Pai consegue guarda provisória de menino espancado pela mãe e pelo padrasto

Por Santa Portal em 21/10/2022 às 16:00

Reprodução/Arquivo Pessoal
Reprodução/Arquivo Pessoal

O pai do menino de 4 anos espancado pela mãe e pelo padrasto, em São Vicente, conseguiu a guarda provisória do filho por 180 dias.

O advogado da família da criança, Lucas Rodrigues, confirmou a informação ao Santa Portal. “A guarda é provisória. Assim que o menino tiver alta, já ingressaremos com o pedido de guarda definitiva”, disse.

Além da guarda provisória, a Justiça também concedeu uma medida protetiva para a criança, na qual proíbe que a mãe tenha qualquer aproximação com a vítima e a irmã.

O menino ainda está hospitalizado. Recentemente, ele foi diagnosticado com derrame pleural – acúmulo de líquido entre os tecidos que revestem os pulmões e o tórax.

A Santa Casa de Santos, por meio de sua assessoria de Comunicação, informa que o paciente segue internado em enfermaria, com previsão de alta após término do ciclo do antibiótico. “Vale ressaltar que o mesmo permanece estável e em acompanhamento com a equipe multidisciplinar”, completa a nota do hospital.

Mãe transferida para Tremembé

Julia Cristina Pereira, de 24 anos, presa por suspeita de ter espancado seu filho, foi transferida no último dia 7 para a Penitenciária Feminina de Tremembé, após passagem pela Penitenciária de Franco da Rocha, no interior paulista.

A mãe do menino foi transferida para cumprir a prisão preventiva no interior por decisão da Justiça em audiência de custódia realizada na quinta, no Fórum de Santos. Ela também foi ouvida pela delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) sobre o espancamento de seu filho e pela Delegacia de Investigações de Praia Grande (DIG) sobre o assassinato do seu marido, padrasto da criança, no último dia 29. O homem também é suspeito de ter agredido o menino.


Foto: Márcio Piriquito/Santa Cecília TV

Histórico

O padrasto acusado de espancar o enteado de apenas 4 anos, junto com a mãe da criança, causando fratura em oito costelas e em um dos braços do menino, foi assassinado. Ex-presidiário, que cumpria pena por roubo em regime aberto, Julian do Nascimento, de 32 anos, foi morto com tiros no olho direito, nas mãos e no tórax.

O corpo de Julian foi achado às margens do km 285+300 metros da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, no Parque das Bandeiras, Área Continental de São Vicente, na noite da última quinta-feira (29), mesma data em que criança deu entrada no hospital em estado grave. A violência contra o garoto aconteceu na residência do acusado, na Favela México 70, Vila Margarida.

Em relação ao assassinato de Julian, inicialmente, desconfiava-se que o corpo encontrado às margens da rodovia fosse dele em uma razão da tatuagem de uma coroa no pescoço com a inscrição “Jair e Neide”. Os nomes são dos pais do padrasto agressor.

Para se ter certeza absoluta quanto à identidade da vítima, foram coletadas as suas impressões digitais e o Sistema de Legitimação à Distância (Lead) confirmou que o corpo é mesmo de Julian. Esta informação foi prestada ao Santa Portal nesta quarta-feira (5) pelo delegado Marco Antônio do Couto Perez, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), da Seccional de Praia Grande.

A forma como Julian foi executado revela indícios de ação típica dos “tabuleiros”, como são chamados os tribunais do crime organizados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

Júlia chegou a gravar um vídeo após ter agredido o próprio filho. Na filmagem, ela repreende o menino e diz que era para ele “não ranger os dentes” e que “ele não ia bagunçar na casa dela”. A violência ocorreu na quarta-feira da semana passada (28). Uma tia do garoto revelou o episódio nas redes sociais e o caso ganhou repercussão, gerando revolta e indignação pela covardia e crueldade.

O Santa Portal apurou que Julian foi condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão por roubo. Com uma réplica de pistola, ele e um comparsa assaltaram um homem, em 6 de março de 2014. A sentença da 2ª Vara Criminal de São Vicente foi prolatada em 16 de janeiro de 2017, mas a prisão de Julian só ocorreu em 11 de setembro de 2019. Em 14 de abril de 2020, ele progrediu para o regime aberto e foi solto.


Foto: Reprodução

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