Polícias de SP negam acusações de tortura durante Operação Escudo em Guarujá

Por Santa Portal em 31/07/2023 às 10:08

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O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, negou as acusações de tortura apontadas pela Ouvidora das Polícias em decorrência da Operação Escudo, que está sendo realizada em Guarujá em resposta à morte de um soldado da Rota na noite da última quinta-feira (27).

A declaração de Derrite foi feita na manhã desta segunda-feira (31) em coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes, na Capital. O Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o delegado geral da Polícia Civil, Artur Dian, e o comandante geral da Polícia Militar, Cássio de Freitas, também estavam presentes.

Ao ser questionado sobre as acusações, Derrite disse que elas não passam de narrativas. “Não chegou oficialmente nenhuma informação, nenhum indício e muito menos materialidade para nós”, declarou. Ele ainda afirmou que as câmeras dos uniformes policiais não foram retiradas.

Segundo Derrite, até agora, foram contabilizadas oito mortes e dez flagrantes. De acordo com o secretário, os óbitos foram resultados de ocorrências que evoluíram para confrontos armados.

Antes de se ausentar devido a outro compromisso, Tarcísio de Freitas (Republicanos) também abordou as denúncias e acusações de brutalidade policial durante a Operação. “A gente não quer de maneira nenhuma o confronto. A Polícia reage e ela vai reagir para repelir a ameaça”, disse.

De acordo com a Folha de S. Paulo, uma reunião com seis órgãos, incluindo de Direitos Humanos, ocorreu na tarde deste domingo (30) para discutir as denúncias de abusos da PM em Guarujá.

Derrite e Tarcísio ainda garantiram que a Operação Escudo deve durar por, no mínimo, 30 dias.

Identificação do autor do disparo

Uma nota fiscal de um salgado comprado em um comércio próximo ao local do disparo foi o que ajudou a Polícia a identificar Erickson David da Silva, autor do disparo que matou o soldado da Rota.

De acordo com Derrite, policiais do Deinter-6 identificaram a nota fiscal em um estabelecimento comercial na Vila Júlia e foram atrás das câmeras de monitoramento não só do comércio, mas de todo o trajeto feito por uma mulher envolvida no assassinato do soldado.

Após a prisão da envolvida, os policiais conseguiram chegar a Erickson por meio de sua prova testemunhal.

A arma usada no crime ainda não foi apreendida, porém foi identificada como sendo uma pistola 9mm.

Aumento do efetivo em Guarujá

Durante a coletiva, Derrite ainda revelou que há um planejamento inicial para instalação de mais uma unidade policial militar em Guarujá, em fevereiro de 2024.

A Rota vem patrulhando a Baixada Santista por meio da Operação Impacto-Litoral.

Relembre o crime

Segundo o boletim de ocorrência, durante um patrulhamento de rotina na Vila Júlia, o soldado Reis e o cabo identificado apenas como Marin escutaram diversos estampidos característicos de arma de fogo. Eles, então, aceleraram a viatura em que estavam para deixar o local.

Logo depois, informaram que haviam sido baleados. Reis foi atingido na axila, e Marin, na mão esquerda.

O secretário disse na entrevista coletiva que o disparo contra o policial foi dado a uma distância de 60 a 70 metros.

Os dois policiais foram socorridos, mas Reis não resistiu e morreu. Marin permanecia internado em observação.

Ainda de acordo com o registro policial, não há marcas de tiros na viatura nem indícios de quem fez os disparos contra os PMs.

Reis ingressou na PM em 7 de dezembro de 2017 e, segundo a corporação, “exerceu suas funções com grande dedicação e zelo com o que lhe era confiado, sendo um profissional dedicado, amigo e exemplar.

O policial deixou a mulher e um filho de dois anos.

O corpo de Reis foi levado do quartel da Rota, na Luz, em um caminhão do Corpo de Bombeiros até o Mausoléu da PM no cemitério do Araçá, no centro de São Paulo. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e centenas de policiais acompanharam o sepultamento no fim da tarde de sexta.

Tarcísio e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) se manifestaram sobre a morte em redes sociais.

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