Piloni deixa secretaria nacional de Portos e será substituído por Mário Povia
Por Santa Portal em 25/05/2022 às 12:15
Diogo Piloni não é mais secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, órgão ligado ao Ministério da Infraestrutra. Mário Povia, ex-diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), assume o cargo deixado por Piloni.
Piloni, que estava no cargo desde o início do governo Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019, pediu para ser exonerado. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (24). A portaria foi assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Além de ex-diretor da Antaq, Povia também dirigiu a Gestão Portuária da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ).
Legado
“Eu saio com um orgulho muito grande de poder ter feito parte desse momento que o setor, de fato, cresceu bastante, amadureceu. É um momento em que a gente conseguiu estabelecer um grau de maturidade pro setor que permitiu quase R$ 30 bilhões de investimentos que foram autorizados de janeiro de 2019 para cá”, diz Diogo Piloni, que deixa o cargo.
Piloni cita ainda os 37 leilões de arrendamento. “Só aí foram R$ 6 bilhões de investimentos autorizados, com 137 contratos de adesão de terminais de uso privado, aí foram mais R$ 23 bilhões de investimentos autorizados, com um novo marco regulatório para o setor de cabotagem no Brasil, depois de uma longa discussão. Então é mérito de um time que aprendeu e discutiu com muita propriedade o tema da navegação de cabotagem”, explica.
Ele também considera outros feitos importantes enquanto esteve no cargo. “Conseguimos uma aprovação pelo Congresso Nacional de uma proposta que realmente traz um avanço importante para esse mercado, fizemos alterações legais importantes para o setor portuário com a minirreforma portuária e avanços que trouxeram mais flexibilidade, desburocratização para os os gestores em portos estatais, ou seja, a gente não só trabalhou para a privatização de portos, e assim foi com a Codesa e teremos aí Santos, São Sebastião, Itajaí, mas também trabalhamos para que o porto público também se modernizasse com institutos legais, normativos, mais modernos, pró resultado e atração de investimento”, completa.
A primeira desestatização portuária do Brasil aconteceu durante sua gestão, mais uma conquista que o ex-gestor considera como um legado, e que será continuada por Mario Povia. “Tivemos de fato a primeira desestatização portuária do Brasil, que traz um novo paradigma de gestão, a confiança de que isso trará um resultado imediato do ponto de vista de qualidade e eficiência no papel desempenhado pelas autoridades portuárias, e assim como tivemos uma evolução muito significativa para a gestão dos aeroportos do Brasil, quando eles foram privatizados, assim como em outros setores também, a expectativa é que para os portos a gente tenha esse avanço”.
“A minha saída não significa descontinuidade, as equipes continuam, são as mesmas, extremamente competentes, com conhecimento suficiente e respaldo técnico para o convencimento da sociedade, do Tribunal de Contas da União (TCU)”, diz.
Por fim, Diogo Piloni afirma que o ganho de credibilidade do setor após os anos em que esteve à frente da secretaria é mais um legado que deixa. “É um setor que responde bem à economia, não é mais gargalo, se algum dia já foi, o setor portuário, o transporte aquaviário de uma forma geral, fez a sua parte. Os investimentos foram realizados, não há gargalo de infraestrutura e isso nos orgulha bastante”, conta.
Agora, os projetos de Piloni envolvem a atuação na iniciativa privada, onde já teve propostas. “A minha saída já era programada, foi uma decisão pessoal que, inclusive, já foi tomada há algum tempo, pelo menos desde o fim do ano passado, já em conversa com o antigo ministro Tarcísio. Mas, por força do compromisso com os projetos, com os temas, não fazia sentido sair, depois com a transição dos ministros, saiu o Tarcísio, entrou o Marcelo que já era meu chefe, um sujeito que eu conheço já há muitos anos e é um grande parceiro, não poderia de forma nenhuma deixá-lo na mão. Nessa transição algumas coisas foram postergadas, mas o momento chegou. Meu caminho será a iniciativa privada, depois de 17 anos de serviço público. Ainda estou em fase final de decisão, mas é certo que o caminho será de atuação na iniciativa privada”, finaliza.