Santos Jazz Festival ocupa o Centro Histórico com programação plural e gratuita até domingo

Por Santa Portal em 27/07/2024 às 07:00

Divulgação

Uma verdadeira maratona de boa música vai aquecer e ocupar o Centro Histórico de Santos neste final de semana. Até domingo (28) todos os caminhos levam ao Santos Jazz Festival, com programação plural e gratuita no Arcos do Valongo, trazendo grandes nomes do País, abrindo espaço a diversos artistas locais e reverenciando a obra de gigantes da música em tributos, como de Mercedes Sosa e Dorival Caymmi.

A programação de sábado tem início às 15 horas, com o show Canais Musicais. Neste trabalho Zuzo Moussawer traz sua bagagem como profissional ligado à trilha sonora, onde une som e imagem e faz uma declaração de amor a Santos tendo como símbolo as particularidades de cada um dos sete canais e as regiões de seus entornos. Em seguida Cleyton Menezes & Banda trazem o show Multiplicidades Brasileiras, exaltando as diferentes manifestações culturais do País.

A música latina ganha o palco em duas apresentações super especiais: a banda Quimbará celebra a era de ouro da música cubana, num especial que explora de forma autêntica a musicalidade do bolero e do chá chá chá. Este show é uma declaração de amor à cultura de Cuba e à força do lendário Buena Vista Social Club, que ganhou o mundo com sua música tradicional cubana no final dos anos 1990, e tem a participação super especial da atriz e cantora Mayana Neiva.

A voz dos sem voz

Um dos momentos mais aguardados do festival vem a seguir com o espetáculo da cantora Indiana Nomma – A voz dos sem voz, reconhecido pela família de Mercedes Sosa e pelo governo da Argentina como seu único tributo oficial. Ativista de esquerda, La Negra, como era conhecida em referência à ascendência indígena, foi perseguida pela ditadura militar e presa em pleno palco no final na década de 1970. Retornou do exílio em 1982. Em um contexto de censura e violência, sua música tornou-se a voz dos oprimidos que resistiam ao autoritarismo no continente.

Apresentado no formato voz e violão, com o premiado violinista André Pinto Siqueira, o repertório escolhido por Indiana Nomma traz um recorte de canções consagradas na memória afetiva do público, como Gracias a La Vida e Todo Cambia, que carregam a constatação do quanto o repertório interpretado por Mercedes é atemporal, já que as mensagens nele contidas são mais atuais e importantes hoje do que nunca.

Dança do Tempo

Dois grandes shows fecham a noite: o maestro Ubiratan Marques traz ao palco do Santos Jazz o trabalho Dança do Tempo, com os pés fincados na tradição afro-brasileira e também em sua herança sertaneja. Baiano, tem a amplitude de passear por todas as vertentes: maestro fundador da Orquestra Afrosinfônica, integrante do fenômeno Baianasystem, Ubiratan é maestro, pianista, compositor, arranjador e educador. Tássia Reis fecha com chave de ouro a segunda noite de programação no Centro Histórico, com o show Bem Longe do Fim, misturando jazz, samba, rap e revisitando seus dez anos de carreira.

Domingo

O último dia de festival começa abrindo espaço abrindo espaço para a educação musical. A Camerata de Violões do Projeto Guri de Santos se apresenta às 14h30. Em seguida a música latina instrumental vem com VARO, representando a junção artística dos músicos Felipe Romano (percussionista, baterista, compositor e mestre do maracatu Quiloa) e Heitor Vallim compositor com relevante trabalho em trilhas sonoras de curtas metragem. Logo depois é a vez de Claudio Celso – que divide sua vida artística entre o Brasil e os Estados Unidos desde 1978. Para o Santos Jazz sobe ao palco muito bem acompanhado com Duda Neves (bateria) e Pichu Borelli (baixo), prometendo inovar na mistura de ritmos, inclusive unindo forró pé de serra com jazz fusion.

Já pra deixar um gostinho de “quero mais” e abrir caminho para a próxima edição, o festival encerra trazendo Uma Ode a Dorival Caymmi, homenagem ao mestre baiano que estaria completando 110 anos.O consagrado bluseiro Adriano Greniberg faz um verdadeiro mergulho na obra do artista, que em suas composições traz os hábitos, costumes e tradições de sua gente, com olhar especialmente voltado aos trabalhadores do mar, em canções imortais como Promessa de Pescador, É Doce Morrer no Mar e Canto de Nanã. Ao final o Arcos irá virar um verdadeiro salão de baile dos bons! O Clube do Balanço apresenta o show que comemora seus 25 anos de carreira. Apaixonados por música instrumental regada à boa pitada de jazz trarão samba-rock com seus grandes clássicos cantados na voz de Tereza Gama.

Confira a programação completa: