19/06/2022

Parada LGBT+ começa com Paulista cheia e críticas a Bolsonaro

Por GUSTAVO FIORATTI / Folhapress em 19/06/2022 às 20:43

SÃO PAULO (SP), 19.06.2022 - PARADA LGBTQIA+: Parada do Orgulho LGBT+ volta à Paulista após 2 anos e traz Pabllo Vittar, Ludmilla e Gretchen, entre outros São Paulo. (Foto: Wagner Ferreira Vilas Boas/Photo Premium/Folhapress)
SÃO PAULO (SP), 19.06.2022 - PARADA LGBTQIA+: Parada do Orgulho LGBT+ volta à Paulista após 2 anos e traz Pabllo Vittar, Ludmilla e Gretchen, entre outros São Paulo. (Foto: Wagner Ferreira Vilas Boas/Photo Premium/Folhapress)

A avenida Paulista foi tomada neste domingo (19) por pessoas com bandeiras de arco-íris. Depois de dois anos de interrupção devido à pandemia, a Parada do Orgulho LGBT+ voltou a lotar a principal via de São Paulo -e trouxe com ela um tom político.

Com milhares de participantes, a expectativa é que este seja um dos maiores eventos realizados na cidade desde o início da crise sanitária, em março de 2020. A Covid causou o cancelamento das duas últimas edições presenciais da Parada.

A organização afirmou que a expectativa é que até 3 milhões de pessoas participem do evento. Segundo o Datafolha, a lotação máxima do trecho Consolação-Paulista é de 1,5 milhão de pessoas -num cálculo intencionalmente superestimado, considerando sete pessoas por metro quadrado.

A previsão inicial era que o evento começaria por volta das 10h, mas houve uma série de atrasos e ele só teve início perto das 14h, com o deslocamento dos trios.

O cabeleireiro Jonas Chagas 24, disse que já participou de três Paradas e que está “morrendo de vontade de beijar, mas o povo está evitando”. Embora a maior parte do público não use máscaras, o clima de sensualidade de edições anteriores está mais contido este ano.

O tema escolhido para este retorno às ruas foi “Vote com Orgulho”, uma referência às eleições de outubro. A organização disse que o objetivo era realizar um evento de caráter suprapartidário, mas a maior parte das manifestações traziam críticas ao atual governo.

Desde a concentração, ainda pela manhã, muitos manifestantes carregavam cartazes ou bandeiras contra Jair Bolsonaro (PL).Vendedores também ofereciam material contra o presidente ou que faziam alusão a dois símbolos da oposição: a vereadora carioca Marielle Franco, morta em 2018, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Coros de “fora, Bolsonaro” foram repetidos por diversas vezes pelo público, principalmente durante os discursos. Diversos políticos também compareceram na Paulista para prestigiar o evento, como o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) e Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato a uma vaga na Câmara.

“Espero que seja o último ano da Parada com um genocida do poder, que a gente vai arrancar do Palácio do Planalto”, disse Boulos em cima de um dos trios do evento.

A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy também compareceu e fez coro às críticas ao governo, mas sem mencionar diretamente Bolsonaro.

“Não é um momento qualquer da nossa história. Nós estamos num retrocesso civilizatório. Tudo o que faz com que tenhamos respeito uns com os outros é o que estamos perdendo nesses anos”, disse ela.

O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), até o momento não compareceu e nem confirmou presença -tradicionalmente, o chefe do Executivo da cidade costuma ir à Parada. O único a não comparecer ao menos uma vez nas últimas duas décadas foi João Doria (PSDB), que em 2017 foi representado pelo então vice, Bruno Covas (PSDB).

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.