16/04/2022

Queiroga pode anunciar neste domingo revisão da situação de emergência da covid

Por Folha Press em 16/04/2022 às 20:50

Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realiza audiência pública interativa para tratar sobre o PLS 264/2017 que altera a Lei que dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde. 

Em pronunciamento, diretor de Avaliação de Tecnologia em Saúde da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realiza audiência pública interativa para tratar sobre o PLS 264/2017 que altera a Lei que dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde. Em pronunciamento, diretor de Avaliação de Tecnologia em Saúde da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, convocou cadeia nacional de rádio e TV para a noite deste domingo (17), às 20h30, e, segundo pessoas que acompanham as discussões, deve anunciar que o país já está com as condições necessárias para que o estado de emergência devido à pandemia de covid possa ser revisto.

A Emergência em Saúde Pública de importância Nacional dá lastro ao uso emergencial de vacinas, compras sem licitação e outras regras ligadas à pandemia.

Somente no Ministério da Saúde, 170 regras podem ser impactadas com o fim da emergência sanitária.

Entre as mais sensíveis está a autorização de uso emergencial de vacinas e remédios. No entanto, pessoas que têm trabalhado no assunto dizem que estudam um meio de não prejudicar o uso da Coronavac, que tem autorização emergencial.

As vacinas da Pfizer, Janssen e da Fiocruz já têm o registro definitivo e não sofreriam nenhum impacto com o fim da emergência sanitária.

No final de março, a pasta finalizava um documento que seria entregue ao ministro para que ele tomasse a decisão sobre a possível revisão no estado de emergência. Nele, estavam sendo considerados dados epidemiológicos, da rede de assistência do SUS e as normas que sofreriam impacto com a decisão.

Gestores do SUS afirmam que não são contra o fim da emergência sanitária em decorrência da redução do número de mortes e casos de covid-19 no país.

Entretanto, tentam convencer o Ministério da Saúde que após a publicação seja estendido por 90 dias o prazo da Espin (Emergência em Saúde Pública de importância Nacional) para que se dê tempo de realizar a transição e monitorar as condições. Além disso, propõe um plano de comunicação de risco e um plano de retomada da normalidade.

Nesio Fernandes, presidente do Conass (Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde), disse que esse plano deveria ter três eixos principais: indicadores de controle (definição de uma taxa de novos casos e internações que possam representar risco para a região), um sistema de vigilância integrado entre casos de covid-19 e influenza (nesse ponto pedem que a vacina da covid-19 seja incorporada ao Programa Nacional de Imunizações) e a avaliação da capacidade instalada dos estados para dar assistência aos casos de covid longa e outras condições que pressionam o serviço de saúde.

Depois de prometer declarar o fim da pandemia da covid-19, tarefa que cabe apenas à OMS (Organização Mundial da Saúde), Queiroga modulou o discurso e passou a trabalhar nos preparativos para encerrar a Espin, datada de fevereiro de 2020.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que durante toda a pandemia estimulou atitudes negacionistas e contrárias às recomendações da OMS, conduz a pressão para que o país saia o mais rápido possível da situação de excepcionalidade provocada pela pandemia.

“Devemos, a partir do início do mês que vem, com a decisão do ministro da Saúde de colocar fim à pandemia, voltarmos à normalidade no Brasil”, disse Bolsonaro em meados de março.

Queiroga e Bolsonaro chegaram a prometer acabar com a pandemia no Brasil e declarar que a covid-19 se tornou uma endemia.

O plano era reforçar a versão de que o governo venceu a crise sanitária, além de desestimular o uso de máscaras e outras medidas de proteção contra o vírus.

Como mostrou a Folha, o ministro Queiroga modulou o discurso ao ser alertado por auxiliares que não tem poder de encerrar a pandemia. O ministro consegue apenas revogar a Espin. Este seria o principal caminho para esvaziar as restrições contra a covid.

Como mostrou a Folha, a Saúde passou a mirar a revogação de regras que são tidas como desnecessárias neste momento, em que casos e óbitos da covid estão em queda, como a restrição para exportar medicamentos, oxigênio e outros itens de saúde.

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