Paraciclista da região treina forte para chegar em sua melhor forma em Tóquio

Por Rodrigo Martins em 20/02/2021 às 08:12

PARALUMPÍADAS – A paraciclista da região, Márcia Fanhani, está em ritmo de treino bastante intenso para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. Em entrevista exclusiva ao #Santaportal , Márcia conta como está a sua preparação e espera chegar no ápice de sua forma para a disputa das Paralimpíadas.

A paratleta, de 34 anos, já está classificada para as provas da Classe WB dos Jogos e conta que todo o planejamento foi feito para a disputa no ano passado, no Japão, mas ela espera aproveitar o adiamento para chegar em sua melhor forma nas Paralimpíadas. “O adiamento afetou todo mundo. Todos os atletas vinham com uma preparação forte, mas chegou a pandemia e o mundo inteiro parou. Tivemos que parar com tudo. Cada um reage de um jeito. Eu levei para o lado positivo, é um tempo para reajustar as rotas e seguir em um novo formato. Bom para planejar tudo de novo, temos que tentar tirar o lado positivo disso tudo. Quero chegar com uma preparação mental e física ainda melhor”, disse.

Márcia Fanhani, que tem deficiência visual, vai disputar os Jogos Paralímpicos pela segunda vez em sua carreira. Ela acredita que a experiência no Rio 2016 pode servir para que ela ajuste estratégias visando Tóquio. “Eu já tive a experiência do Rio 2016, em casa. É uma sensação especial, única de disputar os Jogos Paralímpicos. Em 2019 fui bronze no Parapan de Lima, nas duas provas de pista (1 km) e 3 Km (perseguição individual), de resistência. Costumo dizer que o Parapan é a preparação para os Jogos Paralímpicos. Quero carregar essa experiência para o outro lado do mundo. A expectativa é muito grande de dar o meu melhor, representar o nosso país para conseguir chegar ao lugar mais alto do pódio. Estamos batalhando para isso”, afirmou.

A paratleta destacou que parte da preparação inclui também a retomada do ritmo de competição. Antes das Paralimpíadas, ela vai disputar duas etapas da Copa do Mundo (na Itália e na Bélgica), além do Mundial de Paraciclismo, em Portugal, de 9 a 13 de junho.

“Voltar a competir é muito importante, super válido. A última competição que eu participei foi em fevereiro do ano passado. Voltei do Mundial de Paraciclismo de pista, no Canadá, e em março teve um boom da pandemia. Estou praticamente um ano sem competição. A gente sente falta de competir. Não vejo a hora que venham as provas, isso ajuda na preparação para os Jogos Paralímpicos. Competir ajuda a motivar e pegar ritmo de provas. Que venham essas provas, quero voltar a conquistar bons resultados em nível internacional”, explicou.

O técnico de Márcia, Cláudio Diegues, também falou sobre a importância da retomada das competições. Para ele, desta forma a paraciclista da região poderá medir a sua forma atual e estabelecer parâmetros de crescimento até Tóquio.

“Temos confiança em uma boa performance e miramos o pódio sempre, como o objetivo principal. Na prova de Km com relógio, as principais favoritas são da Grã-Bretanha e Holanda. Atletas da Nova Zelândia, Irlanda, Bélgica e Estados Unidos brigam pelo bronze conosco. O adiamento atrapalhou, mas temos a certeza que não foi somente para nós. Estamos nos reorganizando dentro de um processo de treinos e essas provas ajudam na retomada do nível de competição, contra grandes concorrentes. Acredito que ela chegará em Tóquio em sua melhor forma”, analisou.

Márcia lamenta que o cenário da pandemia deixe muitas incertezas em relação aos Jogos Paralímpicos. Porém, ela garante que com ou sem torcida, isso não irá interferir no desempenho dentro das provas. “A presença da torcida tem aquele glamour, faz diferença. Participei das Paralimpíadas no Rio e a gente sente aquele calor humano, a presença da torcida nas arquibancadas. Do meu ponto de vista, a minha cabeça estava preparada para isso, mentalizando que vai ser um evento bem restrito. Quem tomou vacina vai conseguir ir e vir. Vai ser uma coisa estranha, mas o nosso foco tem que estar todo na prova. A presença ou não da torcida não interfere no desempenho. O que precisamos fazer é nos mantermos treinando bem, saudáveis, para que possamos dar o nosso melhor dentro das provas”, concluiu.

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Foto: Divulgação/CBC

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