Palmeiras abre o cofre e deve bater recorde com quase R$ 200 mi em reforços
Por Flavio Latif/Folhapress em 20/06/2024 às 12:28
O Palmeiras abriu os cofres em 2024 e está muito próximo de bater um investimento recorde em reforços na sua história.
O time alviverde está próximo de chegar a R$ 200 milhões gastos nesta temporada com a confirmação de mais duas contratações. Até o momento já foram gastos R$ 84 milhões com as chegadas de Aníbal Moreno, Bruno Rodrigues, Caio Paulista, Lázaro, Rômulo e Felipe Anderson. Com Maurício, do Inter, e Agustín Giay, do San Lorenzo, que estão próximos de serem oficializados, esse número vai para R$ 179 milhões.
Em 2024, o valor é quase quatro vezes maior do que a equipe gastou no ano passado, quando conquistou três títulos (Supercopa do Brasil, Campeonato Paulista e Brasileirão). O Palmeiras contratou em 2023 apenas o atacante Artur e o meio-campista Richard Rios, que juntos custaram R$ 51 milhões.
O Palmeiras deve confirmar oito reforços com esse valor, que ainda não supera o que o Flamengo gastou com apenas três atletas. O demonstrativo financeiro do Rubro-negro dos primeiros três meses de 2024 indica que o clube investiu R$ 191 milhões nas contratações de Nicolás de La Cruz, Viña e Léo Ortiz – R$ 102 milhões são referentes somente ao uruguaio ex-River Plate.
O investimento mais alto do Palmeiras em reforços na era Crefisa foi em 2022, quando gastou R$ 113,7 milhões. O Alviverde avalia que em 2022 gastou muito mal o seu dinheiro. Grandes investimentos foram feitos nas contratações de Atuesta, Flaco López, Merentiel e Tabata. Apenas Flaco permaneceu no clube e justificou seu investimento.
Alto investimento do Palmeiras não tem relação com a Crefisa
No início da relação entre Palmeiras e Crefisa, em 2015, além do pagamento mensal pelo patrocínio a empresa acabou fazendo aportes para contratações de jogadores como Dudu (compra de parte de seus direitos econômicos), Guerra, Borja, Juninho, Luan, Fabiano, Bruno Henrique, Deyverson e Lucas Lima.
Inicialmente, havia o combinado de que o valor seria devolvido em uma futura venda, e caso uma nova transferência fosse por um valor abaixo do investido, o prejuízo seria da empresa. Isto mudou em 2018.
Quando começou a fazer essas operações, a Crefisa lançava os valores como aquisição de direitos de imagem para realização de campanhas de marketing. Após uma denúncia, porém, a Receita Federal considerou o molde do negócio equivalente a um empréstimo, já que o Palmeiras teria de devolver o valor, e pediu uma alteração.
A mudança no modelo gerou uma multa de R$ 80 milhões à Crefisa, por considerar que o imposto a ser pago nas transações pela patrocinadora deveria ser maior do que o declarado no primeiro molde. Além de obrigar o Palmeiras a devolver a quantia de qualquer forma em até dois anos após o fim do contrato, agora há a incidência de juros no valor.
Ao fim de 2019, a dívida era de R$ 172 milhões. A ideia é que até o fim de 2024 essa dívida seja zerada. O balancete divulgado no mês de abril indicou que a dívida do clube com a Crefisa atualmente é de R$ 15,6 milhões.
Luan, zagueiro negociado com o Toluca-MEX na última semana, era o último atleta contratado com o aporte da patrocinadora. O Palmeiras vai receber cerca de R$ 12,6 milhões pelo negócio e quer quitar a dívida.
nesta quinta-feira (20), o Palmeiras não precisa do aporte da Crefisa para fazer contratações. O único dinheiro que entra da Crefisa e FAM é o do patrocínio: o atual contrato rende R$ 81 milhões fixos por temporada ao Palmeiras, podendo chegar a R$ 120 milhões pelas metas atingidas por conquistas de títulos.