo, Sérgio Bernardino, o Serginho Chulapa, veio ao mundo em uma quarta-feira, na antevéspera do Natal (23) de 1953, mais precisamente no bairro da Casa Verde na zona norte da capital paulista. Devido a distância entre a Baixada Santista e a sua residência em São Paulo, ele que era torcedor assumido do Santos, decidiu iniciar sua carreira futebolística na equipes de base do São Paulo no Morumbi.

No Tricolor do Morumbi, quando já se destacava foi emprestado para a equipe do Marília, no interior paulista, na volta ao São Paulo em 1973, fez sua primeira partida atuando na ponta-esquerda, só passando a atuar como centroavante, graças ao olhar clínico do técnico José Poy.

Ainda no São Paulo, já na equipe principal, foi aos poucos ganhando experiência e devido ao seu porte físico avantajado recebeu da imprensa paulistana o apelido de Serginho Chulapa.

Em 1983 chegou ao Santos, fazendo sua estreia em um amistoso na Vila Belmiro, diante do América-SP, com o time santista formando com: Ademir Maria, Toninho Oliveira, Joãozinho, Márcio Rossini e Gilberto Sorriso; Dema, Paulo Isidoro e Pita; Camargo, Serginho Chulapa e João Paulo (Toninho Vieira), o técnico era Chico Formiga.

O Peixe venceu esta partida pelo placar de 2 a 0 com gols de João Paulo e Pita. Na ocasião o clube praiano tinha como presidente Ernesto Vieira da Silva, mas o grande responsável pela vinda de Chulapa foi o dr. Milton Teixeira que também trouxe outros grandes jogadores para o clube.

Nessa partida em que vestiu a camisa santista pela primeira vez foi também o início das propagandas nas camisas dos times de futebol profissionais no Brasil. O Alvinegro Praiano ostentou a marca do refrigerante de fama mundial, a Coca-Cola.

Ainda nesse seu primeiro ano no Peixe foi o artilheiro do Campeonato Paulista com 22 gols e também foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro com o mesmo número de gols.

Sua primeira conquista no Alvinegro foi o torneio Vencedores da América no Uruguai e conquistou também o torneio da Cidade de Pamplona na Espanha ambos em 1983. Ajudou o Santos a disputar a final do Campeonato Brasileiro ficando o clube com a segunda colocação.

No ano seguinte, com ele em campo, o Santos foi o vencedor do Torneio Início da FPF no começo do ano e trouxe para a Vila Belmiro a Taça dos Invictos da Gazeta Esportiva na nova série com o Peixe ficando invicto em 15 partidas.

Mas o que o torcedor santista tem até hoje gravado em sua mente é o gol que ele marcou na final do Campeonato Paulista de 1984 contra o Corinthians no Morumbi pelo placar de 1 a 0, fazendo o Santos conquistar o seu 15º título paulista, com Serginho isolado na artilharia do certame com 16 gols marcados.

Sobre essa memorável conquista, Serginho assim se expressou: 

“Realmente foi uma grande final. Havia mais de 100 mil pessoas no Morumbi. A importância do jogo e a torcida do Santos dividindo o estádio com a do Corinthians fez tudo parecer um filme. Fizemos o gol em uma jogada muito boa do Humberto com o Zé Sérgio, e eu estava bem colocado e consegui empurrar para o gol”, disse o ex-camisa nove, que nem esperou a bola morrer na rede para sair comemorando.

Com um grande sorriso, Chulapa ainda lembrou-se do dia conquista e ressaltou a confiança do elenco para aquele desafio. “Eu tenho muita alegria de lembrar desse momento. Nosso time foi um dos melhores que o Santos teve. Isso ficou para a história. Além disso, não iríamos perder aquele jogo nunca. O empate era nosso, mas o gol ajudou bastante”.

O professor Chulapa 

A sua 4ª e última passagem pelo Santos ocorreu no ano de 1990. Chulapa jogou sua última partida no dia 2 de dezembro no empate diante do São Paulo em 1 a 1 pelo Campeonato Brasileiro no Morumbi.

Ao todo jogou no período intercalado de 1983/84 – 1986 – 1988/89 e 1990, 202 partidas e marcou 104 gols, é o 21º maior artilheiro da história do Santos FC e é o 3º maior artilheiro após a Era-Pelé.

Em 1994, a convite do então treinador santista, o eterno Pepe, Serginho virou auxiliar técnico do Santos. Com a demissão do Canhão da Vila, o próprio sugeriu a diretoria que colocasse seu auxiliar no comando técnico, no caso, Serginho Chulapa.

Prontamente assumiu a equipe, e permaneceu praticamente a temporada toda de 1994 como treinador. No total foram 72 partidas como técnico efetivo e interino tendo vencido 33 empatado 21 e perdido 18 partidas.

Serginho que adotou a cidade de Santos como sua residência ele continua fazendo parte da comissão técnica do time da Vila, prestando serviços ao seu clube de coração.

Nos meses de dezembro o veterano craque realiza nas areias das praias de Santos um tradicional encontro entre os futebolistas do passado e também do presente, quando o público aguarda sempre essa partida, pois relembra dos grandes craques que contribuíram para a grandeza do futebol no Brasil.