27/09/2024

Pai consegue guarda definitiva de menino que foi espancado pela mãe e padrasto

Por Guilherme Esron em 27/09/2024 às 14:50

Reprodução/Arquivo Pessoal
Reprodução/Arquivo Pessoal

Rafael Santos Brasil, pai do menino espancado pela mãe e pelo padrasto, em São Vicente, em 2022, conseguiu na última terça-feira (24) a guarda definitiva do filho. Na época do crime, a criança tinha quatro anos. 

O advogado da família da criança, Lucas Rodrigues, confirmou a informação ao Santa Portal. “Sim, foi determinada a guarda definitiva unilateral ao pai do menor e de suas irmãs”, disse.

A mãe do menino segue presa e está totalmente proibida de ter qualquer contato com as três crianças. Conforme explicado pelo advogado, para que haja alguma possibilidade dela voltar a ter a guarda dos filhos, é necessário que ela ingresse na justiça e somente após uma análise do juiz, ela poderá ou não, ter contato com os menores. 

O pai do menino disse que ficou totalmente satisfeito com a decisão da Justiça.

Histórico

O padrasto acusado de espancar o enteado de apenas 4 anos, junto com a mãe da criança, causando fratura em oito costelas e em um dos braços do menino, foi assassinado. Ex-presidiário, que cumpria pena por roubo em regime aberto, Julian do Nascimento, de 32 anos, foi morto com tiros no olho direito, nas mãos e no tórax.

O corpo de Julian foi achado às margens do km 285+300 metros da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, no Parque das Bandeiras, Área Continental de São Vicente, na noite da última quinta-feira (29), mesma data em que criança deu entrada no hospital em estado grave. A violência contra o garoto aconteceu na residência do acusado, na Favela México 70, Vila Margarida.

Em relação ao assassinato de Julian, inicialmente, desconfiava-se que o corpo encontrado às margens da rodovia fosse dele em uma razão da tatuagem de uma coroa no pescoço com a inscrição “Jair e Neide”. Os nomes são dos pais do padrasto agressor.

Para se ter certeza absoluta quanto à identidade da vítima, foram coletadas as suas impressões digitais e o Sistema de Legitimação à Distância (Lead) confirmou que o corpo é mesmo de Julian. Esta informação foi prestada ao Santa Portal nesta quarta-feira (5) pelo delegado Marco Antônio do Couto Perez, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), da Seccional de Praia Grande.

A forma como Julian foi executado revela indícios de ação típica dos “tabuleiros”, como são chamados os tribunais do crime organizados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

Júlia chegou a gravar um vídeo após ter agredido o próprio filho. Na filmagem, ela repreende o menino e diz que era para ele “não ranger os dentes” e que “ele não ia bagunçar na casa dela”. A violência ocorreu na quarta-feira da semana passada (28). Uma tia do garoto revelou o episódio nas redes sociais e o caso ganhou repercussão, gerando revolta e indignação pela covardia e crueldade.

Santa Portal apurou que Julian foi condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão por roubo. Com uma réplica de pistola, ele e um comparsa assaltaram um homem, em 6 de março de 2014. A sentença da 2ª Vara Criminal de São Vicente foi prolatada em 16 de janeiro de 2017, mas a prisão de Julian só ocorreu em 11 de setembro de 2019. Em 14 de abril de 2020, ele progrediu para o regime aberto e foi solto.


Foto: Reprodução

Mãe transferida para Tremembé

Julia Cristina Pereira, de 24 anos, presa por suspeita de ter espancado seu filho, foi transferida no último dia 7 para a Penitenciária Feminina de Tremembé, após passagem pela Penitenciária de Franco da Rocha, no interior paulista.

A mãe do menino foi transferida para cumprir a prisão preventiva no interior por decisão da Justiça em audiência de custódia realizada na quinta, no Fórum de Santos. Ela também foi ouvida pela delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) sobre o espancamento de seu filho e pela Delegacia de Investigações de Praia Grande (DIG) sobre o assassinato do seu marido, padrasto da criança, no último dia 29. O homem também é suspeito de ter agredido o menino.


Foto: Márcio Piriquito/Santa Cecília TV

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