Pera ferroviária será construída e Marimex vai para o Valongo
Por Marcela Morone e Yasmin Braga em 10/08/2023 às 11:43
Após anos de discussão jurídica, a Autoridade Portuária de Santos (APS), a Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips) e a Marimex entraram em um acordo para a construção de uma pera ferroviária. Para a viabilização da obra, a Marimex será transferida para o Teval, localizado no Valongo, no prazo máximo de 30 meses. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (10).
Uma pera ferroviária consiste em um pátio circular em que os trens podem realizar o transbordo da carga sem que os vagões sejam desmembrados. De acordo com o diretor-presidente da APS, Anderson Pomini, a obra vai aumentar a movimentação de granéis sólidos para quase 20 milhões de toneladas por ano.
“O Porto de Santos é um dos portos mais modernos do mundo em termos de tecnologia, fluxos, entrada e saída de produtos. Nós estamos conectados a 200 países. Nosso grande desafio de logística é o escoamento de produtos entre o porto e as cidades e os estados brasileiros. Nós precisamos nos debruçar sobre esse problema de logística. Há dez anos especialistas já defendiam a implementação de uma pera ferroviária”, destaca Pomini.
A obra para a implementação da pera ferroviária deve durar 18 meses. No entanto, ainda há um impasse. Um dos armazéns do Teval é tombado e um novo projeto ainda há de ser aprovado pelas autoridades em Brasília para o destombamento da área.
O presidente da Marimex, Antonio Carlos Fonseca Cristiano, afirmou que esse novo projeto deve sair em 90 dias. “Nós tínhamos um projeto que contava com a saída desse armazém tombado e isso não andava, não saía do lugar com a diretoria anterior”, diz. Segundo João Almeida, presidente da Fips, a pera já estaria pronta e operando em setembro ou outubro de 2025.
Terminal de passageiros e geração de empregos
Além da resolução de um empasse logístico, o prefeito de Santos, Rogério Santos, alega que a construção da pera ferroviária também beneficiará a construção do novo terminal de passageiros.
“Muito desse projeto está vinculado ao novo terminal de passageiros, pois propicia o novo terminal de fertilizantes e isso faz com que, necessariamente, o terminal de passageiros saia da região onde está e vá para o Valongo”, ressalta o chefe do Executivo santista.
A obra também deve auxiliar na economia da cidade.
“Essa obra significa manutenção dos empregos atuais nos terminais portuários e aumento dessa mão de obra numa maneira geral, aumento de recolhimento de tarifa pela APS e aumento de recolhimento de ISS [Imposto sobre Serviço] pelo município de Santos”, finaliza João Almeida.
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