Projeto voltado ao alto rendimento abre vagas para jovens longboarders em Santos
Por Santa Portal em 17/05/2024 às 16:00
Jovens surfistas de 9 a 18 anos, adeptos da modalidade longboard, que sonham em representar Santos em competições nacionais e internacionais na temporada 2025, têm uma grande oportunidade. Estão abertos os cadastros para seletiva que definirá quem participará de projeto no Centro de Treinamento Municipal de Surf, voltado para o alto rendimento.
Os interessados devem enviar mensagens por direct no perfil do Instagram da Associação Santista de Longboarder (@aslongboarder) e as inscrições permanecem abertas enquanto restarem vagas. Os treinos acontecerão em diferentes dias da semana, conforme as condições climáticas e a agenda de competições, sempre no período da tarde, das 14h às 18h.
De acordo com o presidente da Associação Santista de Longboarder (ASL), Carlos Roberto de Alencastro Guimarães, o Lobinho, além da faixa etária estipulada, há preferência para atletas que já sejam ranqueados no Circuito Santista de Longboard nas categorias masculino e feminino.
Sobre a iniciativa
O coordenador do projeto da ASL, que atua no Centro de Treinamento Municipal de Surf, Jefferson Brasileiro, 52, falou sobre o objetivo da iniciativa. “Esse projeto nasceu visando criar um circuito de treinamento focado em longboard. Aqui nós temos projetos semelhantes, mas voltados para os shortboards, que são as pranchinhas, e a gente via que o longboard ficava sempre meio de lado”, disse.
Ele observou ainda a importância da modalidade na história do surfe santista. “A Associação viu a necessidade de incluir a modalidade, que é muito importante para a Cidade. O surfe começou aqui em Santos com o longboard. Pesquisando, vimos que não existem projetos no Brasil como esse e estamos sendo mais uma vez pioneiros em criar uma equipe de treinamento, dentro e fora da água, especializada em longboard”, contou.
Independentemente da categoria, além do ranking para critério de seleção, é levada em consideração uma análise técnica. Os atletas selecionados devem obrigatoriamente se filiar à Associação Santista de Longboarder.
Além da prancha de surfe
“O trabalho que nós realizamos com os atletas vai além da prancha de surfe na água. As pessoas acham que para o atleta é só pegar a prancha e sair pegando onda, mas é necessário ter condicionamento, preparo, uma respiração legal, e é isso que estamos trabalhando aqui”, diz a diretora-executiva da ASL, Mércia Nascimento.
“Esse projeto vem para aperfeiçoar atletas que já são profissionais e disputam o Brasileiro, como a Kaylane, e para formar e preparar novos atletas. Eu não conheço nenhum lugar que ofereça uma estrutura dessas voltada para a prática de longboard, a gente só vê projetos assim para os atletas de pranchinha e nós, santistas, temos tudo isso gratuitamente”.
A atleta mencionada por Mércia é Kaylane de Souza, 31 anos, única atleta no Brasil a competir nas três modalidades: na pranchinha, no longboard e no sup wave. Ela venceu na última semana pela terceira vez o Circuito Santos Surf e já viajou para Saquarema (RJ), onde disputa etapa do Campeonato Brasileiro, no Aloha Spirit Saquaremal.
“É um marco para a nossa cidade ter uma santista representando o Estado de São Paulo em nível nacional na modalidade depois de tantos anos. Com a entrada do longboard na programação dos Jogos Olímpicos, a modalidade e os atletas santistas que estão se preparando têm tudo para despontar. E para nós atletas, o apoio da Prefeitura é fundamental”, diz.
O longboard pode se tornar modalidade olímpica em Los Angeles 2028. A Associação Internacional de Surf (ISA) apresentou a proposta ao Comitê Olímpico Internacional (COI), e a decisão final está prevista para o primeiro trimestre de 2025.
O atleta Alison César, 35 anos, afirma que o projeto tem sido importante para fomentar cada vez mais a modalidade, que sofria muito preconceito. “O longboard não era tratado com seriedade e sim como diversão, o pessoal pegava o long para ‘brincar’. Agora o longboard vai estar nos Jogos Olímpicos e vai ganhar cada vez mais adeptos e destaque. Esse Centro de Treinamento nos dá uma outra visão da parte estrutural do corpo, das ondas, do treinamento, do psicológico, e também fomenta a modalidade não só para formação dos atletas de base, mas também do profissional. Eu viajo o Brasil inteiro e não conheço um espaço como esse que temos aqui em Santos”, frisou.
Longboard em qualquer idade
O empresário Marco Aurélio Frediani, 48 anos, destacou a importância do incentivo à prática esportiva em qualquer idade. “Eu comecei a surfar com 21 anos, me casei e acabei ficando oito anos sem surfar por causa dos ciúmes da esposa. Quando me separei, retornei ao longboard, mas estava cheio de lesões. Comecei a fazer um trabalho de fortalecimento, foquei e agora estou entrando nas competições. Graças a esse espaço da Prefeitura e ao trabalho da ASL, a gente está conseguindo desenvolver, tratar bem das lesões e me preparar para ter um bom desempenho nos campeonatos. Definitivamente o surfe, o longboard, não tem idade. E quanto mais velho, maiores os benefícios”, afirmou.
O projeto funciona no Centro de Treinamento Municipal Santos de Surf, que fica no Novo Quebra-Mar, através de uma parceria da Prefeitura, por meio da Secretaria de Esportes (Semes), e da Associação Santista de Longboarder.
O titular da Semes, Gelasio Fernandes, destacou que esse é mais um investimento da Cidade em uma modalidade que tem tudo para se tornar olímpica. “Nós temos trabalhado não só para promover saúde e qualidade de vida através do esporte para a população santista em geral, mas também na formação de novos atletas, que levarão o nome de Santos pelo Brasil e exterior. Não tenho dúvidas de que o projeto do CT Santos de Surf ainda revelará grandes nomes para o longboard do País e do mundo”, ressaltou.
