Santos evitou queda do Palmeiras há 7 anos e agora tem sua própria luta

Por Folha Press em 07/11/2021 às 07:45

Ivan Storti/Santos FC
Ivan Storti/Santos FC

Na lista de confrontos do clássico, esta década tem momentos históricos. A cabeçada de Breno Lopes que deu ao Palmeiras o título da Libertadores na última temporada. O gol perdido por Nilson, o pênalti convertido por Fernando Prass e a conquista da Copa do Brasil de 2015 pelo alviverde.

Houve o troféu estadual obtido pelo Santos, nos pênaltis, em 2015. Vitória tatuada por Lucas Lima, então jogador do alvinegro, na perna. Dois anos depois, ele foi para o Palestra Itália.

As duas equipes se enfrentam neste domingo (7). O Palmeiras ainda sonha com o título nacional e pensa na final da Libertadores. O Santos briga para não ser rebaixado para a Série B. É situação bem diferente da de sete anos atrás, quando um resultado santista evitou a queda do rival.

Fernando Prass estava à beira do campo no Allianz Parque, após o empate do Palmeiras em 1 a 1 com o Athletico na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2014. Como não venceu, precisava que o Santos não perdesse para o Vitória para não ser rebaixado pela 2ª vez em 3 temporadas.

Com fone no ouvido, Prass tentava escutar os últimos instantes do que acontecia em Salvador. Desistiu, mas ouviu um grito de gol quando tirava os auriculares. O repórter lhe disse que havia sido marcado pelo Vitória.
“Naquela hora, eu morri um pouco”, confessa o goleiro.

Um segundo depois, a torcida no Allianz começou a vibrar. Havia sido, na verdade, gol de Thiago Ribeiro, para o Santos. O lance em si não salvou o Palmeiras da queda. Mas confirmou que o clube de Vila Belmiro havia conseguido o resultado necessário.

O rebaixamento seria um baque para o Palestra, especialmente naquele ano, o primeiro do seu novo estádio. O então presidente Paulo Nobre prometeu um incentivo financeiro para os santistas não perderem para o Vitória.

Da mesma forma, a queda para o Santos em 2021 seria um trauma. Há cinco anos sem um título de expressão e em séria crise financeira, o clube não tem como abrir mão dos rendimentos, especialmente os direitos de TV, proporcionados por estar na Série A .

“Ninguém empresta dinheiro para o Santos e os poucos que emprestam são a juros altíssimos”, constata o presidente Andrés Rueda, confirmando que ele e outros empresários tiveram de ser avalistas para empréstimos que a agremiação tomou no mercado.

Aquela partida de 2014 mudou a vida do Palmeiras que, em processo de transição, não teve de passar de novo vez pela pressão de disputar a 2ª divisão. Na temporada seguinte, venceria a Copa do Brasil e repetiria a dose em 2020.

Com o patrocínio e a ajuda financeira da Crefisa para contratar reforços, ganhou dois Brasileiros (2016 e 2018), o Paulista e a Libertadores de 2020.

Depois de ser campeão estadual em 2015, o Santos repetiria a dose em 2016, eliminando o Palmeiras na semifinal. Depois disso, entrou no jejum.

De forma semelhante ao que aconteceu com o Palmeiras em 2014, o objetivo alvinegro agora é se manter na elite para ganhar tempo e se reorganizar. Até mesmo o projeto de reconstrução da Vila está em pauta e será tocada pela WTorre, mesma empresa que construiu o Allianz Parque.

Mas para todo esse processo ser mais fácil, o Santos precisa permanecer na Série A. Uma vitória contra o Palmeiras neste domingo ajudaria bastante. Não que o adversário tenha algo a ver com isso. Se vencer, pode ficar a sete pontos do líder Atlético-MG a oito rodadas do fim do torneio.

“O campeão nem sempre é pelo investimento que se faz no futebol. Não acho que temos equipe para estarmos na posição atual. Nosso objetivo não é apenas fugir do rebaixamento. É ter uma colocação honrosa”, almeja Rueda.

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