01/07/2022

Promotores acreditam que homem teria assassinado procuradora-geral se colegas não intervissem

Por Santa Portal em 01/07/2022 às 06:00

Reprodução
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Dois promotores do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) afirmaram acreditar que, caso os colegas não tivessem socorrido a procuradora-geral de Registro, Gabriela Samadello Monteiro de Barros, o réu a teria assassinado. Demétrius Oliveira de Macedo foi preso na última semana após espancar a vitima, e a denúncia partiu do Ministério Público (MP), e foi deferida pelo Tribunal de Justiça (TJ) na terça-feira (28).

A afirmação foi feita pelos promotores de Justiça Ronaldo Muniz e Daniel Godinho, durante uma coletiva nesta quinta-feira (30), na Capital Paulista. Na ocasião, as autoridades detalharam a atuação do MP no caso, classificado como emblemático pelo subprocurador-geral de Justiça de Políticas Criminais, José Carlos Cosenzo, que também estava presente.

“Logo que recebemos o vídeo, entramos em contato com a procuradora. O que mais importa neste primeiro momento é acolher a vítima”, explicou Muniz, lembrando que as mulheres em situação de risco em todo o Estado podem procurar o Ministério Público.

De acordo com Godinho, a investigação apontou que o procurador municipal apresentava um “comportamento diferente quando estava sob chefia feminina”. Esse foi um dos fatores que embasaram a denúncia por tentativa de feminicídio.

Demétrius reponde também por injúria e coação no curso de processo administrativo. Foi justamente no dia em que teve conhecimento do procedimento instaurado por Gabriela para apurar seu comportamento que o réu investiu contra a sua chefe.

Conforme explica o MP, o combate à violência de gênero é um dos vetores do Plano Geral de Atuaçao (PGA) do órgão no Vale do Ribeira, elaborado em 2020 no âmbito do Projeto Estratégico MP Social, a partir de um diálogo entre os membros da instituição, a academia e a sociedade civil.

Com o PGA, o Ministério Público pretende reduzir o total de casos de violência contra a mulher, como o episódio registrado em vídeo no dia 20 de junho. Segundo o juiz Raphael Ernane Neves, da 1.ª Vara de Registro, “o Ministério Público apresentou descrição suficiente dos fatos criminosos relacionados à ofensa à integridade corporal”.

Cosenzo, que parabenizou os promotores pela celeridade com que acolheram Gabriela e apresentaram a denúncia, enfatizou que a punição exemplar aos autores de feminicídio (consumado ou tentado) é vital para a instituição, responsável pela base teórica que levou o Congresso a aperfeiçoar a legislação neste campo.

Relembre o caso

A procuradora-geral de Registro, de 39 anos, foi agredida, na tarde do dia 20 de junho, por um colega de trabalho, também procurador. Em um vídeo obtido pelo Santa Portal, é possível ver Demétrius Oliveira de Macedo, 34 anos, xingando, chutando e dando socos em Gabriela Samadello Monteiro de Barros. 

De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima compareceu à delegacia com ferimentos e sangramento no rosto, quando contou o que havia ocorrido. As agressões ocorreram no prédio da Prefeitura de Registro, na  Rua José Antônio de Campos, no Centro, por volta das 17h. 

À Polícia, ela contou que estava na sua sala de trabalho, próximo à uma funcionária, que lhe contou que Macedo aparentava não estar bem. Logo em seguida, o suspeito saiu da sala dele e veio em direção a Gabriela, a agredindo com uma cotovelada na cabeça. 

Ele foi preso no dia 23 de junho, e permaneceu detido preventivamente. Nesta segunda-feira (27), a OAB-SP realizou uma homenagem à procuradora, em Registro.

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