Primeiro prédio do Parque Palafitas vai receber serviços de acabamento interno na próxima semana
Por Santa Portal em 14/09/2025 às 12:00
Começam na próxima semana os serviços internos de gesso e contrapiso de nivelamento, preparando o assoalho para receber os revestimentos cerâmicos, na maior edificação do Parque Palafitas, em Santos, no litoral de São Paulo, que abrigará 16 famílias em seus quatro andares (térreo e três pavimentos). Já o prédio de três andares (térreo mais dois) está recebendo as divisões internas dos apartamentos, enquanto o de dois pavimentos (térreo mais um) encontra-se na etapa de execução da cobertura.
Ainda será construída outra edificação com térreo e um andar. Desenvolvido pela Prefeitura em uma área de quatro mil metros quadrados, esse projeto-piloto é considerado um dos maiores empreendimentos de urbanização do País voltado à revitalização de favela.
O Parque Palafitas contará quatro conjuntos de apartamentos com 44 unidades e dois de casas, cada um com oito residências térreas, totalizando 60 habitações. São construções com soluções rápidas e sustentáveis, infraestrutura completa, lazer e comércio, que envolvem também a regeneração do mangue. “Trata-se de um projeto inovador, que envolve sustentabilidade nas três vertentes, porque trabalha a questão social, com as habitações; a econômica, por meio de espaços destinados ao comércio, e a ambiental, tendo em vista a regeneração do mangue”, frisou o prefeito Rogério Santos.
No final do mês passado, foi içado e instalado o telhado do maior prédio (térreo e 3 andares), com cerca de sete toneladas, em uma operação que levou aproximadamente uma hora. Esta semana, os 16 apartamentos começaram a receber serviços internos de elétrica e hidráulica nas áreas de cozinha, banheiros e lavanderia.
Soluções criativas
O projeto da Prefeitura envolve soluções construtivas mais simples e rápidas, a exemplo dos imóveis, que serão pré-fabricados. “O Parque Palafitas contará com toda a infraestrutura necessária como iluminação pública, água e esgoto, áreas para lazer e comércio, parques e espaços para regeneração do mangue”, destacou o secretário Fabrício Cardoso, titular da Secretaria de infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), órgão da Administração responsável pelas intervenções. O local será dotado, ainda, de infraestrutura de telecomunicações e de combate a incêndio.
Obras
O primeiro prédio do Parque Palafitas, com térreo e um andar, cada pavimento com quatro apartamentos, totalizando oito unidades habitacionais, começou a ser construído no dia 18 de agosto, com o posicionamento dos primeiros dos 57 painéis pré-fabricados que comporão cada pavimento. Esse imóvel foi construído em laje sobre o mangue, com 674m². Com 1.082 quilos, esse painel foi içado e posicionado por um guindaste na primeira das sete lajes já concretadas – é a primeira das quatro suspensas sobre a maré e sustentada por 49 estacas e blocos.
É sobre essas sete lajes de apoio que serão construídos os prédios e as casas. Os painéis têm peso entre 9,7 a 1.135 quilos e essa primeira laje, de 674m², recebeu 90m³ de concreto, o que corresponde à capacidade de 15 betoneiras. Além do prédio, essa laje, abrigará as instalações da associação dos moradores.
Projeto
O projeto de revitalização da favela usa a metodologia de estaqueamento com laje, aplicada em outros países e semelhante à empregada na construção de terminais portuários. As sete lajes de apoio, todas já prontas, foram concretadas sobre 212 estacas com blocos de fundação, fincadas a uma profundidade entre 30 e 35 metros. Elas foram executadas com vigas em concreto armado moldadas no local e lajes pré-moldadas, seguindo-se camada de consolidação com tela soldada e outra de concreto usinado. O entorno da área das lajes de apoio suspensas terá proteção de guarda-corpo, com 205m de extensão.
Construções
É sobre a segunda laje, com 260m², a primeira apoiada no solo, que já está sendo finalizado o maior prédio do Palafitas, com quatro andares (térreo + 3 pavimentos), totalizando 16 apartamentos. Já a terceira laje, também no solo e com a mesma área, vai dispor de uma edificação com três andares (térreo mais dois), para 12 apartamentos.
Já a quarta e sexta lajes (521m² e 595m²), também suspensas sobre a maré, abrigarão, respectivamente, dois blocos de casas, cada um com oito residências térreas (16 unidades ao todo). Quatro casas da laje 4 serão destinadas a pessoas com deficiência (PcD).
Sobre a quinta laje (244m²), também sobre a maré, será construído um prédio de dois andares (térreo mais um), enquanto a sétima (600m²), a terceira sobre o solo, destina-se à área comercial do Parque Palafitas, que contará com duas edificações em formato de ‘L’.
Também será instalado um píer flutuante, integrado por dois módulos de 12m por 3m, para utilização de passageiros de embarcações, nos moldes do existente na Ponte Edgard Perdigão, na Ponta da Praia.
Habitações
Cada apartamento do Parque Palafitas terá 41,69m² de área privativa, com sala (16,02m²), dois quartos (7,51m² e 9m²), cozinha conjugada com lavanderia (6,08m²), banheiro (2,31m²) e área de circulação (0,76m²). Já as 16 casas terão, cada uma, 48,06m² de área construída e testada de 5,75m², dotadas de sala de estar e jantar integrados (10,69m²), cozinha (5,34m²), área de serviço (3,02m²), dois quartos (8,28m² e 8,05m²), banheiro (2,88m²) e varanda dos fundos (3,88m²).
As habitações terão piso e paredes de painéis de madeira laminada, para preservar a comunidade local. As edificações gerais de apoio, institucionais e comerciais do Parque Palafitas ocuparão 309 m².
Serão construídos dois prédios comerciais, um com quatro salas e o outro, com três, e a associação de moradores terá espaço próprio. Na área do projeto, foram removidas apenas as habitações mais vulneráveis junto à água para permitir a regeneração do mangue e criar espaços de lazer, chamados de respiros.
Investimento
As obras de fundações e superestrutura para a implementação do Parque Palafitas estão a cargo da empreiteira TMK Engenharia S.A., vencedora da licitação pública, e representam um investimento de R$ 16.586.364,04, sendo R$ 12.309.200,92 do Governo do Estado e o restante, do orçamento municipal. O prazo contratual expira em outubro.
Já a construção das 60 unidades habitacionais em estrutura modular está orçada em R$ 12.680.000,00, sendo R$ 9.353.799,08 provenientes do governo do Estado e o restante, do orçamento da Prefeitura. Essa etapa está sob responsabilidade da Tecverde Engenharia S.A., com prazo contratual até fevereiro.
