Presidente de sindicato fala em greve de 10 milhões de servidores até o fim do ano

Por Santa Portal em 22/07/2021 às 06:32

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Em transmissão ao vivo realizada nesta semana, o presidente do Sindest, Fábio Pimentel, afirmou que até o fim do ano, é possível que haja greve de dez milhões de servidores públicos no país, contra a proposta de emenda constitucional (PEC) 32-2020. O Sindest é o sindicato dos 12 mil servidores estatutários e quatro mil aposentados de Santos.

Seriam seis milhões de servidores municipais, três milhões estaduais e um milhão de federais, podendo fazer greve geral neste segundo semestre contra a PEC.

A PEC 32 é conhecida pela reforma administrativa. Segundo Pimentel, antes da greve, o funcionalismo tentará convencer os deputados federais a votarem contra a proposta, que foi encaminhada à Câmara pelo presidente Jair Bolsonaro no segundo semestre de 2020.

No dia 3 de agosto, a categoria irá realizar uma concentração em Brasília contra a proposta. A manifestação também acontece em âmbitos estadual e regional em diversas partes do país nos dias 27, 28 e 29 de julho.

Fábio também afirma que a participação popular contra a medida vem acontecendo nos protestos de rua como os de 29 de maio, 19 de junho e 3 de julho. O próximo será neste sábado (24), em todo o país. “O povo, na verdade, tem ido às ruas para destituir o governo Bolsonaro, o que implica na derrocada também dessa ‘pec’ que prejudica a todos de maneira dramática”.

O sindicalista lembrou que, em Santos, o protesto será às 16 horas, na Praça da Independência, no Gonzaga, de onde sairá em passeata, uma hora e meia depois, até a Praça Abílio Rodrigues da Paz, na Aparecida. No local, os manifestantes falarão aos moradores do conjunto residencial Humberto de Alencar Castelo Branco (BNH).

Prejuízos 

O sindicalista cita que os prejuízos causados pela aprovação da PEC incluem o princípio da subsidiariedade, que dá condições ao governo de só prestar serviços sociais nos setores que a iniciativa privada não quiser. Segundo ele, a palavra subsidiariedade foi retirada do texto da ‘pec’, mas seu princípio continua ativo. Isso possibilitaria que empresários tenham altos lucros em serviços de saúde, educação e segurança, segundo ele.

Com a reforma, Pimentel diz que os servidores contratados não serão mais empregados do estado, e sim do governo. “O funcionalismo não será mais contratado por concurso público, mas por ser amigo do vereador, do prefeito, deputado, governador, senador ou do presidente. Amigo do povo, jamais”.

Comissionados

Sobre a ‘pec’ 32, o diretor de comunicação do Sindest, Daniel Gomes, explicou que há hoje no Brasil 6 mil cargos em comissão de livre provimento, ou seja, indicados pelos gestores. E que esse número subirá para 90 mil se a reforma for aprovada.

Ele ainda lembrou que, em 6 de agosto, haverá uma audiência pública sobre a PEC, na Câmara de Santos, convocada pela vereadora Telma de Souza (PT), por solicitação do Sindest.

“Será um evento elucidativo a respeito do problema, com ícones do movimento ‘Basta’ nacional, estadual e regional, além de especialistas, para falar da ‘pec’. Convocamos toda a categoria”, diz Daniel.

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