21/09/2017

Papa Francisco critica o atraso das investigações contra pedofilia

Por #Santaportal e Agência ANSA em 21/09/2017 às 13:35

ABUSOS – A pedofilia foi novamente inserida nos discursos do papa Francisco hoje (21), em um discurso à Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores. O papa reconheceu que o Vaticano retardou as investigações dos abusos sexuais e declarou que jamais concederá graça a sacerdotes que tenham sido condenados pelos crimes.

Jorge Maria Bergoglio indicou o abuso sexual como um pecado horrível e como algo completamente contra o que a Igreja ensina, assim como Cristo. “A Igreja enfrentou esses crimes com atraso. Talvez a antigas prática de transferir as pessoas das dioceses, de não enfrentar o problema, adormeceu um pouco a consciência”, indagou.

Para Francisco, apenas um caso de abuso deve bastar para uma condenação, sem recurso de apelação. “Quem for condenado por abusos sexuais pode pedir graça ao Papa, mas eu nunca assinei uma graça desta e nem assinarei”, garantiu.

O papa também disse que os escândalos de abusos sexuais são um estrago terrível para toda a humanidade, os quais atingem tantas crianças, jovens e adultos, vulneráveis em todos os países e em todas as sociedades. O líder do Vaticano ainda criticou as autoridades por traz destas ações. “Sentimos vergonha pelos abusos cometidos por ministros consagrados, os quais deveriam ser os mais dignos de confiança”.

A Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores (CPPM) foi criada em 2014 por Francisco, que assumiu a liderança da Igreja Católica em 2013, após a renúncia de Bento XVI. A comissão é formada por oito pessoas: Catherine Bonnet (França) Marie Collins (Irlanda), Sheila Baroness Hollins (Reino Unido), Cardeal Seán O’Malley (Estados Unidos), Claudio Papale (Itália), Hanna Suchocka (Polônia), Reverendo Humberto Miguel Yañez, S.J. (Argentina), Reverendo Hans Zollner, S.J. (Alemanha).

O grupo é formado por religiosos e laicos e tem como meta contatar dioceses regionais e institutos católicos em várias regiões do mundo para discutir, investigar e prevenir casos de pedofilia. Hoje em dia, o grupo tem status de Comissão Pontifícia e conta com mais nove membros extras: Bispo Luis Manuel Alí Herrera (Colômbia), Gabriel Dy-Liacco (Filipinas), Bill Kilgallon (Nova Zelândia), Kayula Lesa (Zâmbia), Hermenegild Makoro (África do Sul), Kathleen McCormack (Austrália), Robert W. Oliver (Estados Unidos),Peter Saunders (Inglaterra) e Krysten Winter-Green (Estados Unidos).

O Vaticano mantêm as investigações de casos de pedofilia em sigilo. Mas, por décadas, a prática da Santa Sé era de apenas transferir de dioceses os sacerdotes que haviam sido denunciados por práticas criminosas.

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