Os grandes títulos da história do Santos

Por Ted Sartori/#Santaportal em 09/04/2020 às 09:09

ANIVERSÁRIO – O #Santaportal traz hoje a segunda reportagem da série sobre o Santos. A sequência de matérias se encerrará na terça-feira, 14 de abril, justamente quando o clube completará 108 anos de uma história gloriosa com muita luta, títulos, gols, craques e glórias.

Os troféus praticamente são peças integrantes da arquitetura da Vila Belmiro. A inauguração do Memorial das Conquistas Milton Teixeira, na Vila Belmiro, em novembro de 2003, pelo então presidente Marcelo Teixeira, deu mais valor ainda às conquistas memoráveis do Peixe. E é delas que vamos falar, daquelas mais importantes.

O primeiro de grande importância não se pode esquecer: o Paulistão de 1935, que abriu caminho para os outros 21 estaduais – o mais recente em 2016. Na final contra o Corinthians, no Parque São Jorge, em 17 de novembro daquele ano, estivadores que acompanhavam a delegação em vagões especialmente alugados para eles foram dispostos a transformar em cinzas o estádio, caso o Peixe não fosse campeão.

Felizmente uma tragédia não aconteceu porque o Santos foi campeão, ao bater o rival por 2 a 0, com um gol de Raul e outro de Araken Patusca, garantindo a festa no Centro da Cidade quando os vencedores desembarcaram na Estação do Valongo. A Praça Ruy Barbosa, em frente ao Café Paulista, na Rua do Comércio, era o centro da alegria. Muitas pessoas e duas bandas de música esperavam os campeões, com direito a muitos cartazes, foguetes e flores para saudá-los.

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Reprodução Álbum de Ouro do Santos FC

Passaram-se duas décadas para que o Peixe voltasse a comemorar um Paulistão, já em 1955 e comemorado em janeiro do ano seguinte, quando começava a se formar o grande time do Santos que assombraria o Brasil e o restante do mundo no decorrer da década e nos anos de 1960.

Na disputa por pontos corridos, o título do Peixe ficou para a última rodada, contra o Taubaté, em função de dois vacilos diante de São Bento (São Caetano), fora de casa, e Corinthians, na Vila. ?Se ganhássemos, seríamos campeões. Se empatássemos, decidiríamos com o Corinthians. Se perdesse, o Corinthians é que ficaria com o título, explicou Pepe, que apenas soube que seria escalado na hora do jogo.

Talvez com promessa de dinheiro por parte do Timão, o Taubaté endureceu a partida. O marcador de Pepe era Arati, famoso por ter atuado no Botafogo. ?Era um mulato forte e que chegava firme, dizendo: ?Cuidado, menino, vai devagar, senão eu te pego??, conta. O gol de Álvaro, aos 15 minutos, aliviou um pouco a situação, mas logo no início do segundo tempo Berto empatou, trazendo a tensão novamente.

Só que, aos 20 minutos da etapa final, apareceu o lance que alegrou e parou uma cidade. ?Houve um lançamento longo, mas a sobra ficou com o Manduco, zagueiro do Taubaté. Ele matou no peito e dominou a bola. Foi quando o calcei e tomei a bola dele. Com isso, avancei livre para o gol. O goleiro Floriano saiu da meta e, se eu fosse mais experiente, talvez tentasse driblá-lo, mas dei um tirambaço cruzado de esquerda?, descreve Pepe.

O gramado foi invadido e Pepe, carregado e levado, depois, por amigos em carro aberto até a mercearia do pai, em São Vicente. A bebida foi à vontade. E seguiria sendo com muita razão: até 1969, foram mais 10 estaduais conquistados pelo time liderado por Pelé.

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Reprodução Álbum de Ouro do Santos FC

O Rei ainda conquistaria o Paulistão de 1973, com Pepe como treinador, em decisão polêmica contra a Portuguesa. Um erro na contagem de pênaltis cometido pelo árbitro Armando Marques acabou dividindo o título. Cinco anos depois, os Meninos da Vila jogaram o futebol discoteque e fizeram os adversários dançar. Ninguém segurava Juary, João Paulo, Nilton Batata e Pita. O São Paulo foi a vítima final, após três partidas.

Já nos anos 1980, Serginho Chulapa deu o tom, ao marcar o gol do título diante do Corinthians, na última rodada, no Morumbi. O presidente era Milton Teixeira, pai de Marcelo Teixeira, que era o mandatário quando o Peixe voltou a uma doce rotina nos estaduais a partir de 2006, quando Marcelo Teixeira estava na presidência: mais cinco (os outros foram 2007, 2010, 2011, 2012, 2015 e 2016).

noticia2020493940830.jpgDivulgação Santos FC

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Divulgação Santos FC

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Os Brasileiros
A unificação dos títulos promovida pela CBF no final de 2010 fez com que algo virasse definitivo: Taça Brasil e Torneio Roberto Gomes Pedrosa, competições nacionais, fossem reconhecidas como Brasileiros. Somando os dois, foram oito, sendo cinco Taça Brasil (1961 a 1965) e o Robertão de 1968.

Os dois outros da fileira de conquistas do Santos, então presidido por Marcelo Teixeira, foram inesquecíveis. Em especial o de 2002, liderado por Robinho e Diego, com dois jogos no Morumbi, na decisão contra o Corinthians.

No primeiro duelo, em 8 de dezembro, o Peixe derrotou o Corinthians por 2 a 0 e ficou sem o atacante Alberto para a finalíssima, suspenso pelo acúmulo de cartões amarelos. Durante a semana, a dúvida era Diego. Foi escalado, mas sentiu lesão com 1 minuto de jogo. Era a chance de Robert, inconformado por não sido escolhido logo de início para o segundo duelo, em 15 de dezembro.

“Pensei que o Leão fosse adiantar o Diego para jogar ao lado do Robinho, mas ele colocou o William. Sentei no banco chateado. Tinha que começar jogando. Quando o Diego caiu, eu já saltei do banco e comecei a aquecer. Quando o Leão pensou em me chamar, eu já estava do lado dele”, conta.

O meia cobraria o pênalti cometido por um atônito Rogério diante das pedaladas de Robinho. No entanto, o atacante mostrou personalidade. “Eu iria bater e peguei a bola. Mas o Robinho a pegou de mim, dizendo que iria fazer. E fez mesmo”, descreve Robert.

Embora o goleiro Fábio Costa estivesse pegando tudo, o técnico Emerson Leão acabou expulso e o Corinthians virou o jogo. Mais uma bola na rede e o Timão é que sairia do Morumbi vencedor. Só que Elano e Léo resolveram a parada nos últimos minutos: 3 a 2.

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Reprodução

Dois anos depois, no Brasileirão de 2004, Robinho ainda estava no Santos, enquanto o companheiro Diego havia sido vendido para o Porto. A perseguição ao Atlético/PR sofreu um incrível baque: o sequestro da mãe do atacante, dona Marina, no início de novembro. Robinho foi afastado do time e não voltaria enquanto o caso não se resolvesse.

No entanto, o time comandado por Vanderlei Luxemburgo não se abateu completamente e continuou seu caminho, apesar de cinco mandos de campo perdidos e 11 gols anulados – só de Deivid foram oito. “Nós jogamos contra tudo e contra todos. Ganhamos aquele campeonato na peito, na raça e no futebol”, lembrou o atacante, já em 2010.

A liderança santista veio na penúltima rodada, após um contundente 3 a 0 sobre o São Caetano, no Estádio Ánacleto Campanella, em 12 de dezembro. Se vencesse o Vasco, uma semana depois, em São José do Rio Preto (uma das punições pelas perdas de mando), seria o campeão.

Bem perto da decisão, na sexta-feira (a partida era domingo), dona Marina é libertada e Robinho partiu imediatamente para a cidade do Interior. Como símbolo daquele momento, Basílio, titular naquele período difícil, entregou o colete de titular ao Rei das Pedaladas, quando ele entrou no Estádio Benedito Teixeira, local do treino e palco do jogo.

O roteiro estava traçado. E o Santos cumpriu à risca, vencendo por 2 a 1, com gols de Ricardinho e Elano. Marco Brito ainda estufou a rede para o Vasco, mas era tarde – e não havia qualquer interesse, pois cariocas e paranaenses estavam brigados. E, ainda por cima, o Atlético/PR não havia feito sua parte contra o Botafogo e ficou no 1 a 1 na Arena da Baixada. Era hora do Santos festejar de novo, mas com requintes de um longametragem que nenhum diretor de cinema conseguiria produzir.

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Divulgação Santos FC

As Libertadores
Enfrentar e vencer uruguaios e argentinos em finais de Libertadores, como foi o caso do Santos nas decisões de 1962 e 1963 contra Peñarol e Boca Juniors, respectivamente, lança um desafio interessante: qual dos dois seria mais complicado de se enfrentar. Os jogadores do Peixe não tiveram dúvida: o Peñarol deu muito mais trabalho na primeira conquista. “O uruguaio é mais casca-grossa que o argentino, que é mais manhoso. Ou seja, o argentino bate e assopra. Ou faz como o gato que arranha e esconde a pata”, exemplificou Lima.

Na primeira partida, no Estádio Centenário, o Santos venceu por 2 a 1, em 28 de julho, sob a arbitragem de Carlos Robles. Mal sabiam os santistas que o apitador chileno seria responsável por uma das maiores confusões da história no segundo jogo, em 2 de agosto, na Vila Belmiro. O Peixe seria campeão com o empate. Quando o placar apontava 3 a 2 para o Peñarol, o jogo foi paralisado porque garrafas foram atiradas ao gramado e acertou um dos auxiliares. “Ele relatou na súmula que as garrafas lançadas vieram da torcida santista. Mas naquele lugar da arquibancada só tinha uruguaios”, argumenta Lima.

Depois de 1h25 de interrupção, o jogo recomeçou e Pagão empatou, o que daria o título ao Santos. Mas nada daquilo valeu porque o árbitro considerou a partida válida apenas até o 3 a 2. Continuou apenas por questão de segurança. Os jogadores do Santos e a torcida, claro, não sabiam disso. Os uruguaios, sim. “O Santos, inclusive, foi para o vestiário, o que o faria perder o jogo a partir dali, de acordo com as regras. Foi então que o árbitro Carlos Robles nos chamou e disse: ‘O Peñarol já ganhou a partida. Vamos ficar o tempo que falta porque ninguém vai sair vivo se terminarmos agora. Cumpriremos o restante como se fosse um amistoso'”, revelou o goleiro Maidana, em 2011.

O lateral-direito Juan Carlos González já tinha alertado a Pepe do que iria acontecer, mas quem transmitiu a notícia ao elenco foi o presidente Athié Jorge Coury. “Ele disse que tinha algo desagradável para contar. Teríamos de jogar um terceiro jogo para disputar a taça. Ninguém entendeu nada”, lembrou Lima. E acabou sendo bom porque o Santos jogou em campo neutro (Buenos Aires, na Argentina) e aplicou um sonoro 3 a 0, com dois de Pelé e um de Coutinho, já em 30 de agosto e sob a arbiragem de um holandês, Leo Horn. “Assim ficou provado quem era o melhor. Demos um chocolate. Eu e o Dorval ficamos armando e os dois negrões estavam lá na frente para decidir. E foi exatamente o que aconteceu”, afirmou Pepe.

No ano seguinte, os resultados foram mais apertados contra o Boca Juniors. No Maracanã, vitória do Peixe por 3 a 2, em 4 de setembro, e a decisão seria uma semana depois em La Bombonera, reduto em que os argentinos dificilmente eram derrotados e com uma pressão violenta. “Lá ninguém na arquibancada estava torcendo pela gente. Só pelo Boca. Por nós, só quem estava em campo e o pessoal do banco”, observa Lima.

Esse panorama foi sentido especialmente quando Pelé decretou a virada, que valeu o título e que foi iniciada no gol de Coutinho – Sanfilipo havia aberto o placar para o Boca. “O estádio estava um silêncio. O maior que eu já vi. Quando fiz o gol, comecei a pular e, em qualquer lugar, alguém batia palmas, mas naquele ninguém fez nada. Só os jogadores vinham pular em mim. Até falei: ‘Caramba, não tem nenhum torcedor do Santos aqui'”, lembra o Rei do Futebol.

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Divulgação Santos FC

Uma nova conquista da América do Sul veio somente em 2011. E Pelé estava presente, com quase 71 anos. Vestido com o ternov vermelho, imposição do patrocinador da Libertadores, o Rei do Futebol corria como um garoto no gramado do Pacaembu, como fez de mãos dadas com o técnico Muricy Ramalho, e abraçava emocionado todos os jogadores do Santos que encontrava.

A história é caprichosa. Reservou ao Santos o Peñarol, exatamente o mesmo adversário do primeiro torneio continental conquistado pelo clube, em 1962. Em vez do volante Zito como capitão, descortinava-se à frente dos olhos de todos o zagueiro Edu Dracena, erguendo um troféu acalentado há 48 anos.

Para chegar à concretização deste sonho, no entanto, foi necessário percorrer um longo caminho. Era preciso, inicialmente, conseguir uma vaga na competição, possível graças ao título da Copa do Brasil, comemorado no ano anterior, diante do Vitória.

O primeiro jogo correu risco de ser transferido. As cinzas de um vulcão chileno impediam os voos, mas deram uma trégua e o Santos conseguiu chegar a Montevidéu. O time assistiu a uma enorme festa da torcida do Peñarol no Estádio Centenário e conseguiu um 0 a 0, em 15 de junho. Uma semana depois, o Pacaembu fez uma festa incrível, onde só se via branco e preto. Neymar e Danilo definiram e o gol contra de Durval acabou não assustando tanto assim. Todos voltaram a sorrir. E o Rei, a ser criança.

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Divulgação Santos FC

Os Mundiais
As conquistas dos Mundiais de 1962 e 1963 tiveram muitas diferenças entre si. Enquanto o Benfica tinha um estilo de jogo que se assemelhava mais ao do próprio Santos, o Milan marcava muito mais e não deixava jogar. E foi exatamente o que aconteceu.

Depois do 3 a 2 sobre os portugueses, no Maracanã, em 19 de setembro de 1962, quase um mês depois, em 11 de outubro, aconteceu a maior exibição do Peixe e de Pelé em todos os tempos. O Santos chegou a abrir 5 a 0 e o Benfica descontou com dois gols nos últimos minutos. “O estádio todo aplaudiu de uma forma incrível”, lembra Lima.

O fato que acabou incentivando o grupo santista de alguma forma foi o encontro com uma senhora em Lisboa, que já vendia ingressos para o terceiro jogo, marcado para o Parque dos Príncipes, em Paris. “Ela mostrou um sorriso e disse que o Benfica não perdia no Estádio da Luz. Isso deu uma mexida. Não se pode subestimar. Nós não existimos, por acaso? Espera o jogo acabar para falar. Perdeu e perdeu bonito”, conta Lima.

Os lusitanos também se assustavam cada vez que encontravam Pelé. O centroavante Torres simbolizou esse momento. “Uma vez substituí o Torres no comando de uma equipe no Japão e ele me disse: ‘Quando as equipes ficavam lado a lado, já entrávamos todos borrados. Aquele negro nos amedrontava’ que o Benfica, só de ver o Pelé, já ficava todo borrado. E o Costa Pereira (goleiro) tinha medo de ti, pelo chute forte'”, contou Pepe.

É bom lembrar que o técnico Lula mexeu no time em cima da hora da partida, colocando Olavo na lateral-direita e deslocando Lima para o meio-campo. Quem teve de sair foi Mengálvio. “Joguei no primeiro jogo, mas não estava legal fisicamente e vinha de recuperação. Queria jogar, mas eu compreendi. Ainda mais eu, que sempre fui um cara tranquilo”, conta Mengálvio.

As mudanças no time também deram a tônica na final contra o Milan, no ano seguinte. Na primeira partida, na Itáçia, derrota santista por 4 a 2, em 16 de outubro. Para as duas partidas seguintes, realizadas só em novembro, o Peixe não contaria com Zito, Calvet e Pelé – Lima, Haroldo e Almir foram os substituos. E Almir, por sinal, tratou de intimidar os adversários, mostrando que estava disposto a tudo.

“O Amarildo, principalmente, deitou e rolou, jogando a torcida contra a gente, no que está certo, mas que não viesse se queixar aqui. E o Almir chegou a dizer: ‘Se eu fosse você, não jogaria lá'”, lembra Lima. “Ele falou para o Trapattoni, o zagueiro: ‘Eu não sou o Pelé, sou Almir Moraes de Albuquerque”, emenda Mengálvio. Almir chegou a escrever em suas memórias que tinha jogado dopado. Os jogadores não confirmam. Pelo menos no que diz respeito a eles.

No segundo jogo, em 14 de novembro, no Maracanã, quem brilhou foi Pepe, com duas belíssimas cobranças de falta, no triunfo, de virada, por 4 a 2 – Mengálvio (há fontes que dizem que o gol foi de Almir) e Lima completaram o placar. E pensar que se cogitou colocar Batista. Pelo menos foi o que o amigo Dalmo soube e avisou ao Canhão da Vila horas antes do jogo – o time estava concentrado no próprio estádio. Valeu a intervenção dos dirigentes para se mudar de ideia. Pelo menos é no que o Canhão da Vila acredita.

“Deu vontade de pegar um ônibus e ir embora. Precisávamos ganhar e o Batista não fazia gol, diferentemente de mim, e queriam fechar o time? Era decisão. Quando o Ciro Costa (administrador) me disse que o Lula, acompanhado do Nicolau Moran e do Modesto Roma (diretores), queria falar comigo, já até imaginava que eles iriam dizer para que eu não me aborrecesse por não jogar e que era bom para o time ficar mais atrás. Estava disposto a mandá-los para aquele lugar. Para surpresa minha, quando eu subi a escada, o Lula disse: ‘E aí, bomba? Como está pra hoje?’. Ele me chamava de bomba e eu o tratava de professor. ‘Tô legal, professor’. E ele respondeu. ‘Precisamos de você hoje’. Aí fiz aquele estrago. Se não jogasse, não ganhava. O Lula deve ter pensado nisso, mas os diretores tiraram isso da cabeça dele. Tenho certeza. O Dalmo é muito meu amigo e não ia me fazer uma brincadeira dessa”, contou Pepe.

Não bastasse isso, o time foi informado no intervalo, por um repórter do Rio de Janeiro, de que havia uma mesa enorme no vestiário do Milan, com comida e bebida para a festa do título. Os italianos, então, venciam por 2 a 0. “Foi a preleção mais linda que eu vi na minha vida. Deus queira que eles tenham feito bom proveito, senão ficou tudo rançoso”, afirmou Lima.

Com isso, foi necessária uma terceira partida, realizada dois dias depois e também no Maracanã. Um jogo muito truncado e com diversas confusões só poderia ser decidido em um pênalti, sofrido por Almir e batido por Dalmo. “Muita gente pergunta porque eu não bati. Conversamos o Dalmo e eu na hora. Como ele também cobrava pênalti e estava confiante, foi o Dalmo”, explica Pepe. “Se o Pelé estivesse jogando, seria ele”, emendou.

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Divulgação Santos FC

Recopas
Uma terceira estrela chegou a ser utilizada na camisa em função da conquista da Recopa Mundial, após conquistar a Recopa Sul-Americana, na vitória por 1 a 0 sobre a Inter de Milão, no Estádio San Siro, em Milão, em 24 de junho. O gol foi de Toninho Guerreiro, após aproveitar o rebote do goleiro Bordon, em cobrança de falta de Pelé.

“Sem modéstia e sem chance de erro, eles ficaram uns 10 minutos sem tocar na bola, que nem chegava no gol. O general Osman (Ribeiro, vice-presidente do clube) ficou em pé e gritava olé sozinho. Se fizemos isso lá, imagine o que seria aqui”, lembra Edu.

A Inter chegou a sugerir uma partida em Nápoles e, se necessário, uma terceira, em Roma, nos dias 10 e 17 de setembro. Faltaram datas e o Peixe levou a taça sem outro confronto. E a terceira estrela, tal como surgiu, desapareceu do uniforme.

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Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Divulgação Santos FC

O Santos conquistou outra Recopa, mas a Sul-Americana, em 2012, já com a liderança de Neymar. O confronto, em duas partidas, reuniu os campeões do ano anterior da Libertadores (Santos) e da Copa Sul-Americana (Universidad do Chile).

No primeiro duelo, em 22 de agosto, no Estádio Nacional, os dois clubes ficaram no 0 a 0. Já em 26 de setembro, Santos e Universidad entraram no gramado para decidir quem seria o campeão. O Peixe venceu por 2 a 0, com gols de Neymar e Bruno Rodrigo.

Para tantas conquistas virarem realidade, são necessários grandes jogadores. E são as histórias de alguns deles que vocês vão conferir nesta sexta-feira (10), na terceira matéria da série.

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Divulgação Santos FC

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