Rodrigo Sha lança álbum "Brazilian Oil" com colaboração da plataforma de música ORitmo
Por Gustavo Sampaio em 20/02/2025 às 16:00
O músico, compositor e instrumentalista, Rodrigo Sha soltou o novo álbum Brazilian Oil no final de 2024. O disco possui 10 faixas e tem a participação de diversos artistas, todos em colaboração com a plataforma “ORitmo“. Rodrigo usou samples e amostras de sons dos artistas da plataforma e utilizou na composição das canções.
Nascido no Rio de Janeiro, Rodrigo Sha tem 27 anos de carreira e já participou de diversos projetos, o mais recente é a colaboração com a plataforma “ORitmo”. A plataforma reúne um acervo de samples e músicas de artistas independentes, livre para usuários do site utilizarem.
Confira abaixo a entrevista na íntegra.
Como foi o processo de produção do álbum “Brazilian Oil”?
O processo de produção fui eu pegando os samples disponíveis ali na plataforma do Ritmo, né? De alguns artistas que eu curto muito. E comecei a compor em cima disso, samples de 10 segundos, Loops, né? Às vezes loops de violão, loops de percussão, e fui tocando tudo em cima. Fui compondo as músicas, sabe? E no meu estúdio.
E foi muito bacana. Então foi isso, né? Então, pô, tem músicas que eu peguei, né? A levada de um sample do Marcos Suzano, de Pandeiro. Aí tem outras que eu peguei a levada de violão do Zé Paulo Becker e misturei com uma levada do Marcos Borges, de samba lá do Belém do Pará.
E aí foi todo o processo, foi por aí, entendeu?
Como surgiu a plataforma ORITMO? Quando é que você começou a utilizar esses ritmos?
Então, cara, a ideia da plataforma é uma plataforma de biblioteca musical de samples do Brasil tocado por músicos daqui. Pro mundo, né? É uma plataforma para as pessoas, assim, é a cultura do remix, né? Eu sou produtor musical. Então eu sentia que faltava sample brasileiro, genuíno, assim, de qualidade pra gente poder usar.
Pros produtores, inclusive, no mundo poderem, né, cara? Poderem usar. E sendo também uma nova oportunidade dos músicos brasileiros mostrarem seu trabalho, também. Entendeu? Terem a sua loja, uma loja com seus sons, disponíveis na web, nesse mundo digital.
E a gente fez todo um trabalho de pesquisa de todos os ritmos do Brasil. De diversas sonoridades, né? De melodias, de tudo. E eu comecei a fazer todo esse trabalho de formiguinha na curadoria, chamando os músicos.
Até hoje eu faço isso pra galera entrar lá, se cadastrar e colocar seus sons lá. E fazer sua lojinha, entende? E, assim, é um trabalho a longo prazo, realmente. Mas foi importante agora, nesse momento, eu vi que pra dar uma visibilidade maior, eu precisava criar o ritmo artista, o projeto artístico, entendeu? Do ritmo, no streaming, né? Para as pessoas entenderem também o propósito dessa plataforma, né? E também… Acreditar nos músicos. Dar voz pros músicos também, entendeu? Acreditar no streaming, né, cara? Porque hoje em dia as pessoas não sabem nem quem tá tocando nada.
Só ouvem a música lá e ninguém tá sabendo quem tá tocando, quem fez aquilo. Então é uma forma de trazer a galera pra frente.
O disco é uma junção de diversos estilos musicais, como chegaram no resultado final com tanta diversidade?
É o Brasil, o Brasil é isso. O Brasil tem essa diversidade rítmica, sonora, e que, ao mesmo tempo, tem uma unidade. Por isso que nós somos um país. É um astral. Por mais que somos um país continental, mas que tem um astral único, né? Os estados se conectam, as cidades se conectam, as pessoas se conectam e se acrescentam. Falando assim de uma forma até mais filosófica, mas eu acho que é o seguinte. Eu fui muito na intuição, eu diria.
Você sabe? Das levadas que eu achava que ia ficar legal. As ciências legais. E agravando e experimentando.
Com certeza tinha que ser um álbum diverso. Porque ele é uma extensão, e a plataforma é a diversidade do Brasil, né? Dos sons do Brasil. E tem uma unidade porque eu botei muita alma ali. Teve um mergulho meu artístico, que eu não peguei porque uma coisa é você fazer uma compilação num álbum, né? Que você pega uma música de cada artista, aí você faz uma compilação.
Esse não. Nesse sentido, eu me conectei com um som, algum sample e fui compondo tudo em cima disso. Então tem uma pessoa que guiou isso, que fui eu, teve um artista, um produtor ali que falou que fui o condutor.
Com tantos artistas participantes, Pensa em ir a turnê com o álbum? Qual o próximo passo?
Com certeza eu já tô pensando no próximo álbum. Já tá formatado aqui na minha cabeça. Mas, assim, ORITMO pode ter vários desdobramentos, né? É pra ser um portal, pra ser a casa do músico brasileiro. A voz do músico brasileiro.
Então ,fora a gente lançar várias tracks, né? No streaming e álbuns. A gente pode ter um festival. Entendeu? Um espaço físico, realmente. Isso é uma coisa que eu tenho na cabeça. Pode virar um festival itinerante. Pode virar também uma banda que também possa viajar e fazer turnê.
Pessoas que representam a plataforma. E isso depende de muita coisa também, depende de encorpar, depende da gente fazer o trabalho, o trabalho de casa, assim. São pequenos progressos, a evolução.
Ainda mais no mercado hoje, assim, sabe? É Totalmente um mercado de muito volume de artista, também. Você tem que ir criando o seu espaço e se conectando, formando o seu público, sabe? Então, nesse sentido eu não tenho muita pressa, eu diria. Eu acho que o que eu quero mesmo fazer agora é construir um catálogo legal do ritmo na discografia.
E também fazer com que as pessoas entrem mais no marketplace, coloquem seus sons pra gente ampliar a nossa biblioteca musical, e viabilizar mais uma forma dos músicos se exporem e também monetizarem quando nesse mundo globalizado.
Qual foi a sua faixa favorita do álbum e o porquê?
Isso é uma pergunta difícil. Mas, assim, tem uma faixa, a faixa que abre o álbum, eu acho ela maravilhosa. Ali tem muita coisa. O Azeite Joviniano, né? Ali tem muitos elementos.
Tem tanta riqueza ali e foi uma faixa que ela não tem um clique, vamos dizer assim, entendeu? Ela foi feita na mão, vamos dizer, a produção dela, sabe? Tudo teve que dialogar e ela não tem um padrão.
Não sei se você entende isso, era um BPM, assim, sabe? Ela não tem um BPM, eu não consegui chegar num BPM porque eram tantos elementos diferentes que eu tive que encaixar tudo num sentimento ali e ficou muito bacana, sabe? Eu acho que tem uma poesia muito grande nessa faixa.